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Dança Como Linguagem

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Por:   •  16/9/2013  •  1.809 Palavras (8 Páginas)  •  419 Visualizações

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A dança é a linguagem simbólica mais antiga da humanidade. Desenvolvida e aprimorada ao longo de sua história, de uma maneira complexa de organização de movimentos, a dança contribuiu (e contribui) incessantemente com o desenvolvimento da inteligência e das capacidades motoras do homem e seu comportamento, assim como, com as modificações sociais ao longo dos séculos, devido a diversificação das técnicas e às descobertas cada vez mais minuciosas das possibilidades e/das atividades corporais. E são essas descobertas que permeiam os estudos e conceitos do universo lúdico da dança até as pesquisas e aperfeiçoamentos de especificações técnicas e estéticas.

A dança advém das manifestações de agradecimento e da comunhão do homem pré-histórico com a natureza, porém é na Grécia Antiga que começam a aparecer os primeiros sinais de organização, quando muitas vezes eram realizadas danças circulares, onde os dançarinos usavam máscaras, dançavam e cantavam em homenagem aos deuses, principalmente ao deus Dionísio, o deus do vinho. Com o declínio da civilização grega e ascensão do Império de Roma os dançarinos gregos eram apenas espetáculo para os romanos. Nesse período destaca-se pantomima.

Na Idade Média, com advento Cristão, todo pensamento era ditado pela Igreja Católica, que permitia somente danças ligadas a sua religiosidade, a dança litúrgica. As outras eram classificadas como “pagãs”. Embora fossem proibidas ou não legitimadas pelo Clero, essas danças continuaram a existir e a fazer parte da vida dos populares, como a Carola (dança criada pelos camponeses), por exemplo. Essa fase da história também é marcada pela presença dos mambembes, que eram dançarinos ambulantes que se apresentavam em feiras e aldeias no limite dos castelos, aprendendo, exibindo e ensinando danças de diferentes tipos e regiões, que eram imitadas, inclusive pelos nobres. Surgindo assim, a dança de corte.

O fim da Era medieval, trouxe para aquele tempo muita confusão, guerras, fome e doenças. As pessoas, então, praticavam danças curativas e a dança macabra, muitas vezes dançada em cemitérios para representar a insanidade causada pelo pecado. Contudo, também foi nesse período que a dança passou a utilizar da música e da poesia, exigindo a beleza das formas através da pesquisa e do aperfeiçoamento do dançarino. Começando assim, a adquirir características de espetáculo artístico em meados do século 14, quando o momo, gênero de dança da época, passou a ser apresentado como atração nos intervalos dos banquetes reais, com a participação/junção de dançarinos, cantores, músicos, etc. Elementos que mais tarde também comporão o balé de corte.

Com o fim do teocentrismo e da Idade Média e o início do Renascimento, a arte rompeu o seu elo com a Igreja e começou uma busca por valorização e uma sociedade que contribuísse com o fazer artístico, considerando principalmente a burguesia composta por comerciantes cada vez mais ricos. Essa foi uma fase de estudos artísticos aprimorados em que a dança passou por um processo de reestruturação ainda mais complexo de treino, consciência corporal, cenário e ações dramáticas, que consequentemente acabaram por formar e tornar indispensáveis o bailarino profissional e o mestre de dança, que era o responsável pelas coreografias e era uma pessoa próxima aos príncipes. Essa nova organização técnica composta também por música e poesia se apresentava como balé de corte, diferente da dança de corte, onde todas as coreografias eram realizadas da mesma forma. Tal balé era ostentado pela Nobreza, que cultivava um modo de vida refinado e elegante conforme a sua vontade, poder e imposição às outras classes sociais. Sucederam-se inúmeros problemas nas sucessões ao trono real francês, um momento em que o balé de corte foi usado também como artifício de “propaganda” da própria corte. Com a sucessão de Luís XIV, que era um entusiasta dessa linguagem, a profissionalização da dança teve um impulso maior e mais significativo, intensificado com a criação da Academia Real de Dança em 1661, que persistiu até 1.780.

Posteriormente ao balé de corte, o coreógrafo Pierre de Beauchamps iniciou uma reforma na dança, criando as cinco posições básicas do balé e com a codificação de uma técnica de dança clássica e rigorosa que ressaltava a beleza e a rigidez das formas e dos movimentos através de uma técnica de expressão rigorosa, onde o gesto era mais importante do que a emoção representada por ele. Outro importante colaboradore foi Moliére, com a comédia-ballet, que era em sua essência um balé de corte.

Jean-Georges Noverre foi quem realmente reformulou a dança, apresentada nesse período. Ele usou de pesquisas contundentes da música e da anatomia para transformar a dança em uma narrativa dramática naturalmente expressiva. Noverre ao contrário de Beauchamps, acreditava que a estética do movimento deveria ser o reflexo da emoção do dançarino. A dança deveria transcender através do corpo e do espírito e não representar movimentos formais e mecanizados. E, através das Letters of Noverre, ele sugere mudanças com relação ao uso das máscaras e da indumentária pesada e desconfortável, da técnica, etc. Principalmente sobre a alienação do bailarino e a formação de professores.

Já durante o Movimento Romântico que permeou o século 19, os sentimentos do homem estavam a flor da pele e a sua sensibilidade se sobrepunha à razão. A dança, nesse contexto, evoluía trazendo leveza, fluidez e o etéreo para seus movimentos, exteriorizando e expressando os seus sentimentos através deles. Nesse período a bailarina era o centro das atenções do espetáculo e os corégrafo desenvolvia coreografias que primeiramente deveriam destacar as qualidades de sua dançarina. O bailarino era o suporte para esse destaque. A dança na ponta do pé e uso indumentária leve que favorecia o movimento, inovaram ao deixar os bailarinos muito mais leves e expressivos ao dançar os balés, que geralmente tinham como tema o amor entre mortais e espíritos. Um exemplo disso foi o balé La Sylphide, coreografado para as dançar nas pontas.

Coreógrafos e bailarinos circulavam pela Europa, enquanto Marius Petipa (1818-1910), iniciava uma poderosa e influente escola russa que dava sinais de uma nova técnica de dança clássica muito mais aprimorada. Um dos principais balés de Petipa é a Bela Adormecida, feito em parceria com Tchaikovsky (1840-1893). Todavia, foi durante o período conhecido como Neoclassicismo, que a técnica russa se espalhou por toda Europa e depois pelo mundo com seu virtuosismo e força, através dos esforços de Serge Diaghliev (1872-1929), um estimulador e divulgador das artes, naquele tempo, que fez com que a dança ressurgisse no ocidente

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