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BAUER

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Por:   •  14/4/2013  •  Resenha  •  656 Palavras (3 Páginas)  •  306 Visualizações

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Esta pesquisa teve como objetivo examinar os diferentes discursos relacionados

à Comemoração dos 500 anos de Brasil. Foram alvo de exame o discurso oficial, um de

oposição militante e outro de intelectuais. Embora estes discursos tenham se

desenvolvido a partir de lugares diferenciados, eles confluem em um ponto em comum:

o “mito das três raças”.

Com isso é possível verificar as características inerentes dos mitos e perceber

sua importância para a análise antropológica. A plasticidade dos mitos permite

manifestações de vários grupos sociais. Revela o status de quem o narra e ainda fornece

elementos para a compreensão das visões de mundo da sociedade. Outro ponto

fundamental da pesquisa foi comprovar o processo silenciador na produção da história.

Fato que, durante este ritual, ocorreu com um dos elementos formadores da sociedade

brasileira, seguindo o “mito das três raças”.

Esta monografia é aberta com meu depoimento sobre os acontecimentos em

Coroa Vermelha no dia 22 de abril de 2000. Este foi escrito livremente, pois até então a

experiência não tinha se transformado em pesquisa. A pesquisa teve início de fato com

o conhecimento da perspectiva de Edmund Leach (Sistemas Políticos da Alta Birmânia,

1996) para mitos e rituais, que relato a seguir. Segue-se uma apreciação do “mito das

três raças”, realizado por meio de estudos clássicos e contemporâneos sobre a

identidade brasileira e relações “raciais” no Brasil.

O relatório prossegue com o exame dos discursos propriamente ditos. Para a

versão oficial foi escolhido o documento “Diretizes da Comissão Nacional para as

Comemorações do V Centenário do Descobrimento do Brasil”. Como representante da

versão contrária está o “Projeto Brasil Outros 500”; e a versão dos intelectuais está em

artigos publicados pelo Jornal do Brasil em cadernos específicos para o evento.

Ressalvo que foram alvo de exame somente os documentos em questão.

Na parte final demonstro o embate destes discursos em Porto Seguro, realizado

através de noticiários nacionais e internacionais. Também verifico os diferentes graus de

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visibilidade para os atores envolvidos. Com isso desenvolvo uma discussão sobre outro

mito brasileiro: o da “democracia racial”.

21 de abril de 2000.

CHEGADA EM PORTO SEGURO.

O ônibus em que eu estava demorou cerca de duas horas para entrar na cidade.

Uma fila imensa de carros e ônibus esperavam para serem revistados em uma barreira

policial. A medida era contra eventuais “baderneiros”, como os próprios policiais

falaram. Soube de ônibus que foram proibidos de entrar em Porto Seguro, vindos da

direção de Eunápolis, onde havia acampamento do MST e sindicatos.

Durante a espera na fila vi pelo menos três ônibus repletos de homens do

exército com farda camuflada, usando máscaras

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