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A IMPLANTAÇÃO DA FITOTERAPIA NO SISTEMA BÁSICO DE SAÚDE

Por:   •  30/11/2018  •  Artigo  •  1.933 Palavras (8 Páginas)  •  342 Visualizações

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A IMPLANTAÇÃO DA FITOTERAPIA NO SISTEMA BÁSICO DE SAÚDE

 

 

Flaviane Brasílio

Kessy Reis

Kétleen Vitória

Lucas Maschio

 

RESUMO

 

O objetivo desse estudo foi analisar o contexto brasileiro em relação aos fatores sociais, profissionais e naturais acerca da possibilidade da implantação da fitoterapia no sistema básico de saúde. A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica, baseada em artigos científicos de estudos semelhantes em diversas regiões do Brasil. Foi identificado e demonstrado a predisposição e a problemática acerca da implantação dessa terapia no país.

 

Palavras-Chave: Fitoterapia; Saúde; Brasil

 

 

 

 

  1. Introdução

 

Segundo a Agencia Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), fitoterapia é a terapêutica caracterizada pelo uso de plantas medicinais e extratos vegetais como matéria prima, sem ser sintetizada. (ALMEIDA et al., 2017).

A medicina baseada nas plantas medicinais foi fundamental na sobrevivência desde os tempos mais antigos. Esse conhecimento foi passado e aperfeiçoado de geração para geração. (PIRES et al., 2014). Porém com o início da Revolução Industrial e da Revolução científica novos métodos de tratamento começaram a ser empregados como os medicamentos industrializados, que prometeram curar doenças com eficácia e rapidez (FEITOSA et al., 2018).  Como consequência as técnicas da medicina tradicional foram marginalizadas e ignoradas já que não possuíam um forte embasamento científico.

Porém, com o tempo surgiu o questionamento se o uso abusivo desses medicamentos industrializados não seria maléfico a saúde e iniciou a busca pelas formas de tratamento tradicionais.

Essa busca pelos tratamentos tradicionais impactaram o cenário global, principalmente em países em desenvolvimento, como o Brasil. (SANTOS et al., 2011)

Logo, é de extrema importância analisar e levantar dados sobre o atual contexto brasileiro levando em consideração os critérios sociais, de biodisponibilidade e de formação profissional.

 

2 Objetivos

O objetivo deste projeto foi explicar de maneira totalmente clara o que é fitoterapia, além de trazer à tona suas consequências, colocar em questão a opinião de diversos autores e gerar um questionamento entre quaisquer pessoas interessadas no assunto. O tema foi abordado de acordo com a necessidade de instruir a população a respeito do assunto e explicar toda a história da fitoterapia nos tempos passados.

3 Metodologia

A metodologia utilizada foi pesquisa bibliográfica, feita através de pesquisas anteriores. Usamos artigos científicos encontrados nos indexadores e bancos de dados scielo e bvsalud assim como alguns periódicos. Para a pesquisa foram utilizados os descritores: fitoterapia.

 

4 Resultados e Discussão

 

De acordo com Bruning, Mosegui e Vianna (2011), a medicina tradicional como prática de recuperação e manutenção da saúde é utilizada por 80% da população de países em desenvolvimento e desses que a utilizam, 85% empregam as plantas medicinais em seus tratamentos.  

Isso converge com as resoluções da OMS que confirmou que técnicas não convencionais de saúde como acupuntura, quiropraxia e fitoterapia vem se tornando mais procuradas como meio de tratamento complementar as terapias alopáticas.  

Com essa demanda, a OMS tem demonstrado interesse em garantir que essas práticas, principalmente a fitoterapia, seja utilizada com segurança e tenha sua eficiência e qualidade comprovada. (SANTOS et al., 2011).

No Brasil, essa busca pela medicina tradicional resultou em políticas que visam a implantação da fitoterapia no sistema básico de saúde (MACHADO; CZERMAINSKY; LOPES, 2012). Em 2006 foram criadas a Política Nacional de Práticas Integrativas e

Complementares (PNPIC), a Política Nacional de Fitoterápicos e Plantas Medicinais (PNFPM) e em 2010 foi criada a Farmácia Viva que segundo o Ministério da Saúde (MS) tem a finalidade de realizar o cultivo, a coleta, processamento, armazenamento e manipulação das plantas medicinais.

Tomazzoni, Negrelle e Centa (2006) dizem que dentre os motivos da busca pela fitoterapia estão a insatisfação da população com o sistema básico de saúde, questionando o uso abusivo e insensato de medicamentos sintéticos, e o controle sobre o próprio corpo e sua saúde. Esse questionamento leva as pessoas a buscarem por soluções mais naturais e equilibradas como plantas medicinais.

Outro fator contribuinte é que a situação socioeconômica de muitas pessoas limita o acesso aos serviços de saúde e a utilização de plantas medicinais muitas vezes é o único meio de tratamento disponível. (COLET et al., 2015).

 As plantas medicinais são acessíveis em grande parte do Brasil, que possui grande biodiversidade vegetal, e isso segundo Almeida et al. (2017) favorece a implantação de meios de tratamento alternativos na saúde brasileira, além de ser um agente facilitador às possíveis descobertas farmacêuticas. Ou seja, as plantas medicinais devem ter uma boa visibilidade em relação a sua utilização popular medicinal (PIRES et al., 2014).

Com o exercício da fitoterapia, essa biodiversidade é mais facilmente preservada, tornando-se um meio de tratamento disponível e versátil para as futuras gerações. (PEREIRA et al., 2015).

O emprego das plantas medicinais nos tratamentos sempre foi presente na população brasileira, é um aspecto histórico e cultural, já que é um conhecimento tradicional passado de geração em geração que segundo Oliveira, Mezzomo e Moraes (2018) não deve ser subestimado pois muitos dos conhecimentos atuais são originados deste.  

Esse histórico social permanece até os dias de hoje como diz Pires et al. (2014), a pessoa que sofre de uma doença tende a buscar a recuperação por remédios caseiros e como segunda opção busca  o atendimento médico.

Ou seja, a fitoterapia nas comunidades tradicionais é uma prática bem presente e difundida, representa um fator importante para manutenção das condições básicas de saúde e faz parte do saber local, dos costumes e da cultura. (TOMAZZONI; NEGRELLE; CENTA, 2006).

Porém, apesar da boa aceitação da população e da disponibilidade o emprego das plantas medicinais possui riscos e ainda uma parte do contexto brasileiro é desfavorável a sua implantação no sistema básico de saúde.

Segundo Colet et al. (2015), a maioria das pessoas possuem a crença de que tudo que é natural é ausente de riscos e isso faz com que as pessoas busquem esse tipo de tratamento sem qualquer indicação de um profissional. Levando em conta apenas o conhecimento e a opinião familiar e de amigos, o que muitas vezes leva a utilização errônea da planta como a indicação e dosagem.  

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