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Sintese de Fármacos

Por:   •  21/3/2025  •  Seminário  •  4.305 Palavras (18 Páginas)  •  11 Visualizações

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FARMACOGENÔMICA: ASPECTOS ÉTICOS E SOCIAIS

Nome dos alunos(as): Edmara Sampaio Sena

                                   Ionara Araújo Pastor

                                     Izan Vieira dos Santos

                  Tutor(a): Priscila konrad Alves

Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI

 Seminário Interdisciplinar

  • INTRODUÇÃO

A farmacogenômica, área que integra conhecimentos de genética e farmacologia, busca compreender como as variações genéticas dos indivíduos influenciam a resposta aos medicamentos. Essa abordagem tem como objetivo promover uma medicina personalizada, permitindo que tratamentos sejam mais eficazes e seguros para cada paciente, ao mesmo tempo que minimize os efeitos adversos (VEIGA, 2019). No entanto, apesar do seu potencial transformador, a aplicação da farmacogenómica traz desafios éticos e sociais significativos, que necessitam de ser amplamente debatidos e considerados.

Um dos principais aspectos éticos diz respeito ao acesso equitativo às tecnologias farmacogenômicas. A literatura aponta que a implementação dessas inovações pode aprofundar desigualdades já existentes no sistema de saúde, uma vez que populações de baixa renda ou residentes em regiões com infraestrutura de saúde limitada não podem ter acesso a esses benefícios abordagem (SILVA; COSTA, 2020). A exclusão de certos grupos da possibilidade de tratamentos personalizados viola os princípios de justiça e equidade, essenciais para a prática médica ética.

Outro ponto relevante está relacionado à privacidade e à proteção dos dados genéticos. A coleta e o armazenamento de informações genéticas são indispensáveis ​​para o avanço da farmacogenômica; contudo, há riscos associados ao uso inadequado ou à divulgação não autorizada desses dados. Segundo Almeida e Freitas (2021), “a manipulação de dados genéticos, se não regulada especificamente, pode expor os indivíduos a discriminações, principalmente em contextos laborais e de seguros de saúde”. Assim, políticas rigorosas de proteção de dados tornam-se fundamentais para evitar a evidência de direitos e preservar a autonomia dos pacientes.

Além disso, o desenvolvimento da farmacogenômica traz à tona questões sobre os padrões éticos no uso de legislação específica em pesquisas genéticas. Estudos apontam que a maioria das bases de dados genômicos é composta por indivíduos de ascendência europeia, o que limita a aplicabilidade das descobertas para populações geneticamente diversas (MENDES et al., 2022). Essa lacuna não apenas evidencia uma visão nas pesquisas, mas também reforça desigualdades no acesso aos benefícios da medicina personalizada, destacando a necessidade de inclusão de diferentes grupos genéticos em estudos farmacogenômicos.

No âmbito social, os impactos da farmacogenômica também são amplos e complexos. A personalização dos tratamentos médicos desafia os modelos tradicionais de prescrição de medicamentos, exigindo um maior envolvimento dos pacientes nos processos decisórios. De acordo com Santos e Lima (2023), o empoderamento do paciente nesse contexto requer a oferta de informações claras e acessíveis sobre o funcionamento e os benefícios da farmacogenômica. No entanto, isso exige profissionais de saúde capacitados para transmitir tais informações, bem como um sistema de saúde que valoriza a educação do paciente como parte integrante do cuidado.

Dessa forma, discutir os aspectos éticos e sociais da farmacogenômica é essencial para garantir que seus avanços sejam aplicados de forma justa e responsável, beneficiando a sociedade como um todo. Ao mesmo tempo em que abre novas possibilidades para a medicina, essa área exige um olhar atento às implicações que ultrapassam o campo biológico, abordando as desigualdades sociais e os dilemas éticos que emergem com o progresso científico.

  • FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

  • ASPECTOS HISTÓRICOS E GERAIS DA FARMACOGENÔMICA

A divisão celular é um processo fundamental em que milhões de células humanas se replicam de maneira ordenada e controlada, possibilitando o desenvolvimento de tecidos saudáveis ​​com capacidade de crescimento e regeneração. O aprofundamento no entendimento da constituição genética da espécie humana só foi viável graças aos avanços proporcionados pelas ciências genômicas, especialmente após a conclusão do Projeto Genoma Humano no início do século XXI. Esse marco científico trouxe benefícios para a biologia, incluindo a criação de mapas genéticos, físicos e de transcrição do genoma de diversos organismos, bem como o avanço de programas secundários para pesquisas científicas e bioéticas. A obtenção da resposta completa do genoma humano foi particularmente impactante, pois permitiu identificar genes associados a doenças e investigar polimorfismos genéticos de forma mais detalhada (Fontana et al., 2006; Santana, Conceição e Oliveira, 2022; Silva et al., 2020) .

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Figura 1. Exemplo de aplicação da farmacogenômica em um ambiente clínico. Adaptado de (Buguliskis, 2015).

Nesse contexto, a farmacogenômica surge como uma área de estudo dedicada à análise sistemática do genoma humano e das alterações na expressão gênica em resposta a medicamentos específicos. Essa abordagem permite aprimorar a terapia medicamentosa para diferentes condições de saúde, tornando-se uma ferramenta promissora no desenvolvimento de tratamentos personalizados. Estudos em farmacogenômica têm revelado bases genéticas que justificam respostas diferenciadas aos tratamentos, demonstrando sua utilidade clínica ao reduzir probabilidades adversas e melhorar a eficácia dos medicamentos. Como enfatizado por Bondy (2005) e Caputo et al. (2021), a integração da farmacogenômica na prática clínica influencia diretamente aspectos como dosagem, eficácia e segurança, além de possibilitar recomendações para testes genéticos que orientam o desenvolvimento de estratégias terapêuticas mais precisas.

Nos últimos anos, a medicina genômica tem sido cada vez mais incluída nos cuidados de saúde de rotina, especialmente em áreas como oncologia. Segundo o CDC, as neoplasias representam a segunda causa principal de morte nos Estados Unidos, com um custo estimado de US$ 174 bilhões em 2020, destacando a relevância econômica e clínica de abordagens mais eficazes (Uziel, 2019). Além do câncer, testes genéticos também têm sido aplicados na detecção de polimorfismos relacionados ao metabolismo de medicamentos como antidepressivos, anticoagulantes e quimioterápicos. A recente aprovação pela FDA de testes genéticos diretamente ao consumidor, envolvendo condições como câncer de mama e doenças neurodegenerativas, reforça o impacto crescente da farmacogenômica na prática médica (Badary, 2021; Uziel, 2019).

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