OBSERVADORES: FOTÓGRAFOS DA CENA BRITÂNICA DESDE 1930 ATÉ HOJE

OBSERVADORES: Fotógrafos da cena britânica desde 1930 até hoje

Foi somente na década de 1930, um século depois da invenção da fotografia, que foi possível a realização da ‘fotografia moderna’. Com o surgimento das câmeras portáteis, a fotografia não estava mais presa às convenções da arte, mas era livre para ser usada como para a realização de ‘documentários’, capturando a vida moderna de uma forma objetiva, com vitalidade e realismo.

É o que vemos na exposição OBSERVADORES: Fotógrafos da cena britânica desde 1930 até hoje; trabalhos exibidos que vão desde a cena urbana, mostrando como a classe trabalhadora inglesa vivia, por meio de seus hábitos e costumes, até a alta sociedade, sendo registrada tanto por fotógrafos de moda, quanto por fotógrafos críticos das diferenças sociais.

Para exemplificar um dos temas da exposição, a cena urbana e o cotidiano inglês da época, podemos citar a fotógrafa Shirley Baker, que exibe em suas fotografias o cotidiano das pessoas tentando sobreviver em meio aos bombardeios aéreos e conflitos da guerra de 1939-1945 e o fotógrafo e o fotógrafo George Rodger, cujas fotos em preto e branco nos mostra a triste vida daqueles que perderam tudo para a guerra e o medo dos possíveis ataques futuros.

Em contrapartida, a exposição também nos traz, com fotos de anos mais tarde, o glamour da vida em meio á moda, ricos e famosos. Alguns dos fotógrafos que podem ser citados são: A fotógrafa de moda Cecil Beaton, a fotógrafa Karen Knorr, que em um dos seus trabalhos registrou a vida glamorosa dos ricos, adicionando um texto crítico-social a cada uma das fotos e a fotógrafa retratista de artistas, escritores e atores Ida Kar.

Colocando esses temas de lado, a exposição é muito abrangente. Ao mesmo tempo em que vemos a pobreza através dos olhos do fotógrafo Paul Trevor, podemos ver retratos de paisagens por Raymond Moore. Bill Brandt se encarrega de nos mostrar a vida dos mineiros em preto e branco e Derek Rdigers nos deixa por dentro do estilo de rua dos anos 70.

Norman Parkinson abrange o naturalismo e a moda em suas fotografias e Rut Blees Luxemburg nos traz de volta ao contemporâneo de 1996 com sua foto Um projeto Moderno, que é exibida em um quadro grande e nos mostra a utilização da fotografia em baixa velocidade, registrando os rastros que os carros deixam nas rodovias e o brilho da luz que ilumina um campo de futebol ao lado.

Em resumo, a exposição nos leva de volta no tempo. Em meio ás suas fotografias em preto e branco e coloridas, viajamos para outros lugares, para outros anos, conhecendo a vida das pessoas em meio a dificuldade e o glamour, em meio ao curioso e o cotidiano, em meio ás paisagens e lugares, nos trazendo até os dias de hoje, com temas atuais e divertidos. Desde fotojornalismo até a moda, desde retratos até o registro da espontaneidade de crianças e trabalhadores. Vemos que todo e qualquer momento pode ser congelado, vemos que não importa o tema, e sim o olhar.