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Acidente de Trabalho: Perfil de pacientes atendidos em um serviço móvel de urgência

Por:   •  16/8/2019  •  Artigo  •  4.126 Palavras (17 Páginas)  •  333 Visualizações

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Acidente de trabalho: perfil de pacientes atendidos em um serviço móvel de urgência[1]

Accident at work: profile of patients seen at an emergency mobile service

Vagner Sella[2]

Maicon Zanandrea[3]

RESUMO

Objetivo: Analisar, descrever e delinear o perfil das vítimas de acidente de trabalho atendidas por um serviço de urgência móvel particular, a fim de buscar melhoria nos atendimentos prestados a esses pacientes. Método: Pesquisa documental exploratória, que identificou as características dos acidentes, bem como dos acidentados, em um período de janeiro de 2018 a dezembro de 2108. Resultados: Foram utilizados na análise 576 boletins de atendimentos. A maior incidência de acidentes do trabalho 468 (81,42%), do sexo masculino na faixa etária de 17 a 30 anos 202 (35 %). Com (85,76%) de causa traumática como ferimentos cortantes. O maior número de acidentes de trabalho ocorreu na indústria metalúrgica, 218 (37,85 %). A maior parte dos códigos de atendimentos teve uma classificação verde, 524 (91,15%). O turno de trabalho em que mais ocorreu o acidente foi o turno da manhã, com 242 (42,19%). O dia da semana que mais ocorreu os sinistros foi na Terça-feira 118 (20,49%). Pacientes atendidos e liberados no local, 322 (55,64%). [a]Conclusão: Através do conhecimento dos dados é possível investir em melhorias no atendimento aos pacientes, bem como sugerir intervenções nas empresas atendidas para que se diminua o índice de incidentes ocorridos durante as jornadas de trabalhos.

DESCRITORES: Acidente de trabalho. Urgência. Atendimento Pré-hospitalar.

ABSTRACT[b]

Objective: To analyze, describe and outline the profile of the victims of work accidents attended by a private mobile emergency service, in order to seek improvement in the care provided to these patients. Method: Exploratory documentary research, which identified the characteristics of the accidents, as well as the accident victims, from January 2018 to December 2108. Results: 576 report cards were used in the analysis. The highest incidence of occupational accidents was 468 (81.42%), males aged 17 to 30 years 202 (35%). With traumatic causes (85.76%) as sharp injuries. The greatest number of work accidents occurred in the metallurgical industry, 218 (37.85%). Most of the service codes had a green classification, 524 (91.15%). The shift in which the most occurred the accident was the morning shift, with 242 (42.19%). The day of the week that most occurred the claims was on Tuesday 118 (20.49%). Patients attended and released at the site, 322 (55.64%). Conclusion: Through knowledge of the data, it is possible to invest in improvements in patient care, as well as to suggest interventions in the companies served to reduce the incidence of incidents during the workdays.

DESCRIPTORS: Accident at work. Urgency. Prehospital Care.

INTRODUÇÃO

A caracterização do acidente de trabalho é dada pela Lei 8.213/1991, artigo 19, e estabelece que: acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço de empresa ou de empregador doméstico ou pelo exercício do trabalho dos segurados, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho1.

Os atendimentos de urgência sempre foram preocupantes no contexto da saúde pública no Brasil. A esse tipo de assistência foi dada prevalência no âmbito social, decorrente ao desgaste dos serviços hospitalares de urgência e no ano de 2000, profissionais médicos, participantes da Rede Brasileira de Cooperação em Emergência (RBCE) delataram em um congresso a falta de organização e estruturação sobre o tema, estabeleceu-se então um grupo junto ao Ministério da Saúde que delinearam e instituíram a PNAU - Política Nacional de Atenção às Urgências2.

A Portaria nº 1.864, de 29 de setembro de 2003, Institui o componente pré-hospitalar móvel da Política Nacional de Atenção às Urgências, por intermédio da implantação de Serviços de Atendimento Móvel de Urgência em municípios e regiões de todo o território brasileiro: SAMU- 192. Através dessa portaria os estados começaram a receber os serviços móveis de urgência gratuitamente, que auxiliam e diminuem a sobrecarga dos pronto-atendimentos em hospitais3.

No Brasil são registradas as Comunicações de Acidentes de Trabalho (CATs) do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) e as Declarações de Óbito, que servem como base de dados para pesquisas dos tipos de acidentes de trabalhos4, porém é difícil encontrar aporte teórico que referencie o perfil dos acidentados que foram atendidos pelos serviços de urgência móvel.

Frente à importância do tema abordado o objetivo desse estudo foi analisar os registros de atendimentos de acidentes de trabalhos em um serviço de urgência móvel particular da cidade de Caxias do Sul – RS, a fim de identificar o perfil dos pacientes atendidos, bem como o tipo de acidente sofrido.

MÉTODO

A metodologia e o instrumento utilizado para a elaboração deste estudo consistiram em uma pesquisa exploratória, documental, com abordagem qualitativa, em um serviço móvel em urgência particular da cidade de Caxias do Sul/RS.

O estudo é retrospectivo e quantitativo, cuja coleta das informações ocorreu através da pesquisa, em bancos de dados disponibilizados e autorizados pela empresa responsável do serviço móvel de urgência, durante os meses de janeiro a dezembro de 2018. Com a intenção de apurar as características tanto dos tipos de acidentes, como dos acidentados, a pesquisa descritiva com análise de resultados ajudou a estabelecer relações entre variáveis coletadas e a revisão de literaturas, para assim contribuir com a melhoria dos serviços e atendimentos prestados.

A amostra do estudo constituiu-se por 576 prontuários dos atendimentos. Estabeleceu-se como critério de inclusão, prontuários com identificação e triagem médica caracterizado como acidente de trabalho realizado por médico e/ou enfermeiro e/ou Técnico de Enfermagem. Estabeleceu-se como critério de exclusão, fichas de atendimentos preenchidos, que por algum motivo a equipe de atendimento, chegou ao local e não encontrou a vítima, por ter sido levado ao hospital por meios próprios, ou cancelado durante o deslocamento da equipe, dados incompletos ou rasuras, não foi realizado nenhum tipo de entrevista ou preenchimento de questionário pelas pessoas envolvidas nos acidentes.

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