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ANÁLISE DAS CONDIÇÕES HUMANAS DENTRO DAS QUESTÕES RACIAIS NO MUNDO BASEADO NO FILME DE BASQUIAT

Por:   •  4/10/2019  •  Dissertação  •  566 Palavras (3 Páginas)  •  240 Visualizações

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ANÁLISE DAS CONDIÇÕES HUMANAS DENTRO DAS QUESTÕES RACIAIS NO MUNDO BASEADO NO FILME DE BASQUIAT.

"Ele pintou uma incoerência calculada, calibrando o mistério do que essas imagens aparentemente significantes podem significar."

- Marc Mayer, Basquiat in History

       Jean-Michel Basquiat, considerado como Neo-expressionista devido aos sentimentos expostos nos graffitis diante das situações tanto sociais quanto internas que o artista era, de certa forma, obrigado a  vivenciar, exaltava a vida urbana e representava corretamente o movimento dinâmico da sociedade. Ele era moderno, oposto ao convencional estipulado pela burguesia, onde é possível perceber o quanto Basquiat valorizava os indivíduos, a consciência, a subjetividade e a atitude crítica. E a partir disso, visava mostrar em suas obras o sistema racista que os negros infelizmente tinham que aguentar dentro da sociedade, críticas diretas ao colonialismo e apoio para a luta das classes.

       Sua cor de pele era um fator negativo para os galeristas e colecionadores de arte que o rodeavam, eles não o aceitavam nesse ramo da Arte ou apenas o usavam como objeto ou um tipo de conquista por ele ser negro e um artista, situação que na década de 80 era raro pelo negro ser considerado em alguns casos reprimido totalmente pela sociedade, como se um indivíduo não tivesse voz ou participação nas decisões importantes, por ter uma etnia diferente da maioria do meio social em que vive. É possível perceber em várias passagens do filme à presença do racismo. Um dos exemplos onde este fato se torna evidente se dá quando Basquiat vai até uma loja para comprar caviar e é atendido com ar de desconfiança, demonstrando grande preconceito por se tratar de uma pessoa negra adquirindo um simples requerimento da alta burguesia. No decorrer do filme em várias cenas, Basquiat é lembrado e citado em conversações como sendo o único pintor negro a ter o reconhecimento de sua arte.

Segundo o próprio Basquiat, a arte para os pobres não tem sentido algum, porque ela não leva dinheiro para ser produzida, só leva o significado, o que cada um vai interpretar ou identificar daquela estética e partindo desse pressuposto, pode-se perceber que o processo criativo de uma obra de arte só é realmente valorizado para alguns quando o assunto se intrelaça com o capitalismo. O capitalismo sim, de alguma forma, acaba se tornando a chave de tudo, o capitalismo pode comprar o artista, o capitalismo pode influênciar numa obra mas o capitalismo nunca poderá alterar a sua verdadeira essência.

Assuntos como racismo e discussão das classes sociais existem e precisam ser discutidos e propor intervenções para cada uma delas e de seus subassuntos, não pode-se transformar a essência do natural em tabu, o preconceito é algo fora da definição do que seria certo e precisa ser sempre abordado porque mesmo sendo temas sempre em alta, a sociedade precisa ter a consciência de que ainda é algo presente. Pessoas sofrem por serem desses grupos, não porque querem isso mas porque a sociedade impõe indiretamente que ser pobre é errado ou que ser preto é totalmente fora do comum.

"Como um DJ, Basquiat adragou a linguagem clichê do Neo-expressionismo do gesto, da liberdade e da angústia e redirecionou a estratégia de apropriação do pop art para produzir um corpo de trabalho que às vezes celebrou a cultura e a história do negro, mas também revelou sua complexidade e contradições."

-Lydia Lee

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