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Histoplasmose

Por:   •  11/11/2015  •  Seminário  •  2.134 Palavras (9 Páginas)  •  485 Visualizações

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CURSO DE FARMÁCIA

DISCIPLINA: DIAGNÓSTICO EM DOENÇAS INFECCIOSAS – FAR 8 NA

DOSCENTES: ALEXANDRE MONTE  / MARCO VIANELLO

HISTOPLASMOSE

NATAL/RN

 2015

ANA THAISA LIMA

ELIZABETE FEITOSA

JANCLE GOMES

KATIUCIA MODESTO

MARIA DA PIEDADE FRANÇA

        

HISTOPLASMOSE

NATAL/RN

2015

INTRODUÇÃO

         Histoplasmose é uma micose sistemica causada pelo Histoplasma capsulatum, fungo termodimórfico e saprofito do solo. A enfermidade é endemica na região centro-sul dos Estados Unidos da America (EUA) e nas Americas Central e do Sul. A infeccao pelo H. capsulatum e causada pela inalacao de conidias dispersas na natureza nas areas endemicas. (MARQUES et al., 2013)

A doença foi pela primeira vez descrita por Samuel Darling, no Panamá, que entre 1905 e 1906 necropsiou três casos disseminados da doença, dois dos quais provenientes da ilha de Martiníca, onde hoje esta micose é reconhecidamente endêmica. A doença descrita por este patologista era similar á leishmaniose visceral e portanto, foi por ele considerada erroneamente ser causada por um protozoário encapsulado. Somente em 1934 , o microorganismo foi corretamente identificado como um fungo com dimorfismo térmico. (FERREIRA; BORGES, 2009)

A histoplasmose é amplamente distribuída no continente americano. Ela é altamente prevalente em determinadas áreas dos Estados Unidos, México, Honduras, Guatemala, Nicarágua, Panamá, em várias ilhas do Caribe e em diversos países sul-americanos, principalmente Venezuela, Colômbia, Peru, Brasil, Argentina e Uruguai. Raramente tem sido diagnosticada na Europa, à exceção da Itália, onde poucos casos foram observados. No Brasil, antes do surgimento da síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS), a histoplasmose era raramente diagnosticada, constituindo uma curiosidade observada apenas em doentes com linfoma ou outras neoplasias e, esporadicamente, em transplantados renais. Nos anos de 1980 a 1990, com o advento da AIDS, centenas de casos de histoplasmose, em particular na forma disseminada, foram observados entre os portadores desta síndrome, Estes surtos já foram observados no Brasil nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Mato Grosso e Minas Gerais. (FERREIRA; BORGES, 2009)

PATOGENIA

A infecção humana se dá por via respiratória. Os elementos infectantes (microconídios) penetram pelas vias aéreas, chegando nos alvéolos, são fagocitados, multiplicando-se na forma parasitária dentro dos macrófagos alveolares, o que origina pneumonite focal ou de inoculação. Pelos gânglios linfáticos, os fungos ganham o gânglio regional satélite formando o complexo pulmonar bipolar. A partir daí, o fungo pode disseminar-se por via hematogênica para qualquer órgão ou sistema. Esse tipo de infecção primária, regressiva espontaneamente, ocorre usualmente em indivíduos imunocompetentes. Nos hospedeiros com deficiência imunológica, a infecção primária e as reinfecções podem assumir um caráter progressivo de gravidade variável. (AIDÉ, 2009)

QUADRO CLÍNICO

A intensidade da manifestação clinica está associada a três fatores: intensidade da exposição, da quantidade de esporos inalados e da imunidade do hospedeiro. Em indivíduos saudáveis, uma baixa intensidade de exposição frequentemente causa infecção assintomática ou pouco sintomática, com curso autolimitado. Quando ocorre uma intensa exposição, os indivíduos podem apresentar doença pulmonar grave levando à falência respiratória e até mesmo à morte.

INFECÇÃO PULMONAR AGUDA: Apresenta quadro clínico como casos isolados, de difícil diagnóstico, ou sob a forma de microepidemias. A aspiração maciça Dos esporos assexuais do fungo pode levar ao aparecimento de uma forma pulmonar aguda, grave, após um período de incubação de uma a três semanas. Os sintomas mais frequentes consiste em febre, calafrios, cefaléia, mialgias, hiporexia, tosse, dispnéia e dor torácica. Os achados radiológicos mais frequentes nessa forma são as linfonodomegalias hilares bilaterais com infiltrado reticulonodular bilateral.  Pericardite com derrame e efusão pleural ocasionalmente acompanham o quadro da histoplasmose aguda. A doença tende a resolver sem tratamento específico na grande maioria dos casos em cerca de duas a quatro semanas, levando à formação de nódulos cálcicos disseminados em ambos os campos pulmonares.

HISTOPLASMOSE PULMONAR CRÔNICA: Também chamada de oportunista, compromete os indivíduos portadores de espaços aéreos anormais, notadamente os portadores de enfisema pulmonar, em indivíduos tabagistas, com mais de 50 anos de idade, portadores de doença pulmonar crônica obstrutiva (DPOC). clinicamente observa-se a presença de febre baixa vespertina, perda de peso, sudorese noturna, dor torácica e tosse com expectoração hemoptóica, ou seja, quando a tosse é acompanhada de sangue, quadro este indistinguível daquele observado na tuberculose pulmonar. Essa forma clínica evolui para a insuficiência respiratória ou à caquexia, é fatal em 80% dos casos e mostra pouca tendência para evoluir para fora dos pulmões.

INFECÇÕES DISSEMINADAS: Na forma disseminada, compromete organismos imunodeprimidos primariamente ou secundariamente. A infecção primária pelo Histoplasma capsulatum, independente da presença de sintomatologia. Tosse, dispneia e astenia são queixas frequentes. Nos casos mais avançados, múltiplos órgãos estão comprometidos pode evoluir com disseminação do fungo para todo o organismo, particularmente para órgãos ricos em macrófagos, tais como fígado, baço, linfonodos e medula óssea; as glândulas adrenais também mostram freqüente acometimento. Hepatoesplenomegalia, anemia, trombocitopenia e leucopenia podem estar presentes. Na forma disseminada crônica do adulto, muitas vezes o pulmão não é afetado. O comprometimento do sistema nervoso central (SNC) é comum vir associado à doença disseminada em 40% dos casos, ocorrendo sob a forma de meningite isolada e lesões locais, encefalite e envolvimento de corda espinhal. A histoplasmose pode se apresentar ao clínico sob a forma de um nódulo pulmonar solitário, isto é, o histoplasmoma, cujo diagnóstico diferencial principal é o câncer de pulmão. Normalmente, com o desenvolvimento da imunidade específica anti-Histoplasma, a infecção nestes focos metastáticos é controlada e o diagnóstico só pode ser realizado de forma incidental, através de biópsias que demonstrem a presença de formas leveduriformes do agente.

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