INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS POTENCIAIS ENTRE MEDICAMENTOS UTILIZADOS POR PACIENTES
Por: Cláudio Ferreira • 24/5/2018 • Artigo • 3.312 Palavras (14 Páginas) • 390 Visualizações
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS POTENCIAIS ENTRE MEDICAMENTOS
UTILIZADOS POR PACIENTES DO MUNICÍPIO DE CRICIÚMA-SC
RESUMO
Objetivo: Estimar a freqüência e caracterizar as interações medicamentosas potenciais entre fármacos pertencentes a lista de medicamento Rename, os quais foram dispensados em uma Unidade Básica de Saúde do Município de Criciúma-SC. Métodos: Realizou-se um estudo exploratório em um grupo de pacientes atendidos no ambulatório de farmácia clínica, pertencentes à Unidade Básica de Saúde do Pinheirinho e às clínicas integradas, por residentes e estagiários da UNESC. A amostra foi composta por prontuários que haviam prescrições de medicamentos, dispensados entre janeiro de 2014 e dezembro de 2015.As interações medicamentosas potenciais foram identificadas em 17 prontuários. Resultados: Os prontuários eram de pacientes do sexo feminino e masculino com idade entre 30 e 90 anos. Em 82,5% dos prontuários identificou-se pelo menos uma interação medicamentosa potencial. Foram descritas 81 interações medicamentosas potenciais, sendo 14 graves e 67 moderadas. Encontrou-se uma correlação entre o número de medicamentos prescritos e interações medicamentosas potencias. Conclusão: O presente estudo identificou uma frequência de interações medicamentosas potenciais envolvendo os fármacos dispensados aos pacientes da Unidade de Saúde, e uma associação positiva entre o número de fármacos prescritos com a maior freqüência dessas interações.
Palavras chave: Interação medicamentosa, prontuários, pacientes ambulatório.
ABSTRACT
Objective: To estimate the frequency and characterization of potential drug interactions among drugs belonging to the Rename drug list, which were dispensed at a Basic Health Unit in the City of Criciúma-SC. Methods: An exploratory study was carried out in a group of patients attended at the clinic of clinical pharmacy, belonging to the Basic Health Unit of Pinheirinho and the integrated clinics, by residents and trainees of UNESC. The sample consisted of medical records that had been dispensed between January 2014 and December 2015. Potential drug interactions were identified in 17 charts. Results: The medical records were of female and male patients aged between 30 and 90 years. At least one potential drug interaction was identified in 82.5% of the records. A total of 81 potential drug interactions were described, 14 of which were severe and 67 were moderate. There was a correlation between the number of drugs prescribed and drug interactions potencies. Conclusion: The present study identified a frequency of potential drug interactions involving the drugs dispensed to the patients of the Health Unit, and a positive association between the number of drugs prescribed with the highest frequency of these interactions.
Key words: Drug interaction, medical records, patient.
INTRODUÇÃO
A Atenção Farmacêutica caracteriza-se em atividades específicas do profissional
farmacêutico no âmbito da atenção à saúde; cujo é um modelo desenvolvido no conjunto da
Assistência Farmacêutica. Visando uma farmacoterapia racional e a obtenção de resultados definidos e mensuráveis, voltados para a melhoria do bem estar do paciente, sendo assim, a interação direta do farmacêutico com o usuário [1].
Neste contexto, o profissional farmacêutico em meio a uma grave crise de
identidade profissional, passou a realizar a prática da farmácia clínica observando o quão importante o seu papel para a saúde pública [2]. Deste modo, A prática farmacêutica esta voltada para a o paciente, e o medicamento passa a ser visto com um meio para se alcançar metas e resultados positivos na faramacoterapia de cada indivíduo, preocupando-se assim, de que riscos inerentes à utilização dos medicamentos sejam minimizados [3].
No entanto, o profissional da atenção farmacêutica deve estar atento há possíveis
problemas relacionados à medicamentos (PRM), como são os casos de interações medicamentosas que podem ser definidas como um fenômeno que acontece quando os efeitos ou a farmacocinética são modificados pela administração prévia ou co-administração de um segundo fármaco [4].
Embora as interações medicamentosas sejam consideradas um PRM, a
polifarmácia vem ganhando grande utilidade no tratamento de patologias coexistentes, para evitar-se reações indesejadas, ou para aumentar o efeito farmacológico dos tratamentos [5]. Diante disso, podemos dizer que as associações medicamentosas podem sim ser favoráveis quando geram um melhor efeito terapêutico, ou uma redução da toxicidade, no entanto podem ser prejudiciais quando contribuem para o aparecimento de reações adversas ou uma diminuição do efeito de um ou ambos os fármacos [6].
Sendo assim, comprovada que o papel do farmacêutico aumenta a adesão dos
pacientes aos regimes farmacoterapêuticos, diminuindo custos nos sistemas de saúde ao acompanhar reações adversas e interações medicamentosas e melhorando assim a qualidade de vida dos pacientes [7]. Com efeito, a atuação clínica possibilita o reencontro entre farmacêutico e paciente, demandando do profissional novas competências para que possa novamente se responsabilizar pelo bem estar do paciente e tornar se um dos provedores de cuidados em saúde, no contexto de cuidado multidisciplinar [8].
De fato, Patel e Zed [9] estimaram que os problemas na farmacoterapia são
responsáveis por cerca de 9% a 24% das internações hospitalares decorrentes dos atendimentos de urgência. Eles afirmam ainda que cerca de 70% dos problemas na farmacoterapia seriam evitados com a atuação clínica do farmacêutico.
Diante disso o presente artigo tem como objetivo identificar as possíveis interações
medicamentosas no tratamento de pacientes polimedicados atendidos pelo ambulatório de farmácia clínica da Universidade do Extremo Sul Catarinense – UNESC.
MÉTODOS
Desenho da população do estudo
Realizou-se um estudo exploratório em prontuários do grupo de pacientes
atendidos no ambulatório de farmácia clínica, pertencentes à Unidade Básica de Saúde do Pinheirinho e às clínicas integradas, por residentes e estagiários da UNESC. Foram selecionados os prontuários que apresentavam alguma interação medicamentosa, e excluídos aqueles que se apresentavam incompletos ou sem interações medicamentosas. Foram avaliados dados socioeconômicos, presença de morbidades, farmacoterapia atual e pregressa e avaliação do controle das doenças. Os prontuários analisados pertenciam à pacientes com idade entre 30 e 90 anos atendidos no período de janeiro de 2014 à dezembro de 2015, no ambulatório de farmácia clínica da UNESC. O trabalho foi aprovado pelo comitê de ética em pesquisa (CEP) da Universidade do Extremo Sul Catarinense sob o parecer consubstanciado número 1.993.078.
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