Separação Por Membranas
Seminário: Separação Por Membranas. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: vrbettiol • 23/6/2014 • Seminário • 6.395 Palavras (26 Páginas) • 211 Visualizações
B.CEPPA, Curitiba, v. 23, n. 1, jan./jun. 2005 2
mundial de óleo de soja situou-se em torno de 200 milhões de toneladas
(USDA, 2004). Aproximadamente 80% dos óleos vegetais são usados
em alimentos e envolvem óleos para saladas, fritura, maionese e
margarinas. Os 20% restantes são dirigidos para aplicações industriais
que incluem detergentes, cosméticos, lubrificantes, tintas, vernizes e
plásticos (HATJE, 1989).
Óleos vegetais brutos são constituídos por mais de 95 % de triacilgliceróis
e por compostos minoritários como fosfolipídios, traços de carboidratos,
ácidos graxos livres e produtos de degradação dos ácidos graxos. Além
disso, na fração correspondente à matéria insaponificável, estão
presentes os esteróis, tocoferóis,carotenóides, hidrocarbonetos e ceras.
Logo, torna-se necessário submeter o óleo bruto ao processo de refino
para que o mesmo adquira características desejáveis (HUI, 1996).
O refino do óleo bruto, visando remover ou reduzir compostos minoritários
indesejáveis, constitui procedimento extensivo com grande número de
estágios. Devido à importância econômica do refino, grandes esforços
têm sido realizados para melhorá-lo e simplificá-lo.
O interesse na aplicação de membranas em tecnologia de lipídios tem
crescido bastante nos últimos anos. Sua utilização melhora o processo
de produção, reduz o consumo de energia e a produção de águas residuais
com a possibilidade de ausência de insumos químicos e de fácil mudança
de escala (SNAPE e NAKAJIMA, 1996).
O processamento de óleos por membranas pode ser considerado como
alternativa fortemente promissora, visando processos menos
dispendiosos, tecnologicamente superiores e que preservam as
características nutricionais da matéria-prima.
O objetivo desta revisão foi avaliar o potencial das aplicações da tecnologia
de membranas na indústria de óleos vegetais com destaque para
processos específicos da área de lipídios e para os parâmetros de
desempenho das membranas, buscando analisar a possibilidade da
transferência dessa tecnologia ao setor produtivo.
2 PROCESSAMENTO CONVENCIONAL DE ÓLEOS VEGETAIS
COMESTÍVEIS
A etapa inicial do processamento de óleos vegetais consiste na extraçãoB.CEPPA, Curitiba, v. 23, n. 1, jan./jun. 2005 1 B.CEPPA, Curitiba, v. 23, n. 1, p. 1-22, jan./jun. 2005
APLICAÇÕES DA TECNOLOGIA DE MEMBRANAS NO
PROCESSAMENTO DE ÓLEOS VEGETAIS
ANA PAULA BADAN RIBEIRO*
MARINALDA DA SILVA SOARES**
JULIANA MARIA LEITE NÓBREGA DE MOURA***
MILUSKA CASTILHO CÁCERES****
LIRENY APARECIDA GUARALDO GONÇALVES*****
Esta revisão de literatura teve como objetivo relatar as
pesquisas que têm sido realizadas sobre a aplicação da
tecnologia de membranas na área de óleos vegetais, com
ênfase particular nas etapas de degomagem,
desacidificação e remoção de pigmentos. Estudos sobre a
concentração de tocoferóis também foram abordados. O
processamento de óleos através de membranas, efetivado
em baixas temperaturas e com eliminação de diversas
etapas frente aos métodos convencionais, apresenta-se
como alternativa promissora, refletindo a tendência mundial
por processos menos dispendiosos e tecnologicamente
mais avançados.
PALAVRAS-CHAVE: ÓLEOS VEGETAIS – PROCESSAMENTO; TECNOLOGIA DE
MEMBRANAS; ULTRAFILTRAÇÃO.
1 INTRODUÇÃO
Os óleos de soja, palma, canola e girassol destacam-se em termos de
volume de produção mundial. No ano de 2003, a produção
* Doutoranda em Tecnologia de Alimentos, Laboratório de Óleos e Gorduras,
Departamento de Tecnologia de Alimentos (DTA), Faculdade de Engenharia
de Alimentos (FEA), Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) (e-mail:
badanribeiro@yahoo.com.br).
** Pesquisadora, Doutora em Tecnologia de Alimentos, Departamento de
Engenharia Química e de Alimentos, Universidade Federal do Pará (UFPA).
*** Doutoranda em Tecnologia de Alimentos, Laboratório de Óleos e Gorduras,
DTA, FEA, UNICAMP.
**** Doutoranda em Tecnologia de Alimentos, Laboratório de Óleos e Gorduras,
DTA, FEA, UNICAMP.
***** Professora, Doutora em Ciência de Alimentos, Laboratório de Óleos e
Gorduras, DTA, FEA, UNICAMP.B.CEPPA, Curitiba, v. 23, n. 1, jan./jun. 2005 3
de óleos a partir de sementes oleaginosas. O tipo de extração depende
do teor inicial de óleo do material a ser processado.
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