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MÉTODOS DE AQUECIMENTO NA PREVENÇÃO DE HIPOTERMIA NO INTRAOPERATÓRIO DE CIRURGIA ABDOMINAL ELETIVA GOIÂNIA – GOIÁS

Por:   •  11/5/2016  •  Trabalho acadêmico  •  2.588 Palavras (11 Páginas)  •  679 Visualizações

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FACULDADE UNIDA CAMPINAS – FACUNICAMPS

CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM

MÉTODOS DE AQUECIMENTO NA PREVENÇÃO DE HIPOTERMIA NO INTRAOPERATÓRIO DE CIRURGIA ABDOMINAL ELETIVA

GOIÂNIA – GOIÁS

2016/1

MÉTODOS DE AQUECIMENTO NA PREVENÇÃO DE HIPOTERMIA NO INTRAOPERATÓRIO DE CIRURGIA ABDOMINAL ELETIVA

Trabalho apresentado á Disciplina Metodologia da Pesquisa Cientifica, para composição da N1

GOIÂNIA – GOIÁS

2016/1

Métodos de aquecimento na prevenção da hipotermia no intraoperatório de cirurgia abdominal eletiva1

Resumo Objetivo: Identificar os métodos de aquecimento para prevenir hipotermia em pacientes adultos no intraoperatório de cirurgia abdominal eletiva com exposição visceral. Métodos: Estudo quantitativo, exploratório e descritivo, prospectivo, realizado num hospital público da região sul do Brasil. Constituiu a amostra 63 pacientes. Observaram-se os métodos de aquecimento utilizados e foi aferida a temperatura timpânica. Para tratamento dos dados, aplicou-se a estatística descritiva por meio do software SEstatNet. Resultados: Foram utilizados métodos de aquecimento ativo e passivo. A infusão de fluidos aquecidos para irrigação da cavidade abdominal foi a medida mais empregada (nº 63; 100%) do método ativo, enquanto que a manutenção do sistema de refrigeração desligado até o início da cirurgia foi a medida mais utilizada (nº 57; 90,5%) do método passivo. Conclusão: Com os métodos de aquecimento empregados não houve hipotermia grave, porém, existem métodos atuais mais eficientes que poderiam prevenir a hipotermia leve e moderada encontradas. Palavras-chave: Hipotermia; Enfermagem Perioperatória; Enfermagem de Centro Cirúrgico; Período Perioperatório; Procedimentos Cirúrgicos Eletivos.

1 Artigo apresentado á Disciplina Metodologia da Pesquisa Cientifica composição da N1.

2 Acadêmico do 2º período matutino do curso de grad. Enf da Facunicamps.

3 Doutora da ciência da saúde mestre em enfermagem docente na Facunicamps.

4 Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, SC, Brasil.

Danczuk RFT, Nascimento ERP, Silveira NR, Hermida PMV, Rasía MA

Escola Anna Nery 19(4) Out-Dez 2015

1 - INTRODUÇÃO

A diminuição da temperatura corporal durante o ato cirúrgico para menos que 36°C caracteriza a hipotermia durante cirurgia, problema comum e usualmente pouco diagnosticado por ser a monitorização da temperatura pouco realizada1 . A hipotermia durante cirurgia está relacionada a vários fatores: agentes anestésicos; temperatura da sala cirúrgica; tempo de exposição ao ambiente com baixas temperaturas; infusões venosas frias2,3; e fluidos de irrigação não aquecidos. Existem ainda os fatores de risco do próprio paciente como extremos de peso corporal3, extremos de idade, doenças metabólicas e distúrbios neurológicos2. Destaca-se que os pacientes submetidos às cirurgias que expõem grandes cavidades do corpo para o ar ambiente estão mais suscetíveis à hipotermia3 , como por exemplo, nas cirurgias abdominais convencionais. A manutenção da temperatura normativa é um aspecto importante para a segurança do paciente para se obter resultados cirúrgicos positivos e aumentar a satisfação do paciente3 . Nesse sentido, destaca-se que os enfermeiros precisam estar cientes das implicações da hipotermia para o paciente submetido à cirurgia, bem como identificar as que são de risco na avaliação pré-operatória, pois medidas de precaução podem reduzir a perda de calor e minimizar o risco de complicações associadas4 , incluindo-se eventos cardiovasculares, infecção da ferida cirúrgica e sangramento durante cirurgia por distúrbios de coagulação5 . Na prática clínica compete a todos os profissionais envolvidos na assistência ao paciente cirúrgico a adoção de medidas para a prevenção da hipotermia. Além de responsável pelo planejamento e de implementar essas medidas, o enfermeiro está ligado à tomada de decisão sobre a compra de materiais e equipamentos relacionados a essa prática nos serviços de saúde6 . Crescem as iniciativas para a promoção da segurança e da qualidade na assistência à saúde, entretanto, são necessários estudos recentes e inovadores voltados à segurança do paciente, e à participação do enfermeiro na implantação de estratégias para a melhoria da qualidade e da segurança do cuidado de enfermagem7 . Para prevenir a hipotermia durante cirurgia e garantir um cuidado seguro e de qualidade existem dispositivos de aquecimento, os quais são classificados como métodos passivo e ativo, e têm efetividades distintas. Até por volta do ano de 1990, medidas de aquecimento passivo eram as únicas existentes, até que surgiram as ativas8 . Inclui-se como medidas passivas de aquecimento: cobertor de algodão5,8; lençol de algodão; envoltório dos membros inferiores com algodão ortopédico e atadura de crepe9 ; ajuste da temperatura do ambiente da sala cirúrgica10. Dentre as medidas ativas se apontam: sistema radiante; elétrico; de cobertura elétrica de fibra de carbono; de transferência de energia com dispositivo adesivo; de ar forçado aquecido; de circulação de água aquecida; colchão de água aquecida6 ; irrigação com fluido aquecido11,12 e infusão venosa de fluido aquecido13-16. Considerando-se importante conhecer os métodos de aquecimento que vêm sendo utilizados na prática para prevenir a hipotermia durante cirurgia e garantir uma assistência segura e de qualidade, esta pesquisa tem como questão norteadora: Quais os métodos de aquecimento utilizados na prevenção da hipotermia em pacientes adultos durante cirurgia abdominal eletiva com exposição visceral, em um hospital na região sul do Brasil? Para tanto, o estudo teve como objetivo identificar os métodos de aquecimento para prevenir a hipotermia em pacientes adultos na cirurgia abdominal eletiva com exposição visceral. Julga-se que esta investigação será relevante na produção do conhecimento sobre a hipotermia durante cirurgia e os cuidados para a sua prevenção, uma vez que a temática ainda é pouco pesquisada pela comunidade científica, especialmente pela enfermagem nacional.

