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A Farmacologia

Por:   •  15/5/2016  •  Trabalho acadêmico  •  4.492 Palavras (18 Páginas)  •  815 Visualizações

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UNIVERSIDADE COMUNITÁRIA DA REGIÃO DE CHAPECÓ

(UNOCHAPECÓ)

FARMACOLOGIA

 Interação entre alimentos e medicamentos

                                                                                      Karine Lazarotto                                                                                

                                                                       Farmacologia Aplicada a Nutrição                                                                       Profª: Nardeli

                                                                                                 

Chapecó- SC, novembro 2013

Exercícios sobre o livro Interações entre alimentos e Medicamentos (GOMEZ e VENTURINI, ANO).

Capítulo 2

  1. Como pode ser realizado o tratamento das úlceras pépticas, da gastrite e da esofagite de refluxo?

Úlcera: a úlcera péptica é uma lesão benigna da mucosa gástrica ou duodenal ocorrendo quando a mucosa epitelial é exposta ao ácido ou pepsina. O desequilíbrio entre a produção de muco e a secreção ácida pode resultar em lesão da mucosa, que se manifesta inicialmente como inflamação (gastrite), podendo progredir para a erosão (úlcera). O aparecimento da úlcera esta fortemente associada à presença da bactéria Heliobacter pylori, excesso de alimentos condimentados, cigarro, álcool, estresse, e o uso crônico de alguns medicamentos como aspirina, esses itens desestabilizam o muco e expõem a parede gástrica à ação do ácido clorídrico. Uma vez diagnosticada a úlcera e investigada as causas o tratamento inicial consistem em erradicar a Heliobacter pylori, pelo emprego de antibióticos, e acelerar o processo de cicatrização pelo uso de antiácidos ou antiulcerosos. Dentre os mais comumente utilizados estão os antagonistas do receptor H2 e inibidores da bomba de prótons.  Esses antiulcerosos, ao inibirem a secreção ácida, diminuem o conteúdo gástrico e reduzem também o refluxo e a azia por isso também são utilizados no tratamento da esofagite e do refluxo.

Gastrite: a gastrite diferente da úlcera é uma lesão superficial, sem erosão ou perda de sangue. A queixa comum de dor em queimação (ardência) ocorre principalmente após a ingestão de alimentos, quando há um pico de secreção ácida. Alguns pacientes fazem a associação da gastrite com a ingestão de alimentos como frutas cítricas e condimentos e para evitar a gastrite evitam esses alimentos. Independente da causa, a gastrite pode ser tratada com os mesmos medicamentos utilizados no tratamento da úlcera (antiulcerosos, antiácidos).

Esofagite de refluxo: para o tratamento São utilizados antiulcerosos que inibirem a secreção ácida, diminuem o conteúdo gástrico e reduzem também o refluxo e a azia. São utilizados também alguns antiácidos a base de sais básicos cujo mecanismo de ação é a simples neutralização do ácido secretado.  Esses antiácidos devem ser administrados logo após as refeições no momento da secreção ácida.

  1. Descreva as interações que podem ocorrer entre antiulcerosos e alimentos, e antiácidos e alimentos.

Antiulcerosos: 

A inibição da secreção gástrica por medicamentos interfere sobre a secreção do fator intrínseco, liberado junto com o HCI pelas células parietais. Sendo o fator intrínseco indispensável para a absorção da vitamina B12. Pessoas que necessitam o tratamento crônico com antagonistas de H2 e inibidores da bomba de prótons podem apresentar sintomas como fadiga, anemia, formigamento das extremidades, sendo esses associados à deficiência de vitamina B12. Portanto em alguns casos onde a alimentação com fontes como ovos, leite e derivados, frutos do mar, fígado, etc, pode ser recomendado a suplementação.

A redução da acidez gástrica por antiácidos ou antiulcerosos altera a digestão de proteínas e compromete a perfeita digestão dos alimentos, por isso a indicação desses fármacos deve ser apenas em situações específicas. Os antiácidos reduzem o conteúdo gástrico, disponibilizando menor quantidade de solução para desintegração de comprimidos e dissolução do fármaco, reduzindo a velocidade de absorção dos mesmos. A presença de alimentos pode reduzir a absorção dos derivados da cimetidina, sendo recomendada sua administração uma hora antes das refeições.

 

Antiácidos:

Dentre os antiácidos mais popularmente utilizados estão os sais de magnésio e alumino que são sais básicos, que em contato com o ácido clorídrico estomacal formam sais neutros e água. Os mais utilizados são:

Hidróxido de magnésio: é um sal presente em antiácidos, deve ser utilizado em associação com o hidróxido de alumínio pois sozinho produz diarreia.

Hidróxido de alumínio: combina-se com o cálcio, fosfato e o ferro presente nos alimentos, formando sais insolúveis e aumentando a excreção desses nutrientes nas fezes. Por isso se os pacientes não tiverem uma dieta rica nesses minerais podem apresentar complicações no estado nutricional como anemia, osteoporose, fadiga, portanto em alguns casos são necessários a suplementação. Além disso o alumino pode ser absorvido  e se tornar tóxico.

Bicarbonato de sódio: pode causar distensão estomacal e flatulência em função da produção de gazes quando associado a outros antiácidos. O uso frequente em altas doses produz alcalose, uma vez que o cálcio presente pode ser absorvido. Isso é especialmente relevante quando os pacientes o ingerem com leite, nesse caso pode ocorrer a síndrome do leite álcali, caracterizada por náuseas, vômitos, dor de cabeça, confusão mental, perda de apetite, hipercalcemia, e calculo renal. Pela presença de sódio, pacientes com insuficiência cardíaca ou hipertensos, submetidos a dietas com restrição de sódio devem evitar o uso desses medicamentos.  

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