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RESENHA SOBRE ARTIGO "UTILIZAÇÃO DO PERICARPO DE COCO VERDE

Por:   •  2/6/2018  •  Dissertação  •  1.126 Palavras (5 Páginas)  •  596 Visualizações

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        BIOQUÍMICA I - 5V5N

        LUCAS DE ANDRADE (0159807)

        TRABALHO QUÍMICA VERDE: RESENHA SOBRE ARTIGO "UTILIZAÇÃO DO PERICARPO DE COCO VERDE (Cocos nucifera L. - ARECACEAE) PARA A REMOÇÃO DE RESÍDUOS DE ÍONS CROMO (VI) EM SOLUÇÕES AQUOSAS"

        A casca de coco não possui nenhuma função alimentícia, cosmética ou farmacêutica, tanto quando se tem em mente o fruto maduro quanto o fruto verde. A parte do coco utilizada como alimento é a semente.  Do albúmen sólido, popularmente conhecido como polpa é feito o coco ralado, o leite de coco e o óleo de coco que é usado na culinária de alguns países, já o albúmen líquido é a famosa água de coco. Na indústria cosmética o óleo de coco é muito utilizado na produção de shampoos e sabonetes. Quanto ao uso farmacêutico dos derivados da semente do coco, não encontrei relatos de uso como medicamento com eficácia comprovada, porém existem vários estudos de diversos tratamentos usando o óleo de coco.

        A casca de coco é na realidade o pericarpo, que é formado pelo epicarpo, o mesocarpo e o endocarpo. Ela é dividida entre pó de casca de coco e fibra de casca de coco. O isolamento do pó em relação a fibra é feito através de um processo longo, que envolve as seguintes etapas: dilaceração, secagem, moagem, classificação, lavagem e secagem novamente. Algumas propriedades características da casca de coco verde são: capacidade de alongamento e elasticidade, resistência à temperatura, resistência à tensão e deformação. O pó e a fibra são  formados em sua maior parte por moléculas do grupo bioquímico dos carboidratos (celulose, xilose) e também por lignina como podemos ver na tabela abaixo:

[pic 1]

        Como mencionado anteriormente a casca de coco, para nós humanos, não tem utilidade como alimento, medicamento ou cosmético, isso se deve a estrutura da molécula ser formada basicamente por celulose (23-43%) que é o principal carboidrato estrutural das plantas  e lignina (35-45%) que é uma substância que trabalha como aglutinante, fazendo com que as cadeias de celulose fiquem unidas, o trabalho das duas juntas acaba conferindo resistência e flexibilidade a fibra da casca de coco. Como não possuímos as enzimas celulases que são responsáveis pelo ataque as ligações beta da celulose e o nosso organismo também não reconhece os açúcares levo-rotatórios (L-arabinose e L-ramose fazem parte da composição da casca de coco) ela basicamente não tem utilidade para os usos farmacológico, cosmético e alimentício.

        A química verde é uma metodologia de pensamento e ação que procura tornar as indústrias químicas amigas do nosso planeta, já que há não muito tempo atrás as empresas visavam exclusivamente o lucro, sem pensar nem ao menos um pouco nas consequências de seus atos para com o meio ambiente. Algumas empresas buscam por conta própria formas de diminuir os danos causados, muitas outras tem de mudar devido as novas legislações de seus respectivos países.

        Um dos grandes problemas que a química verde tenta corrigir em relação aos produtos químicos industrializados são os efluentes. Efluentes são os resíduos líquidos resultantes de processos industriais, muitas vezes contaminados com metais pesados nocivos a saúde, já que são acumulativos no corpo humano. Eles podem causar doenças e/ou problemas fisiológicos. Por exemplo os resíduos contendo cromo tem alto poder de contaminação, podendo atingir lençóis freáticos, rios ou reservatórios, que são as fontes de abastecimento de água da população. O contato com a pele pode causar dermatite alérgica e, mais raramente, provocar ulcerações na pele formando cicatrizes, perfurações do septo nasal, câncer, distúrbios afetivos, irritação neuromuscular, cefaléia, náuseas e desmaios.

        E é justamente no processo de remoção de íons de cromo (VI) dos efluentes de indústrias químicas que entra a casca de coco verde que vimos no artigo. Ela possui capacidade de adsorver os íons de cromo dos efluentes. Adsorver, significa que a fibra ou o pó da casca de coco consegue reter os íons de cromo (VI) em sua superfície através de interações de natureza química e/ou física.

        O processo de biossorção proposto é sim viável, pelos seguintes motivos:

        - O resíduo final mostrou que o a aplicação do pó de casca de coco é muito efetivo na adsorção de íons cromo (VI) em determinada concentração;

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