CTScan e Paleontologia
Por: xirracl • 17/5/2016 • Artigo • 402 Palavras (2 Páginas) • 244 Visualizações
CT scan e Paleontologia
Já imaginou visualizar as estruturas internas de fósseis de milhões de anos? Reconstruí-los em 3D? Ou ainda, separá-los da rocha em ambiente virtual? Isso já é possível graças ao uso do CT scan. O computed tomography scanning é uma tecnologia relativamente recente que tem se mostrado bastante útil na paleontologia. O grande trunfo desse método consiste em ser uma técnica não destrutiva que permite o estudo da morfologia externa e interna dos fósseis, a visualização de estruturas muito pequenas em alta resolução e a reconstrução em 3D do material estudado. O aparelho utilizado é muito similar aos tomógrafos encontrados em hospitais, no entanto, sua emissão de raios X é amplificada a níveis que seriam letais aos seres humanos. A aquisição das imagens nesse sistema, também ocorre de maneira semelhante aos tomógrafos comuns. Os raios-X atravessam o objeto de interesse em secções seqüenciais e detectores registram as variações na atenuação desses raios-X causadas pelas diferenças nas densidades de cada material. A partir desse processo é gerando uma série de imagens bidimensionais em planos ortogonais, que podem ser combinadas e trabalhadas em softwares específicos. Assim, é possível a realização de medições de regiões de interesse e a geração de imagens tridimensionais do material estudado. Uma diferença importante entre o CT scan e os tomógrafos comuns e que geralmente esses últimos são capazes de detectar apenas quatro densidades, correspondentes a gordura, água gás e osso. Já o CT scan pode identificar centenas de níveis de densidade, distinguindo facilmente um fóssil da matriz rochosa que o circunda. Isso possibilita, além do estudo morfológico em detalhe, também a preparação virtual dos fósseis. Ou seja, blocos inteiros são escaneados, o material que circunda o fóssil é retirado com uso de softwares de segmentação de imagens, restando apenas uma imagem tridimensional do fóssil.
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Preparação virtual de um dente de tubarão xenacantídeo do Carbonífero da Escócia. Imagens feitas no Departamento de Mineralogia do Natural History Museum, Londres.
Entre os contrapontos ao uso dessa tecnologia, além de seu auto custo, está a restrição a análise apenas de espécimes pequenos, que não ultrapassem 1m, e a existência de poucos aparelhos no mundo, talvez pouco mais de 50. Além disso, paleontólogos mais nostálgicos poderão sentir falta de segurar um fóssil em suas mãos. No entanto, mesmo com esses reveses o CT scan se mostra como uma técnica bastante interessante e promissora para a paleontologia.
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