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Inovações No Ensino Aprendizagem De Arte

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Por:   •  4/3/2015  •  1.919 Palavras (8 Páginas)  •  643 Visualizações

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Inovações no Ensino aprendizagem de Arte

Kátia Célia Ferreira

Introdução

É inegável o avanço que o mundo contemporâneo tem apresentado, não só no sentido tecnológico, mas também econômico, político e social. Sendo assim, o ensino-aprendizagem de Arte, como o das demais disciplinas não poderia opor-se a tais transformações, uma vez que é impossível dissociá-lo da vivência humana.

A Arte, desde 1816, foi entendida por diferentes prismas e seu ensino, consequentemente, foi adequando-se a essas mudanças. Ora tecnicista e mecânico para suprir o mercado de trabalho durante a Revolução Industrial, ora sinônimo de autoexpressão (romantização que desconsiderava fatores externos ao sujeito).

Hoje, arte- educadores demonstram se preocupar com a qualidade do ensino-aprendizagem de arte e buscam, a partir de leituras e estudos, melhores formas de ministrar suas aulas e conquistar seu público, capacitando-o para leitura, interpretação e produção artística, assim como já apontam as Orientações Curriculares para Arte quando trata dos três pilares do ensino-aprendizagem de Arte.

O estudo será fundamentado por obras muito esclarecedoras que enriquecem o presente trabalho, cujas leituras se caracterizam como obrigatórias a quem deseja se tornar arte-educador, tais como Inquietações e mudanças no ensino da Arte de Ana Mae Barbosa, Arte na educação escolar. (FUSARI; FERRAZ, 2001) e Orientações Curriculares: Educação Básica de Mato Grosso: área de Linguagens, entre outros.

De acordo com Barbosa, é necessário que conheçamos a Arte e sua trajetória para que entendamos algumas transformações.

"O conhecimento crítico de como os conceitos formais, visuais, sociais e históricos aparecem na Arte, como eles têm sido percebidos, redefinidos, redesignados, distorcidos, descartados, reapropriados, reformulados, justificados e criticados em seus processos construtivos ilumina a prática da Arte, mesmo quando essa prática é meramente comercial" (2011, p. 21)

Barbosa questiona, ainda, a fase em que a Arte era considerada "Livre Expressão" e afirma que aqueles que defendem Arte na escola meramente para liberar a emoção devem lembrar que podemos aprender muito pouco sobre nossas emoções se não formos capazes de refletir sobre elas. Na educação, o subjetivo, a vida interior e a vida emocional devem progredir, mas não ao acaso. Se a Arte não é tratada como um conhecimento, mas somente como um "grito da alma", não estaremos oferecendo uma educação nem no sentido cognitivo, nem no emocional.

Outra nomenclatura bastante conhecida, e não menos equivocada, segundo BARBOSA (2011, p. 40) é Educação Artística. Para doutora em Arte, esse termo, instituído oficialmente no Brasil a partir da Lei 5692/71, não apresentava nenhum acréscimo cognitivo aos estudantes, uma vez que permitia-se fazer qualquer coisa, partindo ora de uma sensibilização primeira, ora de simplistas apropriações de sucatas ou lixos para grotescas reproduções.

A autora explica as mudanças de nomenclaturas como escolhas conceituais que definem trajetórias metodológicas. Contudo, nada é tão cirurgicamente delimitado e as terminologias acabam abarcando uma complexidade de conceitos que se (inter) relacionam. O que acontece é que conforme uma nova lei posiciona outra direção, essas questões pedem ressignificação e novos questionamentos. Afinal, vivemos em um mundo dinâmico em que o movimento e a mudança são sinônimos de vida. As mudanças são, portanto, exigências naturais do mundo moderno que avança a passos largos, inovando e ressignificando tudo, inclusive a Arte.

Diante dessas transformações, inevitavelmente, o professor tem que construir melhores formas de estimular os sentidos dos alunos, realizando leituras que aprimorem o olhar, o ouvido e o corpo, considerando (por que não?!) a Proposta Triangular (Ler, contextualizar e fazer), se for o caso, encontrar uma aliada nas tecnologias contemporâneas.

Cabe ao docente estimular olhares mais profundos, leituras menos superficiais e interpretações mais significativas. As pinturas, esculturas, danças, entre outras manifestações, também exigem que nos debrucemos sobre elas e as analisemos como textos, passíveis de várias interpretações, dependendo da vivência e dos conhecimentos possuídos por quem as observa.

Desenvolvimento

A escolha desse tema para do artigo é decorrente da dificuldade encontrada em quebrar a visão tradicional (e artificial) acerca do ensino de Arte e de estabelecer/oferecer um ensino-aprendizagem mais significativo, que considere a história, o homem e a vida que circundam a leitura e interpretação de uma determinada expressão artística.

Embora minha formação inicial seja em Letras-Língua portuguesa, desde 2009 tenho ministrado aulas em Arte e, desde então, me deparo com algumas barreiras impostas pelos próprios alunos em relação às mudanças. A muitos deles, parece mais cômodo continuar pintando, recortando e colando coisas sem sentido. No entanto, quando descobrem o verdadeiro sentido que o estudo desta disciplina tem, se entregam à viagem pelas diferentes culturas, no tempo e espaço.

Por muito tempo, o ensino de Arte caracterizou-se, unicamente, como forma para desenvolvimento moral sensibilidade e criatividade; lazer e divertimento; ornamentação da escola e celebrações cívicas e comemorativas; memorização de outros conteúdos ou compensação oferecida para acalmar ou descansar de disciplinas "mais sérias".

O professor reflexivo tende a se autoavaliar constantemente, rever suas práticas e como elas contribuem para o ensino-aprendizagem e aceitação da Arte enquanto disciplina, tendo em vista que não cabem mais, na realidade atual, práticas que artificializam o ensino dela, restringindo-o somente a práticas maçantes e mecânicas de recorte, colagem, dobraduras ou enfeites relativos à datas comemorativas.

O avanço tecnológico por que passa o mundo requer que o docente reavalie sua postura e veja- não por modismo- mas por necessidade o quanto suas práticas podem estar ultrapassadas e descontextualizadas. Além disso, o educador deve ser categórico ao assumir sua postura de Arte-educador e não decorador de escola em festividades, valorizando, assim, sua formação.

Embora haja dificuldades, a educação estética atual só será efetivamente válida quando conseguirmos "desconstruir" as ideias em torno das quais giram as velhas práticas que não formam pessoas aptas ao reconhecimento e

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