Conceito de célula
Artigo: Conceito de célula. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: brunalopees • 5/10/2014 • Artigo • 9.107 Palavras (37 Páginas) • 289 Visualizações
1. CONCEITO DE CÉLULA
Todos nós já ouvimos pelo menos uma vez a famosa frase: “a célula é a unidade fundamental da vida”. Parafraseando, podemos dizer que sem as células não existe vida.
As células possuem estruturas complexas, o que nos permite dizer que, em diversos aspectos, o homem compreende melhor a estrutura do universo do que o funcionamento das células vivas (ALBERTS et al, 2010).
Existem organismos vivos extraordinariamente diversos na superfície do nosso planeta. Nossos ancestrais, sem possuírem algum conhecimento sobre DNA, sabiam somente que todas as coisas vivas tinham algo em comum que diferenciavam das coisas não-vivas. As descobertas do século passado desvendaram o grande mistério que envolve a natureza da vida. Hoje sabemos que a árvore, a bactéria e o homem são seres diferentes, porém todos eles compartilham de uma mesma maquinaria para a maioria de suas funções básicas: a célula (ALBERTS et al, 2010).
As células solitárias constituem a forma mais simples de vida, que se propagam por divisão celular. Os agregados celulares, que constituem organismos superiores como o homem, desempenham funções mais especializadas. Ambas as células são estruturalmente bastante similares, possuem membrana plasmática responsável por separar o conteúdo celular do meio extracelular (ZAHA et al, 2003).
Uma das teorias mais aceitas sobre o processo evolutivo que originou as primeiras células relata que na Terra, a aproximadamente 4 bilhões de anos, a atmosfera provavelmente continha vapor d’água, amônia, metano, hidrogênio, sulfeto de hidrogênio e gás carbônico (JUNQUEIRA & CARNEIRO, 1997).
A superfície da Terra estaria coberta por grande quantidade de água, disposta em grandes oceanos e lagoas. Essa massa líquida, chamada de caldo primordial, era rica em moléculas inorgânicas e continha em solução os gases que constituíam a atmosfera. Sob a ação do calor e da radiação solar, e de descargas elétricas vindas das tempestades, as moléculas dissolvidas no caldo primordial combinaram-se quimicamente para constituírem os primeiros compostos contendo carbono. Substâncias relativamente complexas como proteínas e ácidos nucléicos teriam aparecido espontaneamente, ao acaso (JUNQUEIRA & CARNEIRO, 1997).
Somente os ácidos nucleicos são capazes de autoduplicação, e uma demonstração experimental comprovou laboratorialmente que moléculas de RNA simples são capazes de evoluir para moléculas mais complexas, sem auxílio de proteínas enzimáticas. Essa descoberta faz supor que a evolução começou com moléculas de RNA (JUNQUEIRA & CARNEIRO, 1997).
Provavelmente formaram-se moléculas de fosfolipídios ao acaso que, espontaneamente, constituíram as primeiras bicamas fosfolipídicas, e estas podem ter envovido conjuntos de moléculas de ácidos ribonucleicos, nucleotídeos, proteínas e outras moléculas. Estava, assim, constituída a primeira célula, com sua membrana fosfolipídica. O oxigênio livre só apareceu muito depois, graças à atividade fotossintética das células autotróficas (JUNQUEIRA & CARNEIRO, 1997).
De maneira geral, podemos conceituar as células como unidades de vida formadas por um complexo agregado de moléculas, organizadas conforme suas funções e delimitadas pelas membranas celulares (ZAHA et al, 2003).
3. CÉLULAS EUCARIONTES
No grupo dos organismos eucarióticos estão inclusos as plantas, animais, fungos, protozoários e alguns organismos unicelulares como leveduras e algas verdes (ZAHA et al, 2003).
As células eucariontes apresentam duas partes morfologicamente bem distintas: o citoplasma e o núcleo. O citoplasma é envolto pela membrana plasmática e o núcleo pelo envoltório nuclear (JUNQUEIRA & CARNEIRO, 1997).
As células eucariontes são ricas em membranas. Suas diferenças enzimáticas e o direcionamento das moléculas absorvidas permitem que se formem compartimentos que separam os diversos processos metabólicos, funcionando assim como uma fábrica organizada, onde cada sessão é responsável por uma atividade (Figura 21) (JUNQUEIRA & CARNEIRO, 1997).
3.1 Características estruturais das células eucariontes
3.1.1 Citoplasma
Os compartimentos do qual falamos se encontram no citoplasma e são denominados de organelas. Existem várias organelas como: mitocôndrias, retículo endoplasmático, aparelho de Golgi, lisosomas e peroxissomas. Além das organelas, o citoplasma pode apresentar depósitos de substâncias diversas, como grânulos de glicogênio e gotículas lipídicas. A matriz citoplasmática, hialoplasma ou citosol, preenche o espaço entre essas estruturas e contém moléculas de água, íons diversos, aminoácidos, precursores dos ácidos nucléicos, diversas enzimas que participam da degradação e síntese de hidratos de carbono, de ácidos graxos, de aminoácidos e de outras moléculas (JUNQUEIRA & CARNEIRO, 1997).
Figura 21. Esquema estrutural das células eucariontes
Fonte:Adaptado de http://csls-text3.c.u-tokyo.ac.jp/active/11_00.html
O citoplasma contém também monômeros protéicos que, ao se polimerizarem, constituem diversas estruturas celulares como os microtúbulos e os filamentos de actina, que compõem o citoesqueleto (JUNQUEIRA & CARNEIRO, 1997). Os microtúbulos são estruturas cilíndricas e ocas formados por uma proteína globular, a tubulina (Figura 22). A função dos microtúbulos é fornecer suporte estrutural para manter a forma da célula e a disposição interna das organelas. Participam também da formação dos cílios e flagelos da célula. Os filamentos, ou microfilamentos, formados pela proteína actina juntamente com a miosina, são os principais componentes do mecanismo contrátil da célula, ou seja, pela contração e relaxação das células musculares (Figura 23). Além disso, participam de outros processos como o movimento ameboide (JUNQUEIRA & CARNEIRO, 1997).
Figura 22. Estrutura dos microtúbulos
Fonte: Adaptado de: http://www.infoescola.com/citologia/citoesqueleto/
Figura 23. Estrutura dos microfilamentos
Fonte: Adaptado de: http://www.infoescola.com/citologia/citoesqueleto/
3.1.2 Ribossomos
Os ribossomos são formados por complexos de proteína e moléculas de rRNA (RNA ribossômico) chamados de subunidades e são produzidos no nucléolo. Sua
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