O Grande Vilão Dos Quadrinhos.

O grande vilão dos quadrinhos.

Em 1954, a arte dos quadrinhos sofre um duro golpe, quando o psicanalista Fredric Wertham publica A Sedução dos Inocentes, onde ele acusava os quadrinhos, principalmente os de ação, a serem causadoras da delinquência juvenil, homossexualismo e incentivadoras para a violência e o consumo de droga.

Pelo fato de muitos desafiarem as leis da física, utilizarem de disfarce e estarem acima da lei, como Superman e outros heróis que “desafiam as leis da gravidade[...]”, dá as crianças uma ideia completamente errada de outras leis básicas da física” (WERTHAM, 1954. p.34), além do fato de usarem mascaras, o que estimula as crianças a utilizar do anonimato para cometer crimes.

“Muitos adultos pensam que os crimes descritos nas histórias em quadrinhos estão distantes da vida das crianças, que, para as crianças, eles são meramente algo imaginativo ou fantástico. Mas nós achamos que isso é um grande erro. Quadrinhos e vida estão conectados. Um assalto a banco é facilmente traduzido para o furto de uma loja de doces. Delinquências restritas anteriormente a adultos estão sendo cada vez mais cometidas por jovens e crianças.” (WERTHAM, 1954. p.25)

Para Weartham, as aventuras de Batman e Robin, seriam um estimulo as relações homoafetivas, por ambos estarem sempre juntos e defendendo um ao outro e não existir em nenhuma história o interesse de algum deles por uma figura feminina, e a única figura feminina é vilã mulher-gato.

Com isso, diversos especialistas, pais e professores condenaram as histórias em quadrinhos, proibindo que as crianças lessem e queimando os exemplares disponíveis. Fazendo com que diversas editoras, cancelassem títulos.

Autoridades criaram um código de ética e autoestima, Comics code Authority, para tentar contornar essa crise. Para muitos autores, como Waldomiro Vergueiro, esse código empobreceu a narrativa e o conteúdo dos quadrinhos, fazendo com que se torna-se apenas para consumo.