O alongamento e o aquecimento interferem na resposta neuromuscular? Uma revisão de literatura
Por: André Santos • 2/9/2015 • Resenha • 575 Palavras (3 Páginas) • 405 Visualizações
O alongamento e o aquecimento interferem na resposta neuromuscular? Uma revisão de literatura
A maneira pela qual o alongamento e o aquecimento podem modificar o comportamento neuromuscular ainda não é clara. Na literatura, os estudos mostraram-se contraditórios acerca da relação entre quecimento/alongamento e resposta neuromuscular. A realização do presente estudo se pautou na busca de um maior esclarecimento a respeito das alterações nas propriedades neuromusculares decorrentes do alongamento e aquecimento.
O alongamento e o aquecimento são comumente utilizados antes de qualquer atividade esportiva, seja ela competitiva ou recreacional. O alongamento é o termo usado para descrever os exercícios físicos que aumentam o comprimento dos tecidos moles e, consequentemente, a flexibilidade.
Neste sentido, a influência do alongamento e do aquecimento sobre as propriedades viscoelásticas e de flexibilidade músculo-esquelética recebeu atenção da comunidade científica. Entretanto, os efeitos desses recursos sobre o controle neuromuscular ainda não estão bem esclarecidos. Mudanças agudas no comprimento, rigidez e na força da unidade músculo-tendínea podem alterar a capacidade de o indivíduo detectar alterações na posição articular e responder a um estímulo externo.
Para avaliar melhor a relação entre propriocepção periférica e resposta neuromuscular têm se baseado em medidas da eletromiografia de superfície (EMG), como o Tempo de Latência Muscular (TLM) e a amplitude de ativação neuromuscular. A expressão do sinal EMG permite a avaliação dos padrões de ativação neuromuscular, em razão da sua relação com a ativação das unidades motoras.
O TLM é uma variável captada por meio da EMG para medir a velocidade de resposta muscular frente a um determinado estímulo. A identificação de retardos ou antecipações nas respostas musculares sugere uma alteração proprioceptiva que pode acarretar ou prevenir lesões.
Segundo estes pesquisadores, o recrutamento de unidades motoras é altamente dependente do controle exercido pelo SNC, além disso, foi sugerido que atividades que reduzem a rigidez muscular podem prejudicar o desempenho da força e promover alterações nos fatores neuromusculares como: diminuição na ativação da unidade motora e/ou mudanças da sensibilidade reflexa.
No total foram catalogados 34 artigos, sendo cinco nacionais e 29 internacionais. Dentre os artigos enumerados, cinco deles eram trabalhos de revisão de literatura e 29 eram pesquisas experimentais.
Na quase totalidade dos estudos, o alongamento, em curto prazo, podem promover um aumento no tempo de resposta muscular e diminuir a amplitude de ativação muscular, decréscimo na ativação das unidades motoras, frequência mediana e/ou alterações na sensibilidade reflexa, fatores estes que interferem na eficiência da resposta neuromuscular, entretanto, é importante ressaltar que alguns estudos demonstraram alteração no tempo de latência muscular. Além disso, os protocolos utilizados são distintos daqueles utilizados na prática clínica e esportiva, respectivamente. É importante salientar também, que os estudos revisados tratam dos efeitos imediatos do alongamento e que em longo prazo o alongamento pode promover efeitos benéficos aos tecidos biológicos.
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