Peste Negra
Por: marianawicz • 9/11/2015 • Trabalho acadêmico • 775 Palavras (4 Páginas) • 1.429 Visualizações
Peste Negra
A peste negra, também conhecida como peste bubônica, foi responsável por uma das maiores epidemias do mundo Ocidental. Chegando através da Península Itálica, em 1348, a doença afligiu o corpo e o imaginário das pessoas que consideravam a peste negra um castigo divino contra os pecadores presentes a sociedade.
A peste negra foi uma pandemia, ou seja, a proliferação generalizada de uma doença, causada pelo bacilo Yersinia pestis, essa peste fez parte de uma série de acontecimentos que contribuíram para a Crise da Baixa Idade Média. A doença tem origem no continente asiático, nas estepes da Mongólia, lugar onde pulgas que serviam como hospedeiras da bactéria Yersinia pestis infectaram inúmeros roedores que entraram em contato com zonas de habitação humana. Na Ásia, as peças de roupas dos comerciantes serviam como abrigo para as pulgas, assim como os animais de transporte. Através dos porões dos navios de comércio, que vinham do Oriente, entre os anos de 1346 e 1352, milhares de ratos chagavam à Europa, onde encontraram uma ambiente favorável, pois na época as condições de higiene eram precárias.
Sintomas
Alguns dos sintomas da peste negra como a febre alta, os calafrios, e as dores no corpo, são parecidos com os da gripe. Além desses outros sintomas estão presentes nas três formas de infecção pela doença, a peste bubônica, a septicémica e pneumônica.
O contato humano com a doença se desenvolve principalmente pela mordida de ratos e pulgas, e também, através da transmissão aérea. Em sua variação bubônica, essa bactéria ataca o sistema linfático provocando inflamações e inchaços em áreas como a axila. Esses inchaços, conhecidos como bubões, se espalham por todo o corpo. Os bubões podem adquirir coloração azul-esverdeada e em estágios avançados da infecção, os gânglios linfáticos podem se transformar em feridas abertas que transmitem a bactéria por contato. Em uma complicação da peste bubônica, a mesma se torna septicémica, atacando o sistema circulatório, uma vez que a bactéria pode sair do sistema linfático e ir para o sangue. A peste septicémica apresenta hemorragias em alguns órgãos, o que forma manchas muito escuras no corpo. Uma vez no sangue, a bactéria é capaz de atingir qualquer órgão, sendo mais comum a infecção no pulmão.
A peste conhecida como pneumônica, ou seja, a terceira versão da doença, em geral chega aos pulmões através do sistema sanguíneo e é transmitida por vias aéreas e tem um efeito ainda pior do que as outras versões. Os pacientes costumam apresentar tosse com sangue e pus. Com o pequeno conhecimento científico da época, a Europa medieval explicava e tratava a doença de formas diversas. O doutor Tim Brooks, do Laboratório Público de Doenças Raras, explica que o fato da doença ter matado mais de 60% da população de Londres na época, mostra que a mesma não poderia ter sido causada apenas pelo rato, pois a transmissão através das pulgas carregadas pelos ratos é muito demorada. Enquanto isso, a doença transmitida por vias aéreas se espalha muito rápido.
Como as origens biológicas não eram conhecidas, muitas pessoas culpavam os grupos sociais marginalizados da Baixa Idade Média por terem trazido a doença à Europa. Existiam registros acusando os judeus, por não serem da Europa e por muito tempo viverem em constante migração, os leprosos e os estrangeiros de terem disseminado a peste negra. Porém, as condições de higiene nas cidades do século XIV, são as principais propulsoras da epidemia.
As cidades medievais eram muito populosas, o lixo e o esgoto corriam a céu aberto o que atraia insetos e roedores portadores da doença. Os aglomerados urbanos contribuíam para a rápida proliferação da peste, que, ao chegar a uma cidade se instalava durante um período de quatro a cinco meses.
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