2 - MÉTODOS

 Trata-se de um estudo com delineamento quantitativo não experimental, prospectivo, tipo exploratório e descritivo. O estudo foi realizado no período de agosto a novembro de 2013, no centro cirúrgico de um hospital público de ensino, referência em cirurgias complexas de médio e grande porte, situado na região sul do Brasil. O artigo em questão é um recorte da dissertação de mestrado intitulada: "Avaliação da hipotermia não planejada no transoperatório de cirurgias eletivas abdominais", do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal de Santa Catarina. A população do estudo foi constituída por 263 pacientes submetidos à cirurgia abdominal eletiva com exposição visceral. A amostra foi constituída de 63 pacientes que atenderam os critérios de inclusão. O tamanho amostral foi determinado se utilizando nível de significância de 5% e poder de teste de 90%, tendo como base o desvio padrão de pesquisas anteriores. A amostragem foi do tipo não probabilística sequencial. Os critérios de inclusão empregados para definir a amostra foram: idade entre 18 a 59 anos; de ambos os sexos; tempo cirúrgico mínimo de 120 minutos; índice de Massa Corporal (IMC) igual ou inferior a 35 kg/m2 ; e, classificação da American Society of Anesthesiologists (ASA) I, II, e III. Foram excluídos 200 pacientes devido: à idade superior a 60 anos (88), e à obesidade mórbida (110) e ASA IV (2). Em relação ao IMC, utilizou-se a classificação da OMS17: Obesidade I (30 a 34,99 kg/m2 ; Obesidade II, considerada severa (35 a 39,99 kg/m2 ; e, Obesidade Mórbida (IMC ↑ 40 kg/m2 . Esse dado foi coletado do registro feito pelo anestesista no prontuário do paciente. Para o recrutamento dos sujeitos foi verificada diariamente a relação dos pacientes que seriam submetidos, no dia seguinte, à cirurgia abdominal eletiva e com exposição visceral. Os pacientes receberam a visita de uma das pesquisadoras na unidade de internação que coletou informações sobre as comorbidades e realizou a avaliação física do sujeito, a fim de garantir a sua participação, respeitando-se os critérios de inclusão. Todos os dados foram registrados em instrumento próprio. No dia da cirurgia, os pacientes foram recebidos pela mesma pesquisadora que os acompanhou durante o período de cirurgia e coletou todos os dados do estudo. Para o alcance do objetivo proposto se elaborou um instrumento, o qual foi submetido à validação aparente (clareza/ compreensão) e de conteúdo (relevância) por três experts: um enfermeiro, um anestesista e um cirurgião. Os mesmos sugeriram acrescentar medicações anestésicas usadas, diagnóstico de enfermagem e a temperatura da sala de recuperação, porém estas não foram acatadas por não estarem relacionadas aos objetivos do estudo. Sequencialmente, realizou-se um pré-teste com cinco pacientes que não compuseram a amostra, e não houve necessidade de adequações do instrumento elaborado. O instrumento contemplou dados relacionados ao paciente, ao procedimento anestésico e cirúrgico, à sala cirúrgica e à implementação de métodos de aquecimento. Os dados relacionados às características dos participantes foram extraídos do prontuário e os demais dados, durante a observação do procedimento cirúrgico. A mensuração da temperatura timpânica dos pacientes assim como a temperatura e umidade da sala cirúrgica foram realizadas com intervalo de 15 e de 30 minutos na primeira e na segunda hora, respectivamente. No período de 120 minutos se efetuaram, em cada paciente, seis aferições da temperatura timpânica, com intervalo de 15 e de 30 minutos na primeira e na segunda hora. Essas medidas foram antecedidas por duas outras mensurações, na chegada à sala cirúrgica (tempo zero) e logo após a indução anestésica. A temperatura foi aferida sempre com o mesmo termômetro timpânico da marca Adtemp® TM 421. A verificação da temperatura e umidade das salas cirúrgicas foi através do termohigrômetro, marca More Fitness®, posicionado junto à parede a uma distância de 130 cm do paciente. Para a classificação da hipotermia, utilizaram-se os parâmetros empregados pela literatura2: hipotermia leve, temperatura entre 35°C a 35,9°C; hipotermia moderada, entre 34°C a 34,9°C; e, hipotermia grave, ≤ a 33,9°C. Os dados foram organizados em um banco de dados do programa Microsoft Office Excel versão 15.0.44 (2013) e analisados com a estatística descritiva simples por meio do software SEstatNet18. O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Universidade Federal de Santa Catarina, (Parecer nº 374.659/2013), atendendo a Resolução nº 466/12 do Conselho Nacional de Saúde19. O Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) foi assinado pelos sujeitos da pesquisa

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