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Processamento histológico

Por:   •  2/12/2018  •  Artigo  •  2.037 Palavras (9 Páginas)  •  772 Visualizações

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Processamento manual em microondas:
Comparação entre a utilização do xilol e do isopropanol

Duarte, Raquel Filipa

Resumo

.O processamento de tecidos é uma das etapas mais importantes na rotina histológica de um laboratório de Anatomia Patológica. Este processo é feito automaticamente daí o presente estudo fazer o processamento manualmente reduzindo assim o tempo para um diagnóstico. O Processamento compreende três fases: a desidratação numa série crescente de álcoois, diafanização com xilol e impregnação dos tecidos em parafina. O xilol é o agente diafanizador de eleição para a histopatologista, contudo por ser extremamente tóxico, será estudado o isopropanol como substituto de xilol.

Este presente estudo tem como objetivo reduzir o tempo de diagnóstico de um paciente pelo processamento manual de tecidos, bem como reduzir a exposição dos técnicos de Anatomia Patológica ao xilol usando o isopropanol.

Concluiu-se que o processamento manual de tecidos revela resultados idênticos ao processamento automático e é aconselhado o uso do isopropanol.

Palavras-chave: processamento de tecidos; xilol; isopropanol; diafanização; micro-ondas

Abstract

Tissue Processing is one of the most important steps of the routine in a Pathology laboratory. This process is done automatically and the present study do it manually thereby reduce the processing time for a diagnosis. The processing consists of three stages: dehydration in an ascending series of alcohols, leaf clearing with xylene and paraffin impregnation of tissue. The xylene is the agent of choice for the histopathologist as a clearing agente, however due to its severe toxicity, isopropanol will be studied as its substitute.

This present study aims to reduce the time of diagnosis of a patient by manual processing the tissues, as well as reduce the exposure of Pathology technicians to xylene, using isopropanol.

It was concluded that the manual processing of tissues revealed similar results to automatic processing and is recommended  the use of isopropanol as substitute.

key words: tissue processing; xilol; isopropyl alcohol; clearing agente; microwave


Introdução

Depois da remoção de uma amostra de tecido do paciente, esta é sujeita a uma série de etapas para assegurar que as lâminas finais para diagnóstico, sejam de qualidade. Os tecidos são expostos a uma série de reagentes que fixam, desidratam, diafanizam e fazem a impregnação, com a incorporação final num meio que fornece suporte para o tecido.

A qualidade da preservação dos componentes estruturais do tecido é determinada pela escolha de reagentes e tempos expostos aos reagentes durante o processamento. Cada etapa do processamento de tecidos é importante desde a aquisição da amostra, a seleção da amostra, determinar os protocolos e reagentes apropriados para usar, a coloração e diagnóstico final.

A produção de lâminas de qualidade para o diagnóstico exige habilidades que são desenvolvidas através da prática e experiência continuada com novas tecnologias e instrumentação. O processamento de tecidos em histologia é um processo físico, que envolve soluções químicas que reagem com as amostras biológicas.

Processamento de tecidos

O Processamento de tecido é concebido para remover toda a água extraída dos tecidos, substituindo-a por um meio de suporte que proporciona rigidez suficiente para permitir que o tecido não sofra danos ou distorção.

Este processo decorre em três fases, nomeadamente, a desidratação, diafanização e impregnação dos tecidos. (Bancroft, J. D. (2002)

A desidratação de tecidos tem como principio a remoção de água e fixador do tecido substituindo-o por um reagente desidratante como o etanol. Segue-se o passo da diafanização que faz a remoção do agente desidratante (etanol) substituindo-o por um fluido miscível, tanto com ele como com o meio de impregnação, que substitui o agente diafanizador pelo meio de impregnação.

A Parafina é o meio mais utilizado para a impregnação, pois esta é barata, de fácil manuseio na qual se traduz em poucas dificuldades no corte.

O processamento de tecidos automático foi implementado em 1940, sendo que o processador tipo carrossel e os sistemas de troca de fluidos foram os primeiros processadores de tecido automáticos utilizados no laboratório de histologia (L. Ralph Rohr, M. L. (2011); este tipo de processador funciona através de contentores que contêm os respetivos reagentes e são controlados automaticamente, fazendo com que o cesto dos blocos de tecido sejam transferidos de contento em contentor emergindo os blocos nos diferentes reagentes.

Estes dispositivos têm evoluído lentamente, para que seja mais segura a sua utilização, para lidar com números de amostras maiores, tornar o processamento mais rápido e produzir melhores resultados e de qualidade. Porém este tipo de processador demora em média 12h a terminar o processamento, ficando em overnigh para rentabilizar tempos na rotina histopatológica.

Existem situações em que o processamento de tecidos automático nem sempre é possível de realizar sendo substituído pelo processamento manual, que é raramente utilizado hoje em dia, contudo há exceções, nomeadamente, quando existe falha de energia, mau funcionamento do equipamento e pequenas biópsias, que precisam de um diagnóstico rápido (Anthony S.-Y. Leong, M. M. (2004).

Este presente estudo tem como objetivo reduzir o tempo de diagnóstico de um paciente pelo processamento manual de tecidos, bem como reduzir a exposição dos técnicos de Anatomia Patológica ao xilol usando o isopropanol como substituto.

XILOL Vs. ISOPROPANOL

O xilol é o agente diafanizador eleito para uso diário dos laboratórios histopatológicos. É um hidrocarboneto aromático amplamente utilizado como solvente na indústria e na tecnologia médica; é um gás incolor, que se encontra naturalmente no petróleo e alcatrão fresco, no entanto, este solvente pode danificar as amostras de tecido (Birkner e Woltman, 2007).

Como intuito de eliminar o uso do xilol no laboratório, numerosas alternativas foram investigadas (Ankle e Joshi 2011), tendo em consideração o custo, a toxicidade, flamabilidade e que preserve a morfologia e as características da coloração no tecido como o Isopropanol.

O Isopropanol é um líquido incolor, inflamável com um odor alcoólico característico. Este é completamente miscível com a maioria dos solventes, incluindo a água.

É um agente desidratante, não utilizados frequentemente devido á sua lenta penetração nos tecidos, todavia este provoca um menor endurecimento.

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