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O Conhecimento Das mães Sobre O Aleitamento Materno Na Fase De Lactância

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Por:   •  16/5/2014  •  11.177 Palavras (45 Páginas)  •  920 Visualizações

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1. INTRODUÇÃO

1.1) Amamentação: importante prática para a promoção da saúde infantil.

Desde o nascimento, as crianças apresentam necessidades específicas, que precisam ser atendidas prontamente para que alcancem um crescimento e desenvolvimento satisfatório. Sendo assim, as famílias compostas por crianças na fase de lactância precisam reconhecer que em nenhum outro período na vida existem alterações físicas e realizações de desenvolvimento tão dramáticas quanto durante o primeiro ano de vida (WHALEY & WONG, 1999). Portanto, a família precisa promover cuidados cada vez mais efetivos às crianças lactentes, visando, conseqüentemente, o bem-estar físico, cognitivo, social e emocional destas.

Um dos aspectos que precisa ser levado em consideração por todos os membros da família é que, nesta fase de suas vidas, os lactentes dependem muito da atenção familiar, principalmente materna. Pois nos primeiros seis meses de vida, o leite materno é considerado o mais importante alimento da criança para manter o crescimento e a boa nutrição, visando à promoção de sua saúde.

Segundo Giugliani (2004, p. 219):

Amamentar é muito mais do que alimentar a criança. Envolve uma interação complexa, multifatorial entre duas pessoas, que interfere no estado nutricional da criança, em sua habilidade de se defender de infecções, em sua fisiologia e no seu desenvolvimento cognitivo e emocional. Envolve também a saúde física e psíquica da mãe.

Até 2002, a Organização Mundial de Saúde (OMS) preconizava que poderia introduzir os alimentos complementares a partir dos 04 a 06 meses de idade, já hoje, não só a OMS, mas o Ministério da Saúde do Brasil recomendam como medida de saúde pública que a amamentação exclusiva ocorra até os 06 meses de vida da criança, reconhecendo que a introdução precoce dos alimentos pode ser desvantajosa para a criança. Pois se acredita que este fato possa ser relevante para o aumento da morbimortalidade infantil (BRASIL, 2002a; GIUGLIANI, 2004).

Segundo o Ministério da Saúde são indiscutíveis as vantagens da amamentação, especialmente nos primeiros meses de vida. Em primeiro lugar, ela garante, em muitos casos, a sobrevivência das crianças, e, particularmente, daquelas em condições desfavoráveis e/ou que nascem com baixo peso (BRASIL, 2002a). Dentre os argumentos a favor da amamentação pode-se ainda citar a redução da mortalidade e morbidade infantil por diarréia, infecções respiratórias, alergias, dentre outros (GIUGLIANI, 2004; ACCIOLY, 1999).

Mesmo com todos os esforços no incentivo ao aleitamento materno em nosso país, a interrupção precoce continua acontecendo de maneira significativa (BARREIRA; MACHADO, 2004), e quanto à prevalência mundial desse fato, a OMS afirma que apenas 35% das crianças são amamentadas de forma exclusiva nos primeiros meses de vida, sendo considerada a regressão desse quadro, um grande desafio para os profissionais da saúde (ABRÃO, 2006). Além disso, tem-se observado que embora 96% das mulheres brasileiras iniciem o aleitamento materno, apenas 14,7% o fizeram de forma exclusiva no período de 04 a 06 meses, e a mediana de duração da amamentação exclusiva ocorreu somente no primeiro mês de vida (BRASIL, 2001b).

Em um estudo transversal realizado em Uberlândia, Minas Gerais, verificou-se que das crianças em aleitamento materno exclusivo, envolvidas na pesquisa, 57% já faziam uso de outros líquidos concomitantemente, expondo-as a maiores taxas de anemia ferropriva, (OLIVEIRA et al, 2006), fato que corrobora com os dados mencionados sobre a as baixas taxas de aleitamento materno exclusivo, mencionadas anteriormente.

Oliveira, Camacho e Souza (2005), evidenciaram que em nosso meio, a questão do aleitamento materno ainda permanece inferior às recomendações internacionais, sendo necessário continuar com o trabalho educativo de incentivo a amamentação nos primeiros meses de vida, considerando, especialmente, crianças de famílias de baixa renda e de baixo peso ao nascer. Esse fato mostra-se bastante propício à região nordeste, onde a mediana de duração de aleitamento materno exclusivo varia nas capitais do Recife de 6,8 a 63,6 dias em Fortaleza (COUTINHO et al, 2005).

Entretanto, muito tem se avançado nesse sentido, pois várias entidades e iniciativas foram criadas a fim de promover, de forma sistematizada, o apoio ao aleitamento, dentre as quais podemos citar: a Iniciativa Hospital Amigo da Criança (IHAC), criada em 1990 pela OMS e pelo Fundo das Nações Unidas pela Infância (UNICEF), e adotada pelo Brasil dois anos depois, alcançando um número significativo de maternidades com esse fim. Já em relação à atenção básica, assim como nos hospitais, foram criados os dez passos parar a implantação da Unidade Básica Amiga da Amamentação em 2001, sendo esses dez passos adaptados para as Unidades de Saúde da família em 2003 como estímulo e proteção do Ministério da Saúde ao aleitamento materno (DUBEUX et al, 2004). Como exemplo positivo dessa iniciativa cita-se as IUBAAM, Iniciativa Unidade Básica Amiga da Amamentação, da cidade do Rio de Janeiro, pioneira nesse serviço (OLIVEIRA; CAMACHO; SOUZA, 2005).

No Ceará, 21 hospitais foram organizados e conquistaram o título de amigo da criança, mantendo-se até hoje. Além desse fato, a Secretaria de Saúde do Estado do Ceará, desde 1996, tem desenvolvido estratégias com a finalidade de promover a prática do aleitamento, tais como a implantação dos Bancos de Leite Humano e postos de coleta (SESA, 2002).

É oportuno colocar que nas crianças menores de cinco anos, a influência dos fatores ambientais é muito maior do que os genéticos, quanto ao potencial de crescimento. Até os 02 anos, o crescimento reflete as condições de nascimento (gestação, fatores ambientais e nutricionais), já em crianças maiores, adolescentes e jovens, os fatores genéticos apresentam maior influência (ROMANI; LIRA; 2004, VITOLO, 2003; MURAHOVSCHI, 2003; BRASIL, 2002b). Portanto, constata-se a necessidade de se analisar de forma prescisa as estatísticas que apontam as taxas de aleitamento que ainda continuam insuficientes em nosso contexto nacional e regional.

Nesse ínterim, a criança, até os cinco anos, requer cuidados com a questão alimentar, pois é considerada como um dos fatores que é mais facilmente controlável e que influencia diretamente

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