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Basquiat

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Por:   •  7/10/2013  •  Resenha  •  485 Palavras (2 Páginas)  •  701 Visualizações

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Para entendermos a obra de Basquiat é preciso que entendamos também algo sobre sua vida e é claro sobre seu contexto histórico. Em suas obras podemos notar, algo de autobiografia, questões raciais, cultura popular e simbologia grega, questões que nasceram provenientes de seu contato com o mundo.

Usava o pseudônimo de Samo shit para assinar seus desenhos e traz consigo diversas identidades culturais. Teve uma educação bastante erudita, vindo de família de classe média, falava fluentemente inglês, francês e espanhol, desenhava desde muito cedo, era interessado em literatura e ópera, mas também em quadrinhos e hip-hop, negro, filho de um haitiano e uma porto-riquenha, sendo que sua mãe o levava desde muito cedo para visitar

museus.

A arte de Basquiat, também chamada de primitivismo intelectualizado, uma tendência neoexpressionista, retrata geralmente personagens esqueléticos, rostos apavorados, mascarados, carros, edifícios, policiais, ícones negros da música e do boxe, cenas da vida urbana, além de colagens, junto a pinceladas nervosas, rabiscos, escritas indecifráveis, sempre em cores fortes e em telas grandes. Quase sempre com o elemento negro retratado, em meio ao caos.

Há também uma dessacralização de ícones da história da arte, como a sua Mona Lisa que é uma figura monstruosa riscada no suporte.

Os efeitos de sua vida pessoal eram sempre refletidos em suas criações como a morte de seu amigo e protetor Andy Warhol, em 1987, que o deixou abalado e debilitado ou quando após a “fama” os críticos, sempre muito exigentes, já não o tratavam com unanimidade e Basquiat respondeu a essas cobranças, associando-a ao racismo arraigado da sociedade americana.

Olhando além de um significado infantil de representação da grande cidade e da verdadeira imagem dos seres humanos sua obra é claramente uma arte de fúria e de rebelião, mas retém sempre os engenhosos jogos de palavras da sua fase dos graffitis.

Encontramos uma definição de Norman Mailler para graffiti como “...uma rebelião tribal contra a opressora civilização industrial...”

Já Bonito Oliva diz que “O ‘grafitismo’ é um fenômeno típico das grandes cidades americanas, habitadas por minorias de cor, que se exprimem por meio de um código extremamente sintético, que, paradoxalmente, deriva das vanguardas históricas: futurismo, dadaísmo e surrealismo.”.

E é por meio dessa linguagem que se concretizam em seus trabalhos referências da rua, como a presença de carros, prédios, aviões, vassoura, caixas, armas, que são uma herança de sua vivência diária nas ruas. O fato de estar na rua lhe ofereceu uma forma diferente de fazer arte, já que ao mesmo tempo em que conhecia a arte erudita, estava em contato também com uma arte urbana, e o graffiti que ele faz parece reunir essas esferas.

Seu trabalho emergiu enquanto reinava o minimalismo e a arte conceitual, estilos totalmente diversos do seu. Isso fez com que ele tivesse sempre que se deparar com o racismo e com visões pouco abrangentes de sua obra, como considerá-la simplesmente primitivista, que enquanto ele viveu, nunca chegaram a alcançar toda a sua genialidade.

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