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A ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO DOS RECURSOS AMBIENTAIS DO SEMIÁRIDO

Por:   •  17/11/2021  •  Dissertação  •  1.120 Palavras (5 Páginas)  •  126 Visualizações

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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DA PARAÍBA - CAMPUS PICUÍ

ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO DOS RECURSOS AMBIENTAIS DO SEMIÁRIDO

DISCIPLINA: EDUCAÇÃO AMBIENTAL

ATIVIDADE AVALIATIVA – PROVA DISSERTATIVA INDIVIDUAL

A indiscriminada exploração do meio ambiente, tomou proporções ainda maiores com o início da segunda revolução industrial que deu força ao movimento e sistema que conhecemos como capitalismo, o consumo desmedido e a necessidade de suprir um mercado que anseia sempre por mais, causou nítidas transformações na economia, sociedade e no meio ambiente.

No Brasil, o marco que dá início as intensas explorações ambientais é o processo de colonização, que impactou drasticamente todos os biomas do país, sobretudo os que se localizam no Nordeste brasileiro, sejam pelas explorações por minério ou madeira, essa região foi um dos principais alvos dos colonizadores. Outros impactos se sucederam com a agropecuária, construção de hidrelétricas, estradas, e o êxodo rural que provocou uma intensa urbanização, esses fatores trouxeram por consequência o aumento na emissão de gás carbônico, desmatamento, empobrecimento do solo, mudanças climáticas, entre outros. No que concerne ao bioma Caatinga, uma das problemáticas mais graves vigentes é a desertificação, essa região lida constantemente com irregularidades pluviométricas que aliada a ações antrópicas agrava ainda mais o seu estado.

A Caatinga é um bioma oriundo do Brasil, possui uma área de aproximadamente de 844.453 Km², se fazendo presente em todos os estados do Nordeste brasileiro e parte de Minas Gerais, constitui 54% do território nordestino e 11% do território nacional. A sua biota é caracterizada pelos seus variados mecanismos de adaptação que permitem sobreviver as secas extremas e aos períodos de estiagem, característicos do clima semiárido. A sua vegetação apresenta-se principalmente por espécies herbáceas e lenhosas baixas, encontradas em áreas mais secas, de solo raso e pedregoso, também é constituída por cactáceas que servem de alimentos aos animais em períodos de seca e caducifólias e bromeliáceas, as que possuem raízes profundas conseguem retirar do solo a água necessária conseguindo manter suas folhas, mas em períodos de secas é comum que algumas espécies percam suas folhas para evitar a perda excessiva de água na transpiração. A fauna é bastante diversificada e também é marcada pelas adaptações ao clima, como as recorrentes migrações nos períodos de estiagem, a Caatinga abriga uma grande biodiversidade de espécies de mamíferos, aves, anfíbios, répteis, peixes e outros.

Esse ecossistema, apesar de abrigar uma diversidade de espécies endêmicas, devido aos seus aspectos físicos e climáticos é erroneamente considerada por uma grande maioria como um bioma pobre em diversidade biológica, dificultando políticas que visam a sua conservação. Esse bioma pode ser um dos mais ameaçados e negligenciados do país, onde dificilmente se encontra 10 mil hectares de vegetação nativa preservada. A recorrente degradação tem levado à ameaça e extinção de espécies, à perda de processos ecológicos e o surgimento de extensas áreas de desertificação.

O meio ambiente foi abordado esparsamente pela legislação brasileira até a Lei nº 6.938/81, que enfim dispôs sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, essa lei assim como outras mobilizações que ocorreram na época, foi o estopim para o desenvolvimento de políticas públicas voltadas ao fomento de mecanismos de proteção ao meio ambiente, considerando a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental, viabilizando o desenvolvimento socioeconômico mediante o uso racional dos recursos naturais. A Constituição Federal de 1988 atribuiu ao poder público e a coletividade o dever de defender e preservar o meio ambiente, portanto, o considerando como um bem tutelado, em 1999 a Lei nº 9.795 é promulgada tratando da Política Nacional de Educação Ambiental. Nesse cenário a educação ambiental assume o papel fundamental na formação de cidadãos capazes de transformar a sua realidade, com pensamento crítico e consciência ambiental, compartilhando a responsabilidade na conservação do meio ambiente.

Dentre as problemáticas mais comuns que afetam diretamente a conservação da Caatinga estão, os conflitos de interesses de natureza socioeconômica, precariedade da infraestrutura de fiscalização e a falta de educação ambiental para a população. Levando isso em consideração, a educação ambiental se colocada como ponto central da discussão pode agir como ferramenta de transformação, cumprindo seu papel na conscientização a respeito da relação entre homem e natureza de forma cooperativa, democrática e sustentável.

A Lei nº 9.795/1999 transcende o ambiente escolar e abrange a educação não formal que tem por intuito, a preservação da flora nativa, divulgando para a população técnicas para o uso racional e sustentável dos recursos naturais, concomitante a promoção de discussões relevantes que reflitam na mudança de atitude na forma como a população interage com o seu meio, não se tornando alheio as questões sociais, econômicas e políticas que também afetam a Caatinga. Nesse ponto a educação ambiental precisa ser entendida de forma, multi, inter e transdisciplinar, respeitando as diferenças e especificidades desse ecossistema, aliando a ação integrada de instituições de ensino, com as esferas da sociedade e poder público, formando valores ambientais e sociais.

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