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A Trombose Processo Patológico

Por:   •  1/7/2019  •  Trabalho acadêmico  •  3.086 Palavras (13 Páginas)  •  424 Visualizações

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1 INTRODUÇÃO

A trombose é um processo patológico caracterizado pela solidificação do sangue dentro dos vasos ou do coração do indivíduo, impedindo ou interrompendo o seu fluxo sanguíneo. A trombose é a formação ou desenvolvimento de um coágulo sanguíneo em um vaso sanguíneo profundo ou não, que pode levar a complicações mais graves, incluindo trombose venosa profunda (TVP), embolia pulmonar (EP) ou pós-síndrome trombótica. A TVP é uma condição grave, que apresenta uma incidência de 10% a 30% das pessoas que morrem no prazo de um mês após o diagnóstico, além disso, a metade das pessoas com diagnóstico de TVP apresentam complicações de longo prazo (BACKMAN et al., 2010). Mesmo com um tratamento padrão de anticoagulante, um terço dos indivíduos experimentará outra trombose dentro de 10 anos (BACKMAN et al., 2010). Para Kahn et al. (2005), aqueles que sobrevivem a uma trombose, a qualidade de vida pode ser diminuída devido à necessidade de anticoagulação a longo prazo para evitar outra trombose.

Independentemente da configuração da prática, os profissionais da saúde trabalham com pacientes que estão em risco ou apresentam um histórico de trombose. Ademais, suas rotinas incluem a mobilização de pacientes imediatamente após o diagnóstico de doença (HILLEGASS et al., 2016). Devido à gravidade da trombose, é com frequência que os profissionais da área da saúde enfrentam pacientes com suspeita de TVP, assim tendo a necessidade de prevenir futuros retornos da doença, a American Physical Therapy Association (APTA) em conjunto com as Seções de Cuidados Cardiovasculares e Pulmonares e Agudos do APTA, apoiam o desenvolvimento desta da prática clínica, cuja contribui com todos estes profissionais no processo de tomada de decisão ao lidar com pacientes em risco de trombose ou diagnosticados com trombose (HILLEGASS et al., 2016).

A trombose venosa é um distúrbio potencialmente fatal que se classifica como a terceira doença cardiovascular mais comum após síndrome coronariana aguda e acidente vascular cerebral (WHITE et al., 2003). A trombose poderá levar a graves complicações, classificando-se de acordo com a localização de desenvolvimento do trombo, uma destas complicações é o tromboembolismo venoso (TV). O TEV consiste em TVP e EP, duas condições primárias inter-relacionadas causadas por coágulos de sangue venoso, associadas com várias condições secundárias (KLOK et al., 2014). De acordo com World Health Organization (2007), numa visão de prevenção primária e secundária, o desenvolvimento de TV, relacionado à mortalidade, morbidade e a redução da qualidade de vida, é uma preocupação mundial. A incidência da TEV varia consideravelmente entre os países. Por exemplo, os Estados Unidos variam de 70 para 120 casos, a cada 100.000 habitantes por ano. Na Europa, entre 140 e 240 casos, a cada 100.000 habitantes por ano, sendo a morte súbita um resultado frequente (COHEN et al., 2007; HILLEGASS et al., 2016). Entre os meses de janeiro e julho, do ano de 2016, no Brasil, ocorreram 65.316 internações por trombose (AYANE, 2016).

2 REVISÃO DA LITERATURA

O trombo é o sangue coagulado no interior do vaso sanguíneo, resultante do processo da trombose, que é diferente da coagulação que significa massa não estruturada de sangue fora dos vasos ou do coração ou formada após a morte (GALSON, 2008). Os trombos podem ser oclusivos (artérias e veias menores), de pequeno calibre (podem obstruir a luz do vaso) ou não oclusivos, (são artérias de grande calibre com fluxo intenso).

A circulação local pode ser obstruída pelos trombos, ou também, por sua estrutura ser sólida e amolecida, um fragmento pode desprender-se e seguir o trajeto da circulação venosa que retorna aos pulmões para o sangue ser oxigenado (GALSON, 2008; KORKMAZ et al., 2012). Nos pulmões, dependendo do tamanho do trombo, poderá haver um entupimento: a embolia pulmonar. Esta, por sua vez, pode causar mote súbita no indivíduo (KLOK et al., 2010). Há sinais que alertam a embolia pulmonar, são eles: início súbito e inexplicável falta de ar, dor ou desconforto no peito que piora ao respirar fundo ou tossir, pulso rápido, tossir sangue, sensação de vertigem e desmaio.

A trombose acomete milhares de pessoas no mundo todo, avalia-se que mais de 300 mil pessoas nos Estados Unidos e 500 mil na Europa são atingidas a cada ano pela doença. Não há registros detalhados de sua incidência no Brasil, porém estima-se que um ou dois habitantes brasileiros a cada mil sejam acometidos por trombose venosa profunda e embolia pulmonar, sendo que a fibrilação atrial atinge cerca de 1,5 milhão de habitantes e é responsável por 20% dos casos de acidente vascular encefálico (AVE) registrados no país. No Brasil, existe o Dia Nacional de Combate à Trombose, sendo ele o dia 16 de Setembro, data esta que foi instituída pelo Congresso Nacional no ano de 2009.

A trombose resulta da ativação patológica do processo normal de coagulação sanguínea, que pode ocorrer quando existe, segundo Streiff et al. (2014):

a) Lesão endotelial;

b) Alteração do fluxo sanguíneo; e

c) Alteração na coagulação sanguínea.

A lesão endotelial pode ocorrer por alterações morfológicas e funcionais. As alterações morfológicas são as seguintes: placas ateromatosas, cirurgias cardíacas, invasão vascular por neoplasias malignas, hipertensão arterial, estresse hemodinâmico e as alterações funcionais são dadas por hipercolesterolemia ou pela fumaça de cigarro. A alteração do fluxo sanguíneo se dá pelo retardamento do mesmo, delatando a presença de: insuficiência cardíaca, diabetes mellitus, redução da contração muscular, aneurismas, pacientes acamados. Além disso, pode gerar perda do fluxo laminar, concentrar os fatores da coagulação e causar disfunção endotelial (hipóxia).

A mudança na coagulação sanguínea (hipercoagulabilidade), pode ser causada pelo o aumento no número (trombocitose) (HILLEGASS et al., 2016) ou modificação funcional das plaquetas, como variação dos receptores da superfície plaquetária (STREIFF et al., 2014). A hipercoagulabilidade possui duas causas: a primeira é a causa congênita que seria uma deficiência de antitrombina III, resistência do fator V Leiden à inativação pela proteína C e a segunda é a causa adquirida, no qual haverá um aumento da coagulabilidade do sangue, sendo causado pela liberação de tromboplastina no plasma, que ativa a via extrínseca da coagulação, acontecendo frequentemente em politraumatismos, queimaduras, cirurgias extensas, neoplasias malignas, anticoncepcionais orais (estrogênio, protrombina

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