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Bahia, Um Estado Cultural

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Por:   •  26/2/2015  •  1.696 Palavras (7 Páginas)  •  1.046 Visualizações

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O Axé, ou Axé music, é um gênero musical que surgiu no estado da Bahia na década de 1980 durante as manifestações populares do Carnaval de Salvador, misturando o frevo pernambucano, ritmos afro-brasileiros, reggae, merengue,forró, maracatu e outros ritmos afro-latinos .

No entanto, o termo axé é utilizado erroneamente para designar todos os ritmos de raízes africanas ou o estilo de música de qualquer banda ou artista que provém da Bahia. Sabe-se hoje, que nem toda música baiana é axé, pois lá há o samba-reggae, representado principalmente pelo bloco afro Olodum, o samba de roda, o ijexá - tocado com variações diversas por bandas percussivas de blocos afro como Filhos de Ghandi, Cortejo Afro, Ilê Aiyê, e Muzenza, entre outros -, o pagode produzidos por muitas bandas e até uma variação de frevo, bem como o sertanejo e forró que tem se expandido, etc.

A palavra "axé" é uma saudação religiosa usada no candomblé e na umbanda, que significa energia positiva. Expressão corrente no circuito musical soteropolitano, ela foi anexada à palavra em inglês music pelo jornalista Hagamenon Brito em 1987 para formar um termo que designaria pejorativamente aquela música dançante com aspirações internacionais.

Com o impulso da mídia, o axé music rapidamente se espalhou por todo o país (com a realização de carnavais fora de época, as chamadas micaretas), e fortaleceu-se como potencial mercadológico, produzindo sucessos durante todo o ano, tendo como maiores nomes Daniela Mercury, Ivete Sangalo, Claudia Leitte,Margareth Menezes, Asa de Águia, Chiclete com Banana, entre outros.

Os pioneiros do gênero foram os músicos da renomada banda Acordes Verdes, que acompanhava Luiz Caldas e eram músicos de estúdio da W.R, em Salvador. O principal arranjador do estúdio, na altura, era o compositor Alfredo Moura .

Origens e ascensão

Nascido no estúdio WR, no bairro da Graça, em Salvador, com a formação de um grupo de músicos jovens que viria a substituir a banda residente, comandada por Toninho Lacerda (irmão do pianista Carlos Lacerda). O primeiro, da nova leva, a ser contratado foi o baterista Cesinha. Depois dele, o compositor, pianista e arranjador Alfredo Moura, que na época estudava composição e regência na escola de música da UFBA, tendo como professores: Lindembergue Cardoso, Ernst Widmer, Jamary Oliveira,Paulo Costa Lima, entre outros. Luiz Caldas veio em seguida, trazendo o percussionista Tony Mola. Carlinhos Brown foi o último, dessa leva, a entrar, tendo sido submetido a uma audição e sendo aprovado já por Alfredo Moura, na altura o principal arranjador do estúdio.

Essa banda que se formou do encontro de músicos contratados originaria a banda Acordes Verdes que daria início ao movimento. Os arranjos de Alfredo Moura mostrariam ser fundamentais para o estabelecimento do novo estilo musical, pois encontrou um tipo de linguagem popular e altamente comunicativa que possibilitou a divulgação dessa nova música nas rádios e televisões por todo o Brasil. Nos arranjos notam-se elementos vindos de diversas culturas musicais e que interagiam de forma homogênea apesar da diversidade da origem. A música tinha características baianas e fazia referências ao passado enquanto se posicionava com o presente.

O movimento adquiriu força e os arranjos e a estética original foram intensamente copiados, evoluindo para novas leituras e estilos, tendo uma durabilidade impressionante em termos de música popular brasileira.

As origens do carnaval como conhecemos hoje estão na década de 1950, quando Dodô e Osmar começaram a tocar o frevo pernambucano em guitarras elétricas de produção própria - (batizadas de guitarras baianas) - em cima de uma fobica (um Ford 1929). Nascia o trio elétrico, atração do carnaval baiano que Caetano Veloso chamou a atenção em 1975 na canção "Atrás do Trio Elétrico". Mais tarde, Moraes Moreira, dos Novos Baianos, teria a ideia de subir num trio (que era apenas instrumental) para cantar – foi o marco zero da tradição de grandes cantores 'puxando' os Trios elétricos. A partir da década de 1960, paralelamente ao movimento dos trios, aconteceu o da proliferação dos blocos-afro: Filhos de Gandhi (do qual Gilberto Gil faz parte), Badauê, Ilê Aiyê, Muzenza, Araketu e Olodum. Eles tocavam ritmos afro como o ijexá e o samba (utilizando alguns instrumentos musicais da percussão, comuns nas baterias das escolas de samba do Rio).

Sob a influência das letras e canções de Bob Marley nos ouvidos, surgiu no Olodum - sob a batuta do mestre Neguinho do Samba - um ritmo que misturava reggae e samba, num estilo com forte caráter de afirmação da negritude, que fez sucesso em Salvador a partir dos anos de 1980: o samba-reggae. Posteriormente, artistas como Gerônimo, Banda Reflexus e a Banda Mel aderiram a essa novidade rítmica, lançando canções que chegavam ao Sudeste em discos na bagagem dos que lá passavam férias. Em meados da década de 1980, Luiz Caldas e Paulinho Camafeu compuseram juntos o primeiro sucesso nacional daquela cena musical de Salvador: "Fricote (Nega do cabelo duro)", gravado por Luiz Caldas. O ritmo era o deboche, criado por Alfredo Moura e Carlinhos Brown. O arranjo inovador e de alta qualidade técnica foi marcante para que a canção (de apenas dois acordes) se tornasse um dos maiores sucessos brasileiros. A canção imediatamente tornou-se um hit e espalhou-se por todo o país, virando um marco para o axé.1 Com uma introdução épica, onde os teclados simulando metais eram precedidos por uma percussão dançante, a canção traduzia a necessidade de afirmação de uma geração de músicos que não queria ficar no ostracismo causado pela fuga de artistas para o eixo Rio-São Paulo. Era criado um polo criador, um centro musical poderoso, onde o estilo, concebido por Alfredo Moura, com a ajuda dos músicos da banda Acordes Verdes, principalmente o Carlinhos Brown, se tornaria referência para as próximas três gerações vindouras, colocando a música da Bahia num cenário pioneiro, dinâmico, e inovador.

"O estilo nasceu com carga pejorativa e sem saber a que servia. Hoje, ainda há polêmica na hora de definir a quais músicas o termo se aplica, mas todos fazem coro num ponto: seu papel foi o de fundar um novo mercado musical". A modernidade das guitarras se encontrava com a tradição dos tambores em mistura de alta octanagem.

Uma nova geração de estrelas aparecia para o Brasil: Banda Reflexus (do sucesso "Madagascar Olodum"), Sarajane (do clássico "A Roda"), Cid Guerreiro (do "Ilariê, gravado por Xuxa), Chiclete com Banana (que vinha de uma tradição de bandas de baile), banda Cheiro de Amor (com Márcia Freire) e Margareth Menezes (a primeira

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