As Lesões Gengivais
Por: sdias12 • 7/3/2023 • Seminário • 680 Palavras (3 Páginas) • 93 Visualizações
Lesões Gengivais
A inflamação gengival que clinicamente se apresenta sob a forma de gengivite pode não ser induzida por placa bacteriana, sendo que as outras causas possíveis são:
- bacteriana específica (envolvimento bacteriano que não a placa)
- viral
- fúngica
- genética
- sistémica
- lesões traumáticas
1. Origem bacteriana específica
Gengivite e estomatite infecciosa pode ocorrer em indivíduos imunocompetentes ou deprimidos quando bactérias não relacionadas com a placa bacteriana desenvolvem resistência ao hospedeiro. As lesões são causadas então por estas bactérias e podem não ser acompanhadas por lesões noutros locais do corpo. Os patógenos mais comuns são:
- Neisseria gonorrhoeae
- Treponema pallidum
- Mycobacterium chelonae
Variações do aspecto clínico, dependendo do microorganismo que a causa:
ulcerações dolorosas edematosas vermelhas com ardor
massas ou placas mucosas assintomáticas
gengivite com elevado grau de inflamação, não ulcerada
Diagnóstico:
Biópsia + examinação microbiológica
2. Origem viral
Os vírus mais importantes são os do herpes, nomeadamente, herpes simplex tipo 1 (manifestações maioritariamente orais) e 2 (manifestações maioritariamente urogenitais) e varicela-poster. Normalmente, estes vírus entram no corpo humano durante a infância e podem causar doença nas mucosas orais seguidas de períodos de latência e reactivação.
2.1 Gengivoestomatite herpética (primária)
O herpes simples é um vírus de DNA que depois de entrar no epitélio da mucosa oral penetra numa terminação nervosa e vai ate ao gânglio do triénio onde pode permanecer latente durante anos.
O vírus foi relacionado também com:
- Eritema multiforme recorrente
- gengivite
- gengivite necrosante aguda
- periodontite
A primeira infecção (infância/início da adolescência) é, na maioria das vezes, assintomática, no entanto pode ocorrer:
gengivite severa e dolorosa com vermelhidão e ulcerações com exsudado serofibrinoso e edema
formação de vesículas que rompem e coalescem e resultam em úlceras com fibrina
febre e linfadenopatia
cicatrização ocorre espontaneamente, sem cicatriz, após 10-14 dias
O vírus permanece latente nas células ganglionares devido à integração do seu DNA no DNA cromossómico, podendo ocorrer recidivas:
20-40% dos indivíduos com infeção primária sob a forma de herpes labial (maioria) ou herpes intra-oral (frequentemente confundido com úlceras aftosas – não afectam mucosa queratinizada!)
potenciadas por trauma, febre, luz UV, menstruação
gengivite dolorosa com vesículas que rebentam (erosões e ↑ propagação de queratina)
Tratamento: controlo de placa (evitar sobreinfeção que retarda cicatrização) + retrovirais (em casos mais severos como imunocomprometidos - HIV)
2.2 Herpes Zoster
Varicela (infância):
febre, mau-estar, e rash cutâneo
lesões intraorais: pequenas úlceras na gengiva, palato e língua
O vírus fica latente nos gânglios das raízes dorsais e pode ser reactivado
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