O ESFIGMOMANÔMETRO
Por: Fernanda Silva • 17/8/2019 • Seminário • 1.941 Palavras (8 Páginas) • 544 Visualizações
ESFIGMOMANÔMETRO
aneróide
[pic 1]
CONCEITO
O esfigmomanômetro aneróide é um instrumento não invasivo, que serve para aferir a pressão arterial (PA). Ele é composto por uma bolsa inflável de borracha (manguito) de formato laminar, a qual é envolvida por uma capa de tecido inelástico (braçadeira) para manter a pressão constante. Por um tubo de borracha, a braçadeira é acoplada à um manômetro aneróide (instrumento que mede a pressão) e, por outro tubo, também ligado a braçadeira, contém uma pêra (bomba de ar) a qual possui a finalidade de insuflar a bolsa pneumática gerando pressão, com uma válvula para controle da deflação manejada pelo operador.
O esfigmomanômetro precisa ser verificado periodicamente, para conferir se mantém as características de precisão adequadas. Isso é necessário porque o aparelho desregula com o tempo e com o uso, e passa a apresentar medições erradas. Portanto, todo profissional que o utiliza deve aferir o instrumento pelo menos uma vez ao ano para evitar erros de medição que possam falsear o diagnóstico.
[pic 2] -esfigmomanômetro aneróide.
[pic 3]-profissional ajustando a braçadeira.
hISTÓRICO
Com os avanços da medicina, por volta do séc.18, tem-se o conhecimento da pressão exercida pelo sangue nas paredes dos vasos sanguíneos. Quando Stephen Hales demonstrou que a quantidade de pressão gerada pelo coração poderia ser medida através do deslocamento do sangue, cria-se a dúvida de como aferir.
Em 1828, Jean Leonard Marie Poiseuille introduziu o manômetro de mercúrio, na qual, media-se a pressão arterial a partir de um tubo com mercúrio através de pulsos.
Já em 1847, essa técnica foi alterada e agora usa-se um tambor giratório que variava de acordo com a pulsação. No entanto, essas medições eram muito invasivas.
Dentre isso, em 1881, Samuel Siegfried Karl Ritter von Basch melhorou o método colocando uma bolsa de borracha sobre o pulso e conectando a um manômetro (imagem 2). Desta forma, foi possível estimar a pressão de maneira indireta e mais segura.
Em meados de 1896, Scipione Riva-Rocci iniciou o uso de um manguito colocado ao redor da circunferência do braço (imagem 3), mais visto atualmente. Porém, esse apenas media a pressão sistólica, que é a contração do coração. A capacidade de medir a pressão diastólica foi alcançada somente em 1905, por Nikolai Korotkov.
Contudo, a técnica para aferir a pressão sanguínea demorou mais de duzentos anos para se desenvolver. Teve seu início onde a medição era diretamente nos vasos sanguíneos, na qual não continha precisão e segurança. Nos dias de hoje, usa-se o esfigmomanômetro aneróide e também digitais por serem mais práticos e rápidos.
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Imagem 1- 1828 Imagem 2- 1881 Imagem 3- 2019
Bolsa de borracha sobre o pulso Esfigmomanõmetro aneróide Manômetro de mercúrio e conectando a um manômetro
Como funciona? para que serve?
O esfigmomanômetro, consiste num sistema para compressão da artéria braquial, que com auxílio de um estetoscópio para a ausculta dos sons de Korotkov, é possivel a verificação tanto da pressão sistólica quanto da pressão diastólica.
Ao colocar a braçadeira e infla-lá a uma pressão maior do que a pressão sistólica do coração, interronpendo o fluxo sanguíneo temporariamente e, portanto, não se escuta nada. Na medida que é solto lentamente o ar do manquito, a pressão vai dimunuindo até chegar em um momento onde a pressão exercída na parede do vaso é maior que a pressão promovida pela braçadeira e, assim, ouve-se a propagação do fluxo sanguíneo. Nesse momento, o manômetro indica a pressão sistólica. Ao continuar soltando o ar, chega-se a outro momento em que a pressão do aparelho é menor que a pressão do coração relaxado e não se escuta nada, a pressão indicada nesse momento é a pressão diastólica.
[pic 7] - Profissional aferindo a pressão.
[pic 8] - Profissional aferindo a pressão.
A pressão sistólica é o maior e o primeiro número quando falamos a PA. O outro número, é quando o coração está relaxado, que representa a pressão diastólica.
Então, quando dizemos que a PA está 120 milímetros de mercúrio (mmHg) por 80 mmHg (ou 12 por 8), que é a PA de um ser humano saudável, na verdade estamos dizendo que: quando o coração está contraído, a pressão do sangue é de 120 mmHg e quando está relaxado, é de 80 mmHg
-AFERIÇÃO CORRETA
Para aferir corretamente a pressão arterial deve-se medir no periodo da manhã e estar em jejum, manter a respiração normal, não cruzar as pernas e evitar falar durante a medição. Além disso, é importante que a braçadeira seja adequada ao braço, não sendo muito larga ou apertada e o braço estar apoiado e ao nível do coração. Contudo, deve-se
* Verificar se o ponteiro encontra-se dentro da faixa/marca de tolerância zero.
*Procurar sentir o pulso na região anterior do cotovelo esquerdo, colocando a cabeça do estetoscópio nesse local;
*Colocar a braçadeira do aparelho 2 a 3 cm acima da região anterior do cotovelo do mesmo braço, apertando-a, de forma que o fio da braçadeira fique por cima do braço;
*Fechar a válvula da bomba e com o estetoscópio nos ouvidos, encher a braçadeira até aos 180 mmHg ou até deixar de ouvir sons no estetoscópio;
*Abrir a válvula lentamente, ao mesmo tempo que se olha para o manômetro. No momento em que se ouve o primeiro som, deve-se registar a pressão indicada no manômetro, pois é o primeiro valor da pressão arterial;
*Continua-se a esvaziar a braçadeira até deixar de ouvir som. No momento em que se para de ouvir sons, deve-se registar a pressão indicada no manômetro, pois é o segundo valor da pressão arterial;
*Junta-se o primeiro valor com o segundo para obter a pressão arterial. Por exemplo, quando o primeiro valor é 130 mmHg e o segundo é 70 mmHg, a pressão arterial é de 13 x 7.
-DETALHES
No esfigmomanômetro mecânico aneróide a resolução da escala de leitura é de 2 mmHg com faixa de leitura de 0 a 300 mmHg. Também possui na escala uma marca que pode mudar de acordo com o modelo do aparelho, ela indica a tolerância do zero de ± 3 mmHg deste tipo de manômetro.
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