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LEVANTAMENTO DA MESO E MACROFAUNA DO SOLO EM DOIS ECOSSISTEMAS: ÁREA AGRICULTADA E FLORESTA

Por:   •  13/3/2016  •  Monografia  •  2.004 Palavras (9 Páginas)  •  528 Visualizações

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INTRODUÇÃO

O solo pode ser conceituado como um sistema complexo composto de seres vivos, matéria orgânica e mineral cujas interações resultam em suas propriedades químicas e biológicas. Assim, os organismos do solo não são apenas seus habitantes, mas também seus componentes. A biodiversidade dos solos pode ser afetada pelos sistemas de cultivo, modificações ambientais e sustentabilidade do sistema. Uma maneira de realizar estes estudos é através da avaliação da diversidade de organismos do solo (LASTA et al., 2002).

O estudo das áreas naturais como floresta, campo bruto e ambiente modificado pelo homem, como a agricultura, mostra a alteração ocasionada na estrutura da comunidade da fauna edáfica, pela ação antropogênica nesse ecossistema, porém, quando esse ecossistema alterado possui uma estrutura similar a aquele sistema original, a fauna é mais bem conservada (BARROS, et al., 2003). A estreita relação entre a fauna edáfica e a qualidade ambiental do solo, demonstra a importância desses organismos como indicadores do equilíbrio de funcionamento do sistema (SILVA et al., 2006).

A importância da fauna edáfica está relacionada a ciclagem de nutrientes e a regulação dos processos biológicos ao nível microbiano, devido a atividade alimentar desses invertebrados, bem como, são agentes transformadores das condições físicas, químicas e biológicas (ANDRADE, 2000).

Monitorar a fauna do solo pode ser um instrumento que permita avaliar a sua qualidade ambiental, além de seu próprio funcionamento como sistema de produção agrícola. O conhecimento das associações entre processos de decomposição e ciclagem de nutrientes na interface solo-planta pode contribuir para otimizar a produção dos agroecossistemas. O conhecimento dos grupos de organismos capazes de realizar eficientemente processos de regulação das comunidades microbianas, ciclagem de nutrientes, além de modificar estruturalmente os habitats da serrapilheira e do solo, podem fornecer bases para o manejo da fauna do solo, tanto de maneira direta, pela introdução de grupos de invertebrados de maior interesse, como de maneira indireta, pelo manejo de características do habitat (ANDRADE, 2000).

Todo ser vivo por menor e insignificante que pareça tem um papel importante no ciclo de vida, que reside basicamente na formação de substâncias por microorganismos, micro e mesofauna. Se não houvesse destruição, a vida não poderia continuar, porque o mundo estaria entulhado de plantas e animais mortos, de dejeções e de lixo (PRIMAVESI, 1996). Deste ciclo de formação e degradação depende toda a vida animal, da ameba até o homem e quanto mais se aproxima da destruição total da substância tanto mais se aproxima também do inicio de nova vida. Toda a vida sobre a terra firme inicia-se no solo, que determina a micro e meso vida, sendo estas, por sua vez, fatores de formação do solo (PRIMAVESI, 1996).

O estudo da fauna edáfica é bastante relevante, pois permite o conhecimento das várias atividades de manutenção e sobrevivência das comunidades vegetais e animais. No solo, as principais atividades executadas pelos organismos são as decomposições da matéria orgânica, produções de húmus, ciclagens de nutrientes e energias, fixação de nitrogênio atmosférico, produção de compostos complexos que causam agregação do solo, decomposição de xenobióticos e controle biológico de pragas e doenças, proporcionando dessa forma, uma biodiversidade elevada (SIQUEIRA, 1993).

Os organismos dominantes nos três ambientes estudados foram os da ordem Acari, Collembola, Coleoptera e Heminoptera. É possível dizer que a densidade populacional de ácaros e colêmbolos são componentes importantes da qualidade biológica do solo.

O presente trabalho teve como objetivo avaliar a ocorrência de diversos organismos do solo na área do CEDETEG, com ênfase em ácaros, colêmbolos e demais organismos que habitam ou passam por um estágio da vida no solo, observando a sua sazonalidade, bem como quantificar esses grupos de animais, e observar as alterações desses grupos nas áreas naturais e ambientes que tiveram a interferência antropogênica. Por isso estudar a diversidade e a importância desses grupos poderá ser a abordagem que mais contribua para a compreensão da capacidade reguladora da fauna edáfica nos ecossistemas e das consequências esperadas a partir da exclusão de um ou mais grupo.

Inter-relações entre organismos edáficos e o solo

Os organismos vivos e seu ambiente não vivo estão interrelacionados e interagem entre si, formando um ecossistema que abrange todos os organismos que funcionam em conjunto numa dada área, interagindo com o meio físico de tal forma que haja um fluxo de energia que produza estruturas bióticas e uma ciclagem de materiais entre as partes vivas e não vivas (ODUM, 1988). Portanto, os seres vivos que existem num determinado lugar sempre são uma comunidade determinada pelas condições reinantes e nunca são espécimes isolados, que, por acaso ali existem, o meio ambiente de um lugar inclui tanto o solo, o clima, como também fatores introduzidos pelo homem, como culturas agrícolas, adubos, herbicidas, irrigação e dentre outros (PRIMAVESI, 1996).

Os seres vivos no solo fazem parte dele, modificando-o. O solo é formado através de sua vida, e a vida é típica das características específicas do solo, ou seja, o solo determina a vida e a vida determina o solo. Pois, existe uma estreita relação entre a vida e os fatores que regulam os equilíbrios biológicos (PRIMAVESI, 1996).

Os organismos da fauna edáfica participam ativamente na formação do solo podem ser utilizados como indicadores da sustentabilidade, como qualidade ou saúde do solo (LEIVAS et al., 2008; SILVA et al., 2007).

O equilíbrio de um determinado ecossistema vai depender de fatores bióticos e abióticos, como a ciclagem de nutrientes e a formação do solo, as quais são resultados da atividade de animais invertebrados que cumprem no solo o seu ciclo de vida (CORREIA, 2002; WINK et al., 2005; LEIVAS et al., 2008).

A maioria dos componentes da mesofauna e muitos da macrofauna melhoram o solo especialmente no que diz respeito à mobilização de nutrientes, através de enzimas e o melhoramento de estruturas, pela ativação da micro vida, melhorando assim a parte física do solo (PRIMAVESI, 1996).

O espaço onde vive um animal é modificado por sua simples existência, especialmente graças às suas enzimas e dejeções. Esta modificação pelos mais favorecidos beneficia ou prejudica a outros, favorecendo ou limitando sua proliferação (PRIMAVESI, 1996).

As galerias construídas pelos animais do solo, como larvas de insetos, insetos, minhocas,

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