O STRESS PRECOCE EM CRIANÇAS PRATICANTES DE FUTSAL

O STRESS PRECOCE EM CRIANÇAS PRATICANTES DE FUTSAL

Lucas Matos Costa Ferreira

RÉ, A.H.N.,DE ROSE Jr.,D.,BÖHME,M.T.S,Stress e nível competitivo: considerações sobre jovens praticantes de futsal.R.bras.Ci.e Mov. 2004.

Esta é uma resenha critica de um artigo de revisão "stress e nível competitivo: considerações sobre jovens praticantes de futsal  esse artigo foi realizado com o intuito de  argumentar a situação de stress psicológico que crianças de diferentes níveis competitivos (federadas ou não-federadas) possam estar passando diante das competições federadas por exemplo . Segundo os autores a escassez de pesquisas que busquem o entendimento dos aspectos positivos e negativos envolvidos na competição infantil de futsal é um fator preocupante e o stress para muitos autores e pesquisadores é um ponto negativo do treinamento precoce de competição uma vez que pode gerar uma  carga psicológica excessiva para a criança. O trabalho também traz pensamentos como o de Ericsson e Crutcher  (1990) e Ericsson (1993), que diz : "grandes talentos, em diversas áreas, geralmente iniciaram a prática antes dos seis anos de idade e se dedicaram durante mais de dez anos ou dez mil horas até atingir níveis de excelência", isso para confirmar que a iniciação precoce sempre gerou bons resultados e para muitos é necessária,entretanto a "competição não tem idade definida para começar mas confirma que na literatura  de modo geral a média de  idade adequada para a participação em competições e especialização do treinamento é  de doze anos. Segundo os autores algo notório e preocupante é que em competições e treinos os mais desenvolvidos fisicamente e psicologicamente levam vantagens,onde os mais "fracos" são sempre reservas, mesmo levando em conta que são todos crianças de até mesmo 6anos de idade, a situação de ser sempre o "reserva" a "segunda opção" pode gerar um stress muito grande e para aqueles que são considerados talentosos o stress pode vir até pior, pois a cobrança por resultados sempre é maior, para a criança os prejuízos podem chegar a curto ou longo prazo. A hipótese de que, quanto mais jovem se inicia o treinamento, maiores as chances de se tornar um atleta de alto nível para o autor da revisão, merece mais investigação, pois para eles ainda não são devidamente conhecidos os prejuízos e benefícios deste envolvimento precoce. Para o autor "a condição de exposição gradativa a responsabilidade e pressão por meio dos torneios e campeonatos não afetam algumas crianças, aquelas que possuem  melhor desempenho técnico, tático e físico,uma maior autoconfiança e levam em uma menor proporção,as ações do stress competitivo".

Análise Crítica :

Em vários momentos do artigo, os autores defendem e confirmam frases e teorias sem terem certeza da teoria, ou até mesmo fortes estudos que comprovem tais coisas, por exemplo quando dizem que "a condição de exposição gradativa a responsabilidade e pressão pode ser proporcionada pela competição precoce", onde falam sobre a capacidade de algumas crianças assimilarem de boa forma o stress e condições psicológicas não favoráveis,os autores logo em seguida  dizem que a escassez de estudos nesta área dá margem a diversas especulações e prejudicam um entendimento mais claro deste processo, acredito que diante disso não deveriam ter afirmado tal frase. Em uma das passagem é dito: "provavelmente, a participação de crianças em competições sem a devida condição psicológica, pode causar prejuízos a sua formação, ainda que apresentem um bom desempenho"  também concordo com esse pensamento porém fica vago esses prejuízos, "quais são esses prejuízos por exemplo?" poderiam especificar mais. Para complementar essa passagem do texto, lembro o que Fiorese disse a respeito da competição "A motivação competitiva faz com que a criança supere o mecanismo de auto-regulação através da liberação intensa e adrenalina o que pode ser extremamente prejudicial" (FIORESE,1989). O artigo apesar de ser um revisão fraca apresentou uma visão positiva e ao meu olhar correta para a relação competição/criança, abordaram visões e pensamentos que condenam a competição para crianças com menos de 12 anos de idade e esse pensamento doentio de vitorias a qualquer preço que professores de escolinhas de futsal adotam, que geram cada vez mais stress ao aluno. Para Santana, 2004 esse "É o tipo de situação inútil que leva os professores a tomarem o tempo dos outros de ser criança".

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