Antropologia e Sociologia da Educação
Por: Maria Paula • 3/10/2018 • Trabalho acadêmico • 1.055 Palavras (5 Páginas) • 365 Visualizações
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Maria Paula Camargo da Silva
Diário Antropológico
Disciplina: Antropologia Cultural e Sociologia da educação.
Plano de aula, referente a disciplina de antropologia cultural e sociologia da educação apresentado como requisito parcial para aprovação.
Presidente Prudente - SP
2018
Maria Paula Camargo da Silva
Matutino
Diário Antropológico
Trata-se de um documento que relata minhas percepções acerca das impressões edificadas durante as atividades de campo onde visitei um acampamento do Movimento Sem Terra, essa atividade ocorreu durante todo o andamento do semestre.
O MST, enquanto um movimento social, tem como principal instrumento de reivindicação a luta social. A mais conhecida forma de luta do Movimento são as ocupações de terra, quando um grupo de famílias Sem Terra ocupam alguma área, pública ou privada, que não esteja cumprindo com sua função social, e a reivindicam para que seja destinada para fins de Reforma Agrária - bem como designa a Constituição Federal.
O Brasil é um dos países com maior concentração de terras do mundo. Em nosso território, estão os maiores latifúndios. Concentração e improdutividade possuem raízes históricas, que remontam ao início da ocupação portuguesa neste território no século 16.
Há, no entanto, diversas outras formas de lutas e mobilizações protagonizadas pelo MST com o objetivo de pressionar o poder público para que os direitos das famílias Sem Terra sejam atendidas, como marchas, atos políticos, ocupações de prédios públicos, trancamento de rodovias, entre outros.
O Diário
Primeiro dia de observação:
Foi observado por algum tempo o que fazia uma menina de sete ou oito anos que, de tão absorvida em si mesma, nem parecia notar a presença dos demais. Junto a lona da sua casa, com uma vassoura, uma caixa de papelão, alguns panos velhos e esburacados, ela tinha delimitado um pequeno espaço para qual trouxe um cãozinho. Logo em seguida, trouxe um irmãozinho ainda em idade de colo, do qual ela certamente tinha de cuidar enquanto a mãe e os avós trabalhavam.
Sentou-se no chão forrado pelos panos e, ali ficou por algum tempo. Falava, falava, falava...
Aquela atmosfera foi envolvendo. Quando, após longos minutos a cena se interrompeu, o bebê chorou e ela acabou por pega-lo e leva-lo para dentro de casa.
Segundo dia de observação:
Rostos suados, semblante cansado, ou até mesmo, abatido trabalhando na terra, para ser mais específica, plantando quiabo – produto de baixo preço de comércio.
Soldados que guerreiam na terra, no campo, cujas armas são a enxada, enxadão, foice e facão. Mãos calejadas, ásperas, grossas e sofridas. Vida amarga, pesada, e muito explorada, trabalham em suas lavouras, como escravos. E, quando chega a colheita não tem preço na hora de serem vendidas.
A jornada é dura, trajeto escambroso, penoso, sofrido e pesado. Oram ao seus deuses e santos para que a chuva venha e que salve a plantação, o senhor Sol anda judiando da roça.
- Posso conversar com o Senhor?
- O mocinha, hoje tá mei difícil. Tá perdendo a roça com a seca, tenho que ir na cidade atrás de alguma coisa pra salvar o quiabo.
Terceiro dia de observação:
- Bom dia, estive aqui outro dia e o senhor estava ocupado, mas será que hoje podemos conversar?
- Pode.
- Qual foi o motivo que o trouxe para essa vida?
...