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Resenha Crítica do filme Contágio

Por:   •  3/3/2020  •  Resenha  •  988 Palavras (4 Páginas)  •  2.272 Visualizações

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Resenha crítica – Contágio

Contágio segue o rápido progresso de um vírus letal, transmissível pelo ar, que mata em poucos dias. Como a epidemia se espalha rapidamente, a comunidade médica inicia uma corrida para encontrar a cura e controlar o pânico que se espalha mais rápido que o próprio vírus. Ao mesmo tempo pessoas comuns lutam para sobreviver em uma sociedade que está desmoronando.

Diferentemente dos filmes de suspense fantasiosos, contágio traz um perigo verossímil à narrativa. Autoridades mundiais e norte-americanas lutam para conter uma epidemia mortal e de rápida transmissão. Três linhas narrativas se cruzam. A busca pela contenção da doença e a cura, os dramas pessoais dos envolvidos e a investigação da origem da doença. O roteiro se preocupou em dar uma aparência de cientificidade, portanto, é fácil acreditar que esse tipo de tragédia pode mesmo acontecer. O filme se passa em uma forma documental, o que enriquece a narrativa. Embora interrompida abruptamente, a sequência que tenta encontrar a origem da doença é instigante e prende a atenção. Porém essa interrupção foi intencional. A investigadora vivida por M. Cotillard, não encontra a origem da doença, mas tudo é explicado ao final apenas ao espectador. Destaque para o papel de Jude Law, um repórter sensacionalista inescrupuloso.

Nesse ponto o filme foge do clichê, pois a imprensa marrom é uma das vilãs. Contudo o filme não escapa de denunciar a falta de humanidade dos governos. Aliás de um certo modo o final do filme é um tanto politicamente correto, terminando em clima de denúncia.

A narrativa encontrada em Contágio faz-se refletir como temos nos preparado para uma situação dessas. Sendo assim, acabam surgindo algumas dúvidas e perguntas sobre o tema. Afinal estamos preparados para enfrentar um vírus como ao do filme Contágio? Qual é o vírus que se passa no filme, ele existe na vida real? Porque as grandes epidemias, tanto na vida real, quanto nos filmes, costumam ter origem no Sudoeste da Ásia? Em situação de epidemia, o melhor a se fazer é avisar à população sobre todos os avanços da doença, ou resguardar informações para não causar pânico? São algumas questões que merecem ser respondidas a um olhar crítico.

O que acontece no filme é algo que na teoria, não seria impossível acontecer. De acordo com Larry Madoff, epidemiologista da Internacional Society for Infectious Diseases, órgão que controla ameaças desse porte, um surto internacional mortífero é provável. Mas ninguém saberá antecipar data, velocidade ou efeitos do contágio.

O MEV-1, vírus fictício descrito no filme, foi criado pelo roteirista Scott Burns em parceria com a escritora Laurie Garrett, autora do livro A próxima peste (Editora Nova Fronteira). O modo de transmissão, os sintomas e a mortalidade foram inspirados no misterioso vírus Nipah, no vírus da SARS(Síndrome Respiratória Aguda Severa), e na gripe Espanhola. Assim como o Nipah o vírus MEV-1 do filme tem a mesma forma de transmissão. O vírus tem como hospedeiro os morcegos que moram nas florestas da Ásia, mas de alguma forma, provavelmente por meio de frutas semi-mastigadas que caíram em chiqueiros, ele ‘passou’ para os porcos. Daí foi um passo para contaminar humanos, dando início a surtos na Malásia e Cingapura que mataram mais da metade das pessoas infectadas. Ele gera uma grave inflamação cerebral, como uma meningite, causando convulsões iguais às produzidas pelo MEV-1 no filme. O vírus da SARS também guarda semelhanças com o MEV-1. Os dois surgiram na província chinesa de Guangdong. A primeira pessoa a ser contaminada pelo SARS quando a epidemia surgiu, em 2003, também deve

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