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PESQUISA DE CLOSTRIDIUM PERFRINGENS EM AMOSTRA CLÍNICAS DE ANIMAIS DE INTERESSE ECONÔMICO REMETIDAS AO LABORATÓRIO DE BACTERIOLOGIA GERAL DO INSTITUTO BIOLÓGICO NO PERÍODO DE JANEIRO A DEZEMBRO DE 2005

Por:   •  21/11/2018  •  Monografia  •  5.768 Palavras (24 Páginas)  •  389 Visualizações

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PESQUISA DE CLOSTRIDIUM PERFRINGENS EM AMOSTRA CLÍNICAS DE ANIMAIS DE INTERESSE ECONÔMICO REMETIDAS AO LABORATÓRIO DE BACTERIOLOGIA GERAL DO INSTITUTO BIOLÓGICO NO PERÍODO DE JANEIRO A DEZEMBRO DE 2005

INTRODUÇÃO

        

O gênero Clostridium compreende 85 espécies, algumas relacionadas com doenças específicas e outras com infecção de diferentes órgãos e tecidos. São bacilos gram-positivos formadores de esporos. A maioria das espécies é anaeróbia estrita, embora existam espécies aerotolerantes como C. tertium, C. histolyticum e C. carnis. Grande parte das espécies é saprófita, vivendo sobre substratos variados como água, plantas, alimentos e solo; outras vivem como comensais do trato gastrintestinal e, às vezes, respiratório, do homem e dos animais (MÓS, 1997).

         A espécie Clostridium perfringens é composta por um grupo heterogêneo de microrganismos anaeróbios, semelhantes nos aspectos bioquímicos e de cultivo, que são diferenciados pela estrutura antigênica de suas toxinas principais (BEER, 1988; NILO, 1980; SMITH, 1979 apud PENHA, 2004). É classificada em cinco tipos toxigênicos (A, B, C, D e E) de acordo com a produção de quatro toxinas principais: alfa (α), beta (β), épsilon (ε) e iota (ι) (SMITH; HOBBS, 1974 apud PENHA, 2004).

Mesmo o C. perfringens sendo residente natural da flora digestiva de ruminantes saudáveis (WILLIS, 1969; NIILO, 1980; VAN MESTRE et al., 2000 apud COLODEL et al., 2003), sua colonização pode aumentar rapidamente devido a fatores que alteram o ambiente intestinal, como níveis elevados de carboidratos e dietas ricas em proteína e pastagens luxuriantes, liberando assim, toxinas no trato intestinal (BUXTON & DONACHIE, 1991 apud COLODEL et al., 2003).

        Dentre as doenças bacterianas causadas por anaeróbios, as clostridioses estão entre as que mais preocupam os criadores, devido às perdas econômicas que determinam (BALDASSI et al., 1985 apud LOBATO & ALMEIDA, 1997).  Como essa enfermidade possui uma alta relevância na produção animal, é de grande importância fazer uma abordagem do C. perfringens, as enfermidades relacionadas ao patógeno.

O diagnóstico das enterites causadas pelo C. perfringens nos animais domésticos é realizado pela avaliação dos sinais clínicos, caracterização das lesões macroscópica e microscópica, isolamento do agente etiológico em cultivo bacteriológico e demonstração da presença das toxinas em amostras clínicas e no sobrenadante de culturas puras (SONGER, 1996 apud PENHA, 2004)

  1. REVISÃO DE LITERATURA
  1. Características do C. perfringens

Classificação, morfologia e características bioquímicas.

C. perfringens é um bacilo Gram-positivo (figura 1) anaeróbio, dificilmente esporulado (KONEMAN et al., 2001), com 2 a 4 µm de comprimento e 0,8 a 1,5 µm de largura e imóvel (PENHA, 2004).

[pic 1]

Figura 1. – Coloração de Gram. fonte:http://textbookofbacteriology.net/normalflora.html

Pode ser visualizado, durante a fase de multiplicação ativa, em grupos de duas ou quatros células. A maioria das cepas apresenta cápsula, que é demonstrada pelo exame do fluído peritoneal de camundongos inoculados com cultivos na fase de multiplicação ativa (ROOD, 1998; SMITH; WILLIANS, 1984 apud PENHA, 2004).

Em meio de ágar com 5% de sangue desfibrinado de carneiro estéril incubado sob condições de anaerobiose produz colônias pequenas, com diâmetro entre 1 a 3 mm, pouco convexas, semi-opacas, lisas e brilhantes. São circundadas por uma zona estreita de hemólise total (β) causada pela toxina teta (θ) e por uma zona mais larga de hemólise parcial (α) produzida pela toxina alfa (α) (figura 2). Em agar gema de ovo (figura 3), as colônias medem de 3 a 8 mm de diâmetro e são salientes, lisas, amareladas e circundadas por uma zona esbranquiçada provocada pela ação de toxina alfa sobre a lecitina do meio. Fermenta a frutose, glicose, galactose, lactose, inositol, maltose, manose, sucrose e amido. Hidroliza lentamente a gelatina e caseína; reduz o nitrato a nitrito e produz fermentação tempestuosa no leite(figura 4) (SMITH & WILLIANS, 1984; KONEMAN et al., 2001).

Figura 2. Colônias de C. perfringens em ágar-sangue de carneiro a 5%: nota-se as hemólise β e  αlise a menor z. fonte: Instituto Biológico/São Paulo-S.P.[pic 2]

Figura 3. Colônias de C. perfringens em ágar-gema de ovo: nota-se a zona esbranquiçada ao redor das colônias. fonte: Instituto Biológico/São Paulo-S.P.[pic 3]

Figura 4. Coagulação tumultuosa do leite causada pelas toxinas do C. perfringens. fonte: Instituto Biológico/São Paulo-S.P.[pic 4]

Sua atual classificação taxonômica encontra-se descrita no esquema 1 (abaixo).

Esquema 1

  1. Bacteria

Firmicutes

Clostridia

Clostridiales

Clostridiaceae

Clostridium

C. perfringens 

fonte: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/Taxonomy/Browser/wwwtax.cgi?mode=Info&id=37763&lvl=3&lin=f&keep=1&srchmode=1&unlock

Fatores que afetam o crescimento e a sobrevivência das células vegetativas e esporos

  1. Temperatura

A temperatura máxima e mínima para o crescimento do C. perfringens varia dependendo da cepa, pH e meio de cultivo utilizado. Carne cozida autoclavada é o melhor meio de cultivo, normalmente enriquecido com glicose e meio tioglicolato. Geralmente a melhor faixa de temperatura para sua multiplicação é de 15 à 50ºC (LABBE, 1989).

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