Identificação de Cumarinas
Por: MerieCosta • 7/11/2015 • Relatório de pesquisa • 1.218 Palavras (5 Páginas) • 1.348 Visualizações
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
FACULDADE DE FARMÁCIA
FARMACOGNOSIA I
Cumarinas – Extração e análise por cromatografia de camada delgada (CCD)
EMILY SILVA DUTRA– DRE: 112086754
MERIELLE DE SOUZA COSTA – DRE: 114041758
RAYANE A CRUZ ALBINO – DRE: 113142383
UFRJ 2015.1
- Introdução
As cumarinas constituem uma classe de metabólitos secundários, amplamente distribuídos no reino vegetal, podendo também ser encontrados em fungos e bactérias [1].
As cumarinas encontram-se distribuídas predominantemente em angiospermas, sendo as estruturas mais simples as mais encontradas. As famílias mais citadas na literatura pelo conteúdo de cumarinas são: Apiaceae, Rutaceae, Asteraceae, Fabaceae, Oleaceae, Moraceae e Thymeleaceae. As cumarinas podem ser encontradas em todas as partes de uma planta, frequentemente como misturas. As cumarinas são derivadas do metabolismo da fenilalanina, sendo um dos seus precursores o ácido-p-hidróxicinâmico (ácido p-cumárico), que é hidroxilado na posição C-2’ (orto-hidroxilação). O derivado orto-hidroxilado sofre isomerização fotocatalizada da ligação dupla (E Z). O isômero Z lactoniza-se espontaneamente, produzindo a umbeliferona. A prenilação do anel benzênico nas posições 6 ou 8 do drivado 7-hidróxi-cumarina é o passo inicial na biogênese das furano- e piranocumarinas. A ciclização dos derivados 6- ou 8-isoprenilcumarina ocorre por ataque nucleofílico do grupo hidroxila em C-7 ao epóxido formado pela oxidação da ligação dupla do resíduo isopentenila. Dependendo do ataque nucleofílico, o produto será o hidróxi-isopropil-di-hidrofuranocumarina ou será o hidróxi-dimetil-di-hidropiranocumarina. A maioria das cumarinas são derivadas biogeneticamente da via do ácido chiquímico, mas um número significatico delas parece derivar de uma via mista (ácido chiquímico e acetato) como as 4-fenilcumarinas. A biogênese de cumarinas pode ser induzida em resposta a um estresse biótico e abiótico, por uma deficiência nutricional, por mensageiros químicos como os hormônios vegetais e por outros metabólitos externos [1].
As cumarinas possuem um anel lactônico, e isso faz com que o processo de extração seja vantajoso, visto que, em meio alcalino, ocorre abertura deste anel, proporcionando a obtenção das substâncias n forma de sais solúveis em água. A relactonização ocorre por acidificação do meio aquoso, recuperando-se as cumarinas por extração com solvente orgânicos. Entretanto, muitas cumarinas são sensíveis à ácidos e bases, o que impede o uso deste procedimento. As cumarinas podem ser separadas pela aplicação das técnicas cromatográficas rápidas como a cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE), cromatografia de média (CLMP) e baixa pressão (CLBP) e cromatografia a vácuo, sendo elas sensíveis a adsorventes como gel de sílica de fase normal e alumina [1].
Muitas cumarinas simples possuem odor característico, destacando-se a cumarina, que foi amplamente utilizada como aromatizantes em alimentos industruilizados. No entanto, com base nos dados sobre toxicidade hepática verificada em ratos, a agência americana Food and Drug Administration (FDA) a classificou como substância tóxica, deixando de ser legal a sua adição nos alimentos. Por outro lado, a cumarina, pelas vantagens decorrentes do seu odor acentuado, estabilidade e baixo custo, continua a ser amplamente utilizada nas indústrias de produtos de limpeza e cosméticos [1].
- Objetivo
Extração e detecção de cumarinas de Assa-fetida (Ferula assafoetida). Comparação de extratos de assa-fetida por cromatografia em camada delgada (CCD).
- Materiais e métodos
Pesou-se 3,29 g da droga vegetal, a dividiu-se em partes menores com o auxílio de gral e pistilo, e realizou-se a digestão em um béquer da mesma com cerca de 50 mL de metanol em uma placa de aquecimento por 10 minutos.
Aguardou-se o resfriamento e filtrou-se cerca de 10 mL do digerido para um tubo de ensaio, conforme e sobre este adicionou-se 20 gotas de ácido clorídrico concentrado e o tubo foi colocado novamente em aquecimento em banho-maria por 20 minutos, conforme demonstra Figura 1 – Extrato de Assa-fetida.
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Figura 1 – Extrato de Assa-fetida. Fonte: Aula de Farmacognosia I Noturno 2015.1
Após o resfriamento do extrato realizou-se a transferência do mesmo para um béquer e acrescentou-se cerca de 15 mL de hidróxido de amônia e aproximadamente 30 mL de água destilada, como demonstra Figura 2 – Adição de hidróxido de amônia.
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Figura 2 - Adição de hidróxido de amônia. Fonte: Aula de Farmacognosia I Noturno 2015.1
O béquer foi colocado na câmara de UV 365 nm.
Em uma placa cromatográfica, aplicou-se o extrato do béquer e o extrato inicial da droga com o auxílio de capilar, realizou-se a corrida cromatográfica com o eluente diclorometano:hexano (8:2).
A placa foi exposta na câmara UV 365 nm, e posteriormente sobre esta foi borrifada solução alcóolica de hidróxido de potássio a 10 %. Aguardou-se a secagem da placa e a mesma novamente foi exposta na câmara UV 365 nm.
- Resultados e discussão
As raízes de Assa-fetida (Ferula Assa-foetida) possuem possui pelo menos 2 tipos de cumarinas sesquiterpênicas: assafoetidnol A e assafoetidinol B [fonte 2; Fig. 3].
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Fig. 3 – Cumarinas sesquiterpênicas assafoetidnol A e B, respectivamente. Fonte: artigo A
Era portanto esperado que fossem detectadas cumarinas no extrato de assa-fétida preparado. O procedimento de detecção de cumarinas foi feito com o auxílio de câmara de UV após a alcalinização do extrato metanólico acidificado de assa-fétida. As cumarinas formam ácido cis-o-hidroxicinâmico em meio alcalino, e este ácido sob radiação UV origina seu isômero trans, que é fluorescente (origina fluorescência azul) [fonte 3; Fig. 4]. O resultado da detecção de cumarinas no extrato foi positivo, e pode ser observado na figura C [Fig. 5].
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