Resenha do livro: Oque é esporte

No primeiro capitulo o autor começa mostrando como o esporte vem crescendo no final do século XX, e se tornando um dos fenômenos sócio-culturais mais importantes deste período, e também como a ciência do esporte vem ganhado espaço nas rodadas das discussões cientificas. Em seguida o autor define a origem histórica do termo esporte/desporto, ele também faz uma ‘’viagem’’ por vários países tentando interpretar os vários significados da palavra esporte e a relação entre educação física e esporte, onde pude destacar na Itália e Espanha, que existe uma grande distinção entre esporte e educação física, pois o esporte é praticado em clubes e centros comunitários, já a educação física fica restrita apenas as escolas. Ele finaliza o capitulo mostrando que a ciência do esporte compreende outros campos do conhecimento humano como a medicina, a psicologia, a sociologia, a biomecânica esportiva, a história, a pedagogia do esporte, etc.

Passando para os segundo capitulo o autor traz a perspectiva da origem do esporte ele afirma que pra entender o esporte é preciso vinculá-lo ao jogo que invariavelmente a história de uma será a história do outro, ele traz duas interpretações para a origem do esporte: ‘’a primeira vincula o surgimento do esporte a fins educativos desde de os tempos primitivos, e a segunda, entende o esporte como um fenômeno biológico, e não histórico’’. Pode-se dividir a história do esporte em dois momentos: da antiguidade cujos destaques foram os jogos gregos, depois o esporte moderno que surgiu na Inglaterra no século XIX. Os jogos gregos é o principal marco da história do esporte pois representou a concepção inicial de esporte, qualquer pesquisa sobre a história do esporte terá que começar com os jogos gregos.

No terceiro capitulo o autor traz uma perspectiva pedagógica para o esporte moderno, que foi idealizado por Thoamas Arnold, ele idealizava o esporte não apenas como jogo e competição, mas como uma ferramenta para formação do sujeito, ele incorporou as atividades físicas ao processo educativo, dando um caráter pedagógico ao esporte. No final do século XIX inspirado em Arnold, Pierre de coubertin tentou usar o esporte como ferramenta para se alcançar a paz mundial, para isso ele iniciou o movimento de restauração dos jogos olímpicos. Logo após a segunda guerra esse conceito pedagógico do esporte foi trocado pouco a pouco pelo sentindo de rendimento. O autor também mostra como o esporte pode ser mau utilizado por governantes, como um instrumentos políticos e ideológicos, o primeiro a perceber esse poder do esporte foi Hitler seguido por Mussoline, outro cenário que o esporte foi utilizado como esta finalidade foi com a disputa entre o capitalismo e o socialismo. Esse exemplo foi seguido por vários países, até mesmo o Brasil.

No quarto capitulo o autor tenta quebrar o aspecto do esporte rendimento, já que este conceito trouxe vários prejuízos ao desenvolvimento do esporte, isso por que esta ótica do rendimento não permitia a popularização do esporte, por que excluía da pratica esportiva pessoas sem grandes talentos. O esporte conseguiu ampliar o seu conceito em 1978, quando a Unesco publicou a carta internacional da educação física e esporte, que estabelecia, que   a atividade física ou pratica esportiva era direito de todos, esse documento serve até hoje como referência em todos os países do mundo, assim com esse novo conceito de esporte, essa nova conjuntura pode ser entendida sobre três vertentes: o esporte-educação, o esporte- participação e o esporte-performance. Com a entrada de grandes aportes financeiros no esporte, as equipes e atletas passaram a ter patrocínios, foi se criando assim a indústria do esporte, onde roupas e matérias esportivos ganham cada vez mais mercado, os eventos esportivos tornaram-se verdadeiros espetáculos, onde apenas alguns esportes são privilegiados, que são aqueles, que tem um grande poder midiático. As outras modalidades vão perdendo espaços, sem visibilidade e sem grandes patrocínios.

No quinto capitulo o autor classifica as diversas modalidades esportivas, através de vertente e correntes do movimento esportivo, elas são classificadas em: ESPORTES OLIMPICOS- são aqueles que compõem a programação dos jogos olímpicos. ESPORTES DE TRADIÇÃO NÃO OLIMPICAS- são aqueles que não tem nas olímpiadas as suas maiores disputas. ARTES MARCIAIS- as artes orientais atravessaram vários séculos e chegaram até o mundo ocidente, transformando-se em uma grande modalidade esportiva, disputadas em todo o mundo. ESPORTES-AVENTURAS OU DESAFIADORES-são aquelas modalidades que desafiam os limites humanos, que consistem em grandes obstáculos para a performance humana. ESPORTE DE RELAÇÃO COM A NATUREZA- são esportes de relação imediata com a natureza, outra característica é que sua pratica está sempre condicionada ao uso de equipamento. ESPORTES INTELECTIVOS-são práticas de salão como xadrez e bilhar. ESPORTES DE IDENTIDADE CULTURAL-são aqueles que se originam na própria cultura nacional e regional. É importante destacar que muitas vezes uma modalidade de esporte, pela suas características, pode pertencer a mais de uma corrente ao mesmo tempo.

No sexto capitulo o autor mostra as mudanças do papel que exerce o estado sobre o esporte, como a mudança da perspectiva de rendimento influenciou o modo como o estado vem tratando o esporte, quando a perspectiva de rendimento era a única existente os governos utilizavam o esporte como ferramentas política e ideológica daí tinham a necessidade de investir no esporte, já que conquistas  internacionais  de suas equipes e atleta representavam o seu governo fora do país e traziam reconhecimento internacional sobre o seu governo. Mas com a evolução do conceito de esporte o papel do estado sobre o esporte mudou muito. O estado passou a exercer relevantes funções no esporte-educação e no esporte-participação e também passando a estimular pesquisas cientificas e até o aperfeiçoamento de recursos humanos. Até algumas constituições nacionais vem colocando o esporte em seus textos.