Mitos Sujacentes De Historia Em Quadrinho
Artigos Científicos: Mitos Sujacentes De Historia Em Quadrinho. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: Amanda_alves • 19/9/2013 • 439 Palavras (2 Páginas) • 483 Visualizações
MIto e heRóI nos quadRInhos
Muitos foram os estudos feitos sobre os mitos, assim como suas defini-
ções. Não nos cabe aqui esgotar todas, mas enumerar algumas leituras feitas
a esse respeito.
Em Mitologias, Roland Barthes afirma que o mito, antes de qualquer
coisa, é uma fala. Para ele, o homem fala o mito através de sua linguagem,
seus símbolos e projeções. Barthes divide o mito em três elementos básicos:
significante, significado e signo, sendo este terceiro o mito propriamente dito.
Isso caracteriza o mito como algo que vai além da simples imagem representada, uma vez que esta se reveste de conteúdos passíveis de interpretação, de
acordo com a cultura de indivíduos ou povos. Assim como a arte, os mitos
nem sempre podem ter seus conteúdos explicados de forma racional. Ao apreciá-los, o homem pode chegar a centenas de conclusões diferentes, uma vez
que, como as figuras arquetípicas, a arte é passível de interpretação (pessoal).
Graças ao sentimento de coletividade e universalidade do mito, essas representações não se perdem completamente no absurdo, podendo seguir um
padrão que, se não é lógico, é pelo menos “sensato”.
Autor de diversos trabalhos sobre Mitologia e Literatura Grega, Junito
de Souza Brandão realizou um longo estudo dos mitos nos seus três volumes
de Mitologia Grega. Recorrendo a conceitos como arquétipo, símbolo, rito
e religião, Brandão realizou uma análise aprofundada do mito, recorrendo
várias vezes a opiniões de outros autores célebres como Joseph Campbell,
Freud, Jung, Mircéa Eliade e filósofos da antigüidade como Demócrito, Píndaro, Ésquilo e Eurípedes.
Brandão ressalta a forma como os mitos foram muitas vezes, ao longo
de sua construção, modificados para atender a ditames estéticos, modelos e
exigências artísticas. Em suas palavras:
Para reduzir um mitologema a uma obra de arte, digamos, a uma
tragédia, o poeta terá que fazer alterações, por vezes violentas, a
fim de que a ação resulte única, se desenvolva num mesmo lugar e
“caiba” num só dia. (BRANDÃO, 1986, p. 26)
O que vemos aqui pode ser facilmente observado na releitura constante
que os quadrinhos fazem dos mitos, tanto em épocas quanto em culturas
diferentes. Hoje, os mitos sofrem um processo de adaptação à cultura materialista, de forma a atender às necessidades de uma cultura do espetáculo comercial, onde a imagem para consumo é mitificada e idealizada num
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