Revisão Literária com Testes Fotoquímicos da Flor de Aranha

ESTUDO FITOQUÍMICA DA ESPÉCIE Cleome rutidosperma 

Elisabeth Jeyne de Araújo Valente

Graduanda do Curso de Farmácia

Universidade Federal do Amapá (UNIFAP)

Rod. Juscelino Kubitscheck, km 02 – Jardim Marco Zero, Macapá – AP, 689003-419

RESUMO

INTRODUÇÃO: A Cleome rutidosperma conhecida como flor aranha tem sua origem na África e foi trazida pelos portugueses por sua capacidade medicinal, porém ela sendo uma planta invasora não tem dados na literatura brasileira que comprovem sua ameaça a flora original, e devida a sua preferencia por climas quentes e úmidos se adaptou a flora nacional. OBJETIVO: Identificar os reagentes fitoquímicos da Cleome rutidosperma e ao mesmo tempo relatar e explicar seus ácidos orgânicos e alcaloides. RESULTADO E DISCUSSÃO: Os testes realizados na planta medicinal comprovaram suas atividades antioxidantes e no Sistema Nervoso Central, comprovando assim seu uso na medicina empírica do oeste da África e sul da Ásia. CONCLUSÃO: É notável a importância dos metabólicos secundários para as plantas, porém nem todos os já relatados na Cleome rutidosperma podem estar presentes nesta analise, isso porquê, esses metabolitos são produzidos conforme a necessidade da planta.  

Palavra-Chave: Cleome rutidosperma, Planta Medicinal, Cleomaceae, Flor de Aranha.

INTRODUÇÃO

A Cleome rutidosperma conhecida como flor-de-aranha ou flor aranha pertence a família Cleomaceae, a qual possui cerca de 350 espécies e 18 gêneros, dos quais 30 espécies se encontram distribuídas pelo Brasil, pode se atribuir essa distribuição a localização do país, que abrange os climas tropicais e subtropicais, a família Cleomaceae tem preferência por climas quentes e úmidos o que explica seu arranjo pelos países tropicais e subtropicais como é o caso da nação brasileira. (Carneiro, J.A.A.; et al, 2018)  

Pertencente a família das Cleomaceae, cujo o gênero Cleome apresenta efeitos medicinais, como anti-inflamatório, laxante, antidiabético e hepatoprotetor, por estes motivos é considera uma planta medicinal na Ásia e na África. Neste caso, os agentes medicinais responsáveis por essas ações normalmente se encontram nas folhas das espécies de Cleome. (Silva, G. C; Junior, J. I. G.; Silva, J. E. S.; Soares, P. E. M., 2020)

A flor aranha (Cleome rutidosperma) pode se apresentar em diferentes cores de flores conforme o local de origem, sendo essas: azul, rosa, roxo e branco; porém todos tem flores jovens brancas. A planta possui diversos bioativos como: fenólicos, alcaloides, taninos, terpenoides e saponinas, sendo que seu principal grupo de compostos são os diterpenos, compondo cerca de 68% de seu óleo essencial, neste mesmo óleo essencial foi encontrado o composto (Z)- fitol com maior predominância. (Nguyen, T., 2023)

Neste sentido, a capacidade de aproveitamento da Cleome rutidosperma são inúmeras. Um desses experimentos com sua capacidade revelou sua possível atividade como um herbicida natural, isso porque a partir da analise de seus extratos metanólicos no crescimento e germinação em Zea mays L., Oryza sativa L., Abelmoschus esculentus (L.), Oryza sativa f. Spontanea Roshev. (Arroz daninho), Echinochloa colona (L.) Link., foi obtido resultados positivos mesmo que pouco. (Juraimi, A. S.; Uddin, D. K.; Asib, N. B.; Islam, A. K. M. M., 2021)

Ademais, cabe notar as características morfológicas da Cleome rutidosperma Dc. que possui baixo crescimento e em alguns casos pode atingir 100 cm de altura, possui folhas trifoliadas e pequenas flores brancas, também apresenta capsulas alongadas com sementes pretas, as sementes são redondas, opacas e com 2mm de diâmetro. Além disso, a mesma é de ciclo perene, sendo comumente encontrada em terrenos baldios, é uma planta que necessita de umidade, o que explica sua recorrência em países tropicais, como Índia, Nigeria e Brasil. (Ghosh, P.; Chatterjee, S.; Das, P.; Banerjee, A.; Karmakar, S; Mahapatra, S.; 2019)

Posto isso, cabe ressaltar a origem da planta, vinda do oeste do continente africano trazida pelos portugueses, se apresenta como uma planta invasora, contudo existem poucos relatos na literatura brasileira que identifiquem como uma ameaça as outras espécies de plantas nativas, já nos Estados Unidos ela é considerada uma ameaça a flora nacional. Porem, no Oeste da África ela é utilizada na alimentação, como por exemplo nas sopas. Entretanto, em países como a Nigéria ela é utilizada como tratamento para convulsões, enquanto na Índia ela é utilizada como tratamento parasitário, em ambos os casos comum somente o uso das folhas. (Akinsola, A. F.; Olowafemi, A. G., 2022).

Visto que, as espécies da família Cleomaceae apresentam agentes fito-medicinais, a Cleome rutidosperma não se difere da sua família, já que ela pode apresenta atividade antiplasmodial/antimalárica que pode ser demonstrada a partir do extrato de clorofórmio-metanol das folhas. Outrossim, é seu possível efeito antidiabético, que só é possível através do extrato aquoso da planta, (Okoro, I. O.; Ossamulu, I. F.; Okoro, E. O., 2023). Ademais, a planta também foi estuda no Reino Unido, como uma possível agente no tratamento da tuberculose, isto devido aos seus efeitos sobre a proteína NAT da Mycobacterium tuberculosis. (McNeil, M. J.; et al, 2018)

 Além do que, a Cleome rutidosperma apresenta também atividades de fito-remediação potente em ambientes contaminados por chumbo (Pb) cádmio (Cd), essa busca só foi possível devido ao seu alto potencial de sobreviver em ambientes altamente contaminados, (Bhattacharya, E.; Biwas, S. M., 2022). Tal que, em testes com sua atividade antioxidante foi possível perceber suas características como redutora férrica, com também sua capacidade proteica, que pode servir como suplemento proteico. (Pwakangdi, S. A.; Sha’a, K. K., 2020)

OBJETIVOS

• Identificar os reagentes fitoquímicos da Cleome rutidosperma;
• Relatar os ácidos orgânicos na Cleome rutidosperma; 
• Explicar os alcaloides na Cleome rutidosperma.

METODOLOGIA

Para começar os estudos fitoquímicos da Cleome rutidosperma foi necessário iniciar a coleta da planta, essa ocorreu no dia 18/08/2024, a limpeza e triagem da planta foi realizada no mesmo dia; a coleta ocorreu em um terreno baldio no bairro Santa Rita, em Macapá-AP, na seguinte localidade: Lat. 0°01'47.1"N Log. 51°04'17.8"W, às 12:00 no horário de Brasília, o tempo estava quente e úmido. Tal que, foi recolhido cerca de 10 L de planta, que ao final da triagem resultou em 400 gramas de folhas verdes.