Linfoma Em cães E Gatos
Artigo: Linfoma Em cães E Gatos. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: carlastivaletti • 16/1/2014 • 3.822 Palavras (16 Páginas) • 678 Visualizações
1 Introdução
Linfomas são neoplasias caracterizadas pela proliferação clonal de linfócitos malignos. Também conhecidos como linfossarcoma ou linfoma maligno, originam-se principalmente de órgãos linfóides, como medula óssea, timo, baço, fígado e linfonodos (DALECK et. al., 2009). É o mais comum dos distúrbios linfoproliferativos dos pequenos animais. Os cães de meia-idade a mais idosos são primariamente afetados, sem predileção sexual (OLGIVIE, et. al. 1998). Caracteriza-se por elevada agressividade. O aparecimento do linfoma é considerado espontâneo (MORENO et al, 2007). O linfoma pode apresentar diferentes localizações anatômicas, sendo classificado em multicêntrico, mediastinal (ou tímico), alimentar, cutâneo e extranodal.
Caracteriza-se por linfadenomegalia regional ou generalizada. Podem-se visibilizar hepatoesplenomegalia pelo ultrassom ou até mesmo por palpação abdominal, aumento dos linfonodos mediastinicos também podem ser observados. A maioria dos animais com linfoma o prognóstico é desfavorável (DALECK et. al., 2009). Os sinais clínicos dependem de sua localização, sendo assintomático em estádios iniciais. O sinal clássico é o aumento dos linfonodos, inicialmente dos submandibulares, pré-escapulares e axilares, progredindo para linfadenomegalia generalizada.(DALECKv et. al., 2009).
2 Etiologia
Conforme Amorim et al , 2006, o linfoma é uma neoplasia frequente em gatos por que essa neoplasia pode ser causada pelo retrovírus denominado vírus da leucemia felina (FeLV), onde aproximadamente 75% dos gatos com linfoma são positivos para vírus da leucemia felina (FeLV – positivo).
Já nos caninos a etiologia é considerada multifatorial. No entanto, um componente genético é evidente, já que a prevalência dessa neoplasia é elevada em determinadas linhagens sanguíneas.(NELSON e COUTO, 2006).
Porém o surgimento da doença apresenta um risco aumentado em pacientes com sistema imune comprometido, com inflamações crônicas, com imunodeficiências congênitas ou adquiridas, com distúrbios auto-imunes, que se expõem a determinados agente físicos ou químicos (radiação, herbicidas, pesticidas, solventes, fertilizantes) .
3 Fisiopatologia
O sistema linfóide é composto pelos órgãos linfóides primários (timo e medula óssea) e pelos órgãos linfóides secundários (linfonodos, baço e tecidos linfóides associados à mucosa (MALT) - como as adenóides, amígdalas, as placas de peyer no intestino dentre outros amplamente espalhados pelo organismo.
Linfócitos são células do sistema imune que defendem o organismo contra invasão de agentes estranhos. Todos os linfócitos originam-se na medula óssea. Formam-se a partir de células linfóides progenitoras descendentes de células-tronco hematopoiéticas pluripotentes, e antes de se tornarem células ativas completamente diferenciadas, passam por diversos estágios de maturação.
Os linfócitos B e T diferenciam-se em múltiplos aspectos. Primeiramente pelo local onde passam pelo processo de maturação, linfócitos T maturam no timo e linfócitos B maturam na medula óssea (do inglês bone marrow), devido a isso recebem as designações B e T. Seus modos de ação também são distintos: células B diferenciam-se em plasmócitos, e sua função final é secretar imunoglobulinas em forma de anticorpos, que se encontram com seu antígeno específico em meio extracelular ou na corrente sanguínea;por sua vez, o encontro das células T com seu antígeno acontece sempre no meio intracelular, com auxílio das proteínas MHC (Complexo de histocompatibilidade principal). Outra notável desigualdade: os linfócitos T diferenciam-se em dois subtipos: os T CD4, que são células auxiliares da imunidade adaptativa, e os T CD8, que são células citotóxicas da imunidade adaptativa; e os linfócitos B transformam-se tão-somente em células plasmáticas da imunidade adaptativa.
Quando há proliferação desordenada das células linfóides de origem dos órgãos linfóides ou da medula óssea temos o linfoma.
4 Classificação
Tradicionalmente, o linfoma é classificado com base no local anatômico e os sinais clínicos variam com os locais envolvidos (VAIL & OGILVIE, 2003).
Embora a classificação proposta pela OMS seja considerada incompleta, ainda é aceita e muito utilizada (MORENO & BRACARENSE, 2006)(Tabela 1) Esta classificação também indica o estadiamento clínico do linfoma, determinando a infiltração do tumor em outros órgãos e a presença ou ausência de sinais clínicos. A maioria dos cães apresenta-se em grau III ou IV da doença quando avaliados clinicamente. Isto ocorre devido à demora no encaminhamento do cão ao clínico veterinário, resultando na progressão da doença (CROW, 1982; TESKE et al., 1994; MILNER et al.,1996, De MOURA et al., 2003).
De acordo com Nelson e Couto (2006), existem quatro formas anatômicas de apresentação nos cães com linfoma: multicêntrica, mediastinal, alimentar e extranodal.
Além disso, podem ser classificados também quanto à citomorfologia em: alto, médio e baixo grau (MOULTON e HARVEY, 1990; TESKE et al, 1994; JONES et al, 1997; De MOURA et al, 1999; SEQUEIRA et al, 1999, apud. MOURA et al, 2001; VAIL e OGILVIE,2003).
Quanto à imunomorfologia os linfomas são classificados em: linfomas T, linfomas B e linfomas não-B/não-T, bem como decelularidade mista (B/T) (MOULTON e HARVEY, 1990; TESKE et al, 1994; JONES et al, 1997; De MOURA et al, 1999; SEQUEIRA et al, 1999, apud. MOURA et al, 2001; VAIL e OGILVIE, 2003).
4.1 Classificação anatômica
4.1.1 Linfoma Multicêntrico
A forma clínica mais comum é a multicêntrica representando 84% dos casos se caracterizando pelo aumento generalizado dos linfonodos superficiais, que apresentam consistência firme e são indolores, com a possibilidade de infiltração das células neoplásicas no fígado, baço, medula óssea e tonsilas (FAN & KITCHEL, 2002) ( Figura 1).
Os linfonodos estão consideravelmente aumentados (quatro a dez vezes o diâmetro normal), até o ponto que alguns deles tornam-se visíveis à inspeção(Figura 2 ) Geralmente eles estão firmes, não aderidos aos tecidos circunjacentes, e indolores (ETTINGER
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