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Atividades Aquáticas para Gestantes

Por:   •  22/9/2015  •  Trabalho acadêmico  •  2.735 Palavras (11 Páginas)  •  618 Visualizações

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ATIVIDADES AQUÁTICAS PARA GESTANTES

                                                                       Simone Nogueira de Araújo

Resumo: A atividade física vem se destacando como um dos pilares fundamentais para obter uma qualidade de vida, e a cada dia aumenta o número de mulheres que a praticam. Mesmo no período gestacional há uma preocupação das gestantes pelo seu bem estar físico e também com algumas doenças e complicações que poderá ocorrer no período da gestação. Quanto o tipo de atividade adequada geralmente são prescritos exercícios de baixa intensidade e duração média de quarenta minutos para não acarretar riscos para a mãe e o feto. Somente profissionais habilitados podem atuar na elaboração do programa de exercício físico para a gestante.  O objetivo desse artigo é mostrar a importância e benefícios das atividades aquáticas para as gestantes, através de uma revisão bibliográfica.

Unitermos: Atividade física. Período gestacional. Atividades aquáticas.

Introdução

           A gravidez, embora não seja uma doença, é um período que envolve diversas modificações no organismo materno, é justamente nesse período que ocorrem várias alterações de caráter fisiológico, morfológico, psicológico e nutricional que necessitam ser estudada pelo profissional de Educação Física para que possa avaliar estas modificações em relação ao processo de prescrição de uma atividade física para a gestante.

         Em décadas passadas, as gestantes eram aconselhadas a reduzirem suas atividades e interromperem, até mesmo, o trabalho ocupacional, especialmente durante os estágios finais da gestação, acreditando-se que o exercício físico aumentaria o risco de trabalho de parto prematuro (ARTAL et al, 1999).  As recomendações variavam de acordo com os contextos socioculturais. No início do século XX começaram a serem desenvolvidos os programas de assistência pré-natal com o intuito de romper o ciclo vicioso de medo, tensão e dor, incluindo a atividade física, porém sem um embasamento científico (LEITÃO et al, 2000). Embora persistam controvérsias sobre esta prática no período gestacional, a atividade física vem se integrando de forma crescente nesse período.  

           As atividades aquáticas são prescritas como uma excelente atividade no período gestacional, porque possibilitam movimentos sem causar impacto às articulações e tendões, estimulando toda a musculatura e manutenção do tônus muscular, efeitos benéficos sobre o sistema respiratório e cardiovascular, recuperação de enfermidades, entre outros. De acordo com Mauad Filho et al (1999) os exercícios aquáticos são beneficentes durante todo o período gestacional pois não apresentam incômodos para a paciente, principalmente no último trimestre.

    Aspectos gerais da gestação e exercício físico

             Durante muito tempo afirmou-se que as mulheres que quisessem se tornar mães, não poderiam em hipótese alguma praticar atividades físicas e deveriam se manter em repouso até o fim da gestação. Com o passar dos anos se desenvolveram alguns estudos para que se pudessem obter informações diferentes. De acordo com (Mittelmark, Dorey e Kirschbaum, 1991) Mulheres que se exercitam antes da gravidez e que continuam a fazê-lo durante a gestação tendem a ganhar menos peso, além de dar à luz a bebês mais saudáveis e suportar melhor as exigências físicas do parto natural. Os obstetras começaram a observar que gestantes submetidas a programa de exercícios físicos regulares possuíam melhores níveis de saúde, apresentavam uma gestação mais tranquila e a recuperação pós-parto era mais eficiente e menos traumática que gestantes sedentárias.

              No período da gravidez o organismo apresenta varias modificações anatômicas e a parede abdominal é a primeira a sentir essas modificações, deslocando o centro de gravidade, sujeitando as grávidas à lordose lombar, à medida que a barriga aumenta. A cintura pélvica aumenta 60% sua mobilidade devido à relaxinas, o quadril aumenta também o seu tamanho para ampliar o espaço a abrigar o bebê. O diafragma é comprimido devido ao maior volume uterino, dificultando-lhe a respiração, o estômago tem eixo alterado para a horizontal, dificultando a digestão, as glândulas mamárias têm seu volume aumentado, solicitando mais músculos dorsais e peitorais.

          Os benefícios da atividade física para gestantes são inúmeros. Porém, para que a gestante se “apodere” destes benefícios, os exercícios devem ser prescritos individualmente e respeitando o gosto da gestante. Outra questão importante está relacionada com o limite físico, que é variável de acordo com o dia, a temperatura e estado mental. É totalmente contra indicado exageros na prática das atividades. Tal prática vem sendo cada vez mais discutida e, de modo especial, as suas possíveis repercussões maternas e fetais.

             A atividade física pode trazer vários riscos para mãe como: hipoglicemia, hipertermia e lesões músculo esquelética, mas também apresenta benefícios como: diminuição das câimbras; melhora na circulação sanguínea; redução do inchaço; fortalecimento da musculatura abdominal; redução do desconforto intestinal; melhora da postura corporal; mais rápida recuperação pós-parto; diminuição das dores lombares; maior controle respiratório; controle do aumento do peso corporal; aumento das exigências físicas da gestação; Já no feto o exercício pode diminuir o fluxo sanguíneo para a placenta, e também causa hipertermia e hipoglicemia, mas pode oferecer menor tempo de evolução do trabalho de parto e ao menor índice de indicação de parto cesárea (CONTTI et al, 2003). Entretanto, alguns resultados desfavoráveis foram observados na aplicação de exercícios intensos, entre eles a ocorrência de prematuridade e baixo peso (ARTAL et al, 1999), Mas antes de qualquer atividade todas as gestantes devem fazer um exame obstétrico e clínico no início da gestação antes de participar de programas de exercícios, sendo que as suas orientações devem ser seguras e considerar as respostas fisiológicas normais da gestante à vários tipos de atividades (ARTAL et al, 1999). O tipo de atividade física deverá ser adequado a cada paciente (MAUAD FILHO et al, 1999).

        De acordo com Cossenza e Carvalho (1999), os sinais e sintomas para interrupção do exercício são: dor, sangramento, falta de ar, tontura, batimento cardíaco irregular, fraqueza, taquicardia, dor na coluna ou região púbica e dificuldade para andar.

           Diante dessas possíveis complicações, é importante que se tenha alguns cuidados com a prática do exercício e a sua prescrição, para que a gestante adquira os benefícios proporcionados por tal prática de maneira segura.

Tipos de Atividades físicas    

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