FUTEBOL: Comércio ou Esporte?
Por: IndianaraNovaes • 20/9/2018 • Trabalho acadêmico • 1.211 Palavras (5 Páginas) • 370 Visualizações
FUTEBOL: Comércio ou Esporte ?
CAROLINE MATOS STORCK
INDIANARA NOVAES DE LIMA
O esporte é uma prática corporal que proporciona um lazer espontâneo e traz uma contribuição no processo educativo dos indivíduos, ele assume um papel importante em diversas discussões, nas mais variadas áreas de estudo. No Brasil, o esporte vai além das definições literais, ele atua diretamente no âmbito econômico e sociocultural do país. Dentro deste todo, o futebol aparece como a principal prática a atuar neste contexto.
O futebol no Brasil é uma prática muito popular que integra a cultura brasileira, expressa essa sociedade como uma forma de manifestação cultural que foi construída historicamente.
O futebol brasileiro visto como uma prática social, também se constitui num meio pelo qual os indivíduos expressam determinados sentimentos...o fato de torcer por um time mesmo quando esse não ganha títulos durante muitos anos pode ser vivido como um teste de fidelidade. Suportar as gozações de torcedores contrários após uma derrota põe a prova a paixão pelo time, mesmos nos momentos difíceis. Vencer um jogo contra um time tecnicamente mais forte reaviva a crença em um ser superior que realiza milagres (Daólio, 1997, p. 122).
Além das esferas social e cultural, o futebol aponta também para interesses econômicos. Um prática que antes era um divertimento , se transforma na “indústria futebolística”, a compra e venda de jogadores não ocorre apenas com aqueles que já adentraram em time profissionais, a presença desse esporte no sonho do povo brasileiro, que criam expectativas e realizações em cima do esporte, e a pressão paterna leva a “venda” dos meninos para grandes clubes, ainda muito novos ,em alguns casos o “status” que está no imaginário dessa sociedade é alcançado, mas em sua maior parte esse prestígio não é alcançado.
A pressão paterna sob os filho é tão excessivo, que eles acabam cedendo aquilo que é uma escolha do pai e não do próprio filho. Podemos comprovar isso com apenas alguns exemplos, aparentemente “comuns”: em alguns casos o descendente já nasce com um time escolhido para ele, as vezes não se sabe nem o nome ou nem mesmo o sexo da criança, mas o time, já está determinado, antes de nascer a criança já possui produtos do clube escolhido.
Outro exemplo recorrente é os pais projetam que os meninos serão craques do futebol. Pressionando a criança na ideologia de que “meninos jogam futebol e tem que ser bom de futebol”, criando expectativas no esporte, com a ilusão que é o meio de grandes rendas da maneira mais “fácil”. Em muitos casos, priorizam os treinos, ao invés da educação escolar. É essa ilusão dos amantes do esporte, que fez com que ele alcançasse um espaço especial sob os holofotes dos esportes mundial, tornando-se cada vez mais valorizado e atraindo investimentos milionários.
Ao longo dos anos, com a popularização do futebol, ele se tornou um fenômeno massificador, as indústrias de diversos âmbitos passam a investir no esporte (confecções, turismo, lazer e outras), e dentre a maior comercialização está a espetacularização do esporte nas redes de comunicação e entretenimento, onde a população cria uma idealização sob jogadores e clubes, e por afeto (paixão) investem altos valores para acompanhar jogos, adquirir produtos e manter a popularidade das organizações, além de torcedores, eles se tornam o público a seguir e movimentar esta indústria.
Para Ekelund (1998) foi a partir dos torcedores que todos os outros clientes (TV, patrocinadores, etc.) surgiram. “Quando você avalia economicamente um clube de futebol, o seu valor (sua capacidade de geração de receitas) está na força (devoção) e distribuição desses seus clientes principais: quantos torcedores o clube tem? Qual é o retorno de um jogo em termos de audiência (tanto no estádio quanto pela TV)? Quantas pessoas adoram este clube e qual a intensidade dessa devoção? Qual é a expansão demográfica dos torcedores? Etc.”
Na medida que essa popularidade aumenta, o ídolo (jogador) ganha um valor, que vai aumentado de acordo com a atenção que o público volta sua a ele, com isso as grandes empresas investem altíssimo nestes jogadores e em seus respectivos clubes, as organizações que não conseguem o prestígio, de um mentor financeiro, acabam vendendo seus jogadores para arcar com as despesas. Em alguns, as vendas são feitas a valores baixos, em outros casos transportam milhões neste comércio.
Mas, estes clubes são formados por atletas/jogadores/ídolos ou produto do mundo do futebol? Muitos se fazem essa pergunta. Buscam entender o que pode se compreender como um atleta, aquele que pode ser o ídolo do “seu” time. O mundo do futebol é um dos maiores mercados de trabalho já existente, movimenta milhões na economia, onde pode-se considerar o próprio trabalhador (atleta/jogador) como a sua mercadoria, onde você pode vendê-lo ou até mesmo emprestá-lo para outros times.O corpo é o serviço e o produto ofertado.
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