Apostila Sobre Evolução

BIOLOGIA

Prof: Victor Hugo.

EVOLUÇÃO:

Atualmente sabe-se que as espécies sofrem alterações ao longo da sua história e um dos desafios da humanidade foi descrever como ocorrem estas alterações. Por muito tempo acreditou-se que as espécies não sofriam mudanças, eram imutáveis, os defensores desta ideia são chamados de fixistas. Contudo, a partir do século XIX as teorias evolutivas começaram a ganhar força e este será nosso objeto de estudo neste material.

• LAMARCKISMO:

Jean Baptiste Lamarck foi o naturalista que deu o “pontapé” inicial para a teoria evolucionista, em 1809 publicou um livro onde dissertava sobre suas análises a respeito da evolução dos seres vivos e postulou duas leis: Lei do Uso e Desuso e Lei dos Caracteres Adquiridos.

• Lei do Uso e Desuso:

Nesta lei, Lamarck procurou analisar a utilização de diferentes estruturas, principalmente em animais, onde utilizou como exemplo as girafas que se tornaram seu exemplo mais icônico. Lamarck explicou que o pescoço das girafas era, inicialmente, curto e com o passar dos anos as modificações no ambiente obrigaram as girafas a desenvolver o pescoço para se alimentar de árvores mais altas, isso provocou o crescimento do pescoço da população de girafas. Caso o ser vivo não utilizasse uma determinada estrutura ou órgão ele iria atrofiar, como por exemplo: a falta de visão de animais que vivem no subterrâneo ou tem hábito noturno e utilizam a ecolocalização.

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• Lei dos Caracteres Adquiridos:

Esta lei está diretamente relacionada com a primeira, pois as modificações provocadas pelo uso e/ou desuso em um organismo são partilhadas com os descendentes dessa espécie assim Lamarck explica o fato de as girafas nascerem com pescoço alongado. No final do século XIX o biólogo alemão chamado August Weissmann realizou um experimento com ratos para comprovar ou descartar a teoria de Lamarck, neste experimento o biólogo cortou a cauda de ratos e analisava que seus descentes continuavam nascendo com caudas plenamente desenvolvidas, o experimento foi repetido por vinte gerações de ratos sempre com o mesmo resultado.

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• A importância de Lamarck:

Atualmente sabemos que suas leis estavam equivocadas, porém não devemos desmerecer seu papel nas teorias evolutivas, pois foi Lamarck quem confrontou o fixismo em uma época onde falar sobre evolução era um “tabu”, por isso Lamarck não ganhou reconhecimento em vida, mas sua contribuição para a evolução foi grandiosa.

• DARWINISMO:

Charles Darwin publicou sua teoria cinquenta anos após a teoria de Lamarck, ou seja, em 1859 no seu livro intitulado de Origem das Espécies onde Darwin defende sua teoria evolutiva que consiste em provar que as espécies descendem de seus respectivos ancestrais comuns1 e que estes ao longo do tempo foram sofrendo pequenas alterações que foram se acumulando e originando as espécies que conhecemos atualmente.

• Seleção Natural:

Para Darwin as espécies apresentavam pequenas variações entre os indivíduos da mesma população, estas variações poderiam influenciar a

chance de sobrevivência e no sucesso reprodutivo (podendo ser benéfico ou maléfico em ambos os casos). Então em caso de mudança no ambiente em que determinada espécie vive, alguns indivíduos podem apresentar variações que caracterizem uma adaptação mais favorável ao novo ambiente, enquanto os indivíduos que não apresentam variações benéficas em relação ao novo ambiente tendem a morrer. Partindo desse ponto de vista, os indivíduos mais adaptados são os selecionados2 pelo ambiente e, consequentemente, tem maior chance de reprodução e de repassar as suas características adaptativas aos seus descendentes.

Porém, a seleção natural pode levar milhões de anos até formar uma nova espécie, isso porque as variações que cada espécie sofre ao longo das gerações são pontuais, ou seja, muitas vezes são imperceptíveis se não for feita uma análise minuciosa, contudo as mudanças vão se acumulando até se tornarem perceptíveis o bastante para identificarmos uma nova espécie.

Em seu livro, Darwin deixa claro que as espécies compartilham ancestrais comuns que por meio da seleção natural foram originando diferentes espécies e o ser humano não seria diferente, nós temos o mesmo ancestral comum que os macacos, segundo Darwin. Mas as pessoas interpretaram sua teoria de forma errada, como se Darwin afirmasse que os seres humanos fossem descendentes diretos dos macacos, isso resultou em muitas críticas direcionadas a Darwin e até mesmo charges satirizando o mesmo.

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Darwin estudou no arquipélago de Galápagos a diversidade de tentilhões que existiam em cada ilha e propôs que todas derivavam de um mesmo ancestral que sofreu processos de especiação em cada ilha.

• Neodarwinismo:

Por mais coerente que fosse a teoria de Darwin, ainda existiam lacunas a serem preenchidas como a origem das variações numa população e como essas variações eram transmitidas. Quem completou essas lacunas anos depois, em 1865, foi o biólogo e monge Gregor Mendel que ficou conhecido por seus estudos sobre transmissão de características utilizando ervilhas, porém seu reconhecimento veio após sua morte quando cientistas analisaram suas publicações. A partir dos conhecimentos sobre genética fornecidos por Mendel, cientistas e biólogos conseguiram preencher muitas lacunas na teoria evolutiva de Darwin, acrescentando conceitos como mutações, recombinações gênicas e variedade genética. A teoria de Darwin aliada a genética de Gregor Mendel chamamos de Neodarwinismo ou Teoria Sintética da Evolução.