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A Fotopoluição Tartarugas Marinhas

Por:   •  23/4/2021  •  Resenha  •  1.004 Palavras (5 Páginas)  •  319 Visualizações

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Fotopoluição: um fator impactante para as tartarugas marinhas.

A fotopoluição, ou poluição artificial, têm sido uma das maiores dificuldades para a conservação das tartarugas marinhas, sendo esse fator exclusivamente causados pelas ações humanas. O habitat natural das tartarugas marinhas é afetado diretamente por conta da iluminação inadequada, esse distúrbio foi agravado com o aumento da malha urbana no litoral, sendo extremamente prejudicial para as fêmeas e seus filhotes. Com isso, há um grande efeito negativo quando incide sobre as praias de desova das fêmeas e desorientam os filhotes, que ao invés de seguirem para o mar, são atraídos pelas luzes artificiais e acabam morrendo (seja por insolação, desidratação, atropelados ou devorados).

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Foto: Projeto Tamar.

É indubitável que a expansão urbana (como por exemplo, a engenharia e o turismo) sobre o litoral, tem desenvolvido diversos impactos relacionados ao ambiente marinho. Diversas espécies são atingidas pela pesca incidental e poluição nas águas por resíduos orgânicos e inorgânicos, prejudicando a alimentação, locomoção e o ciclo de vida dos animais marinhos, como é o caso das tartarugas marinhas. Estima-se que cerca de 85% de todo lixo encontrado nos mares e oceanos é composto por plásticos. Dessa forma, além dos problemas de desequilíbrio nos ecossistemas marinhos, há o problema da fotopoluição, que são causados pelo homem e que devem ser diminuídos em prol das espécies de tartarugas, para que os mesmos não estejam em constante perigo, como é o caso da tartaruga-cabeçuda (Caretta caretta), ameaçada de extinção.

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Foto: Tartaruga-cabeçuda ou Tartaruga-mestiça (Caretta caretta). Google.

Sabe-se também que, o turismo é uma das principais fontes econômicas dos municípios litorâneos, já que, há o aproveitamento de suas belezas naturais para captação de recursos buscando o desenvolvimento das cidades, sobretudo nas altas temporadas. No verão, onde as cidades litorâneas recebem a maior parte dos turistas, há o favorecimento e crescimento de materiais inadequados nos ambientes marinhos, sendo muitas vezes causadas pela falta de informação ecológica. Além disso, muitas pessoas possuem o desejo de morar próximo à praia, mas não imaginam como uma lâmpada inadequada em suas varandas podem fazer mal aos animais marinhos. Portanto, havendo um aumento significativo na interferência da iluminação natural (base de sobrevivência para as tartarugas marinhas filhotes) causadas pelo homem, há um empecilho ainda maior para a preservação e o desenvolvimento das espécies como um todo.

Dessa forma, para que haja soluções cabíveis em prol da proteção desses animais, é necessário entender, primariamente que, as tartarugas marinhas são solitárias, exceto as fêmeas adultas, pois buscam as praias para desovar. Sua preferência é onde a maré alta não alcance, depositando em média cerca de 120 ovos dentro do buraco em que foi cavado para o ninho. Contudo, ao nascerem, os filhotes são guiados a seguirem para o mar durante à noite, sendo orientados pela luz do horizonte, em que caminham para o continente e são atraídos pela iluminação artificial, em que acabam mortos, infelizmente também por esse fator.

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Foto: Ninho e Postura. Projeto Tamar.

Por outro lado, quando os filhotes sobreviventes atingem a maturidade sexual, seu instinto é de nadarem (por serem animais migratórios por excelência e apresentarem visão, olfato, audição e uma fantástica capacidade de orientação) até o local e o momento exato para se reunirem para a reprodução, voltando às mesmas praias onde nasceram para desovar.

Outra questão não menos importante, é que, como consumidores, as tartarugas marinhas atingem diversos níveis na cadeia alimentar, exercendo controle das populações de esponjas, medusas, algas e grama marinha, entre outras. Por outro lado, como presas, as tartarugas marinhas fazem parte da dieta de vários animais, principalmente por aves marinhas, caranguejos, e uma variedade de espécies de peixes marinhos. Entretanto, nenhuma ameaça natural, por si só, se compara as atitudes predatórias do homem que as colocam na situação de extinção.

Portanto, diante dos respectivos problemas relacionados à iluminação artificial, as soluções cabíveis não são complexas, exige-se principalmente a inclusão de atividades de informação, sensibilização e educação ambiental. As orientações corretas aos próprios moradores locais e o diagnostico da emissão de fontes luminosas farão muita diferença, pois diminuirão a intensidade de luz, fazendo com que as tartarugas filhotes sejam guiadas aos mares de maneira natural, beneficiando-as. Uma dessas medidas cabíveis seriam: uma luminária com foco direcionado para o interior da moradia, postes com alturas mais baixas e que formam um ângulo de 90°, lâmpadas de LEDs e com uma baixa potência, e que priorize os balizadores para as caminhadas. Além da luz, é necessário frisar que construções altas são medidas negativas para as tartarugas marinhas, pois o sombreamento das praias de desova acarretará numa diminuição da temperatura da areia, favorecendo o aumento de filhotes machos, gerando um desequilíbrio entre machos e fêmeas.

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