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A MORTE NO CENTRO DA VIDA: REFLEXÕES SOBRE A CURA E NÃO-CURA NAS REDUÇÕES JESUÍTICO-GUARANIS

Trabalho Escolar: A MORTE NO CENTRO DA VIDA: REFLEXÕES SOBRE A CURA E NÃO-CURA NAS REDUÇÕES JESUÍTICO-GUARANIS. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  21/2/2015  •  566 Palavras (3 Páginas)  •  458 Visualizações

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FLECK, E. C. D:. ‘A morte no centro da vida: reflexões sobre a cura e a não-cura nas reduções jesuítico-guaranis (1609-75)’. História, Ciências, Saúde. Manguinhos, vol. 11(3): 635-60, set.-dez. 2004.

RESUMO

O presente resumo tem por objetivo analisar o artigo - A morte no centro da vida: reflexões sobre a cura e não-cura nas reduções jesuíticas-guaranis (1609-75) - como suporte didático para reflexão sobre a significação dos processos de doença e de morte na cultura indígena e suas ressignificações e transformações através da catequese cristã. O conteúdo textual do artigo analisa registros nas Cartas Ânuas da Província Jesuítica do Paraguai, nas quais registram os casos bem sucedidos para serem enviados ao padre geral da Companhia de Jesus.

Dentre os fatos discutidos pela autora, a morte na cultura guarani, tem origem mítica. Explana ainda que ela era considerada como um fenômeno natural resultante de ações más e podiam ser classificadas em causas naturais e antinaturais. Esta estava associada aos poderes sobrenaturais ou à magia negra praticada pelos xamãs. Já, as causas naturais eram atribuídas quando a velhice chegava a homens e mulheres, perdiam suas “forças vitais” e não cumpririam mais suas tarefas sociais.

É observado nos indígenas sul-americanos que a morte tem um complexo significado, acarreta um desequilíbrio sociopsíquico na comunidade e precisa de rituais para separação do mundo dos vivos e dos mortos. E o período de luto era essencial para o reestabelecimento do equilíbrio psíquico na comunidade. Ademais, os guaranis acreditavam que ao enterrar o corpo em um recipiente e a alma em outro, esta ficaria livre para viajar ao Além (seu lugar definitivo). Nesse sentido, resistiram ao ritual funerário cristão, uma vez que não há a separação de alma e corpo.

É possível receber no texto a significação de estar com alguma enfermidade, que segundo a crença indígena relacionava-se com estar possuído por espíritos de animais telúricos. Nesse contexto, a figura do xamã detém poder de “cura”, sendo também percebido como um ser temível, capaz de lançar feitiços e destruir seus inimigos mesmo estando distante deles. Essa figura foi considerada pelos jesuítas como os mais sérios empecilhos à cristalização, sendo vistos coo os verdadeiros partidários do Satanás. O confronto entre os jesuítas e xamãs segundo a autora percebia-se pelo “como uma disputa de saberes e poderes pelo controle das doenças e pela manipulação das curas e não-curas.” (FLECK, 2004, p. 656). Entretanto, os xamãs não conseguiam deter as epidemias vindas do outro continente entre, mesmo os nativos possuindo uma rica disponibilidade farmacopeia (plantas medicinais, como poderes mágico-curativos), não possuíam anticorpos para ter a imunidade e os jesuítas que possuíam alimentos e justificativas mágico-religiosas, consequentemente, lograram êxitos nas conversões dos indígenas ao longo do século XVII.

A autora conclui observando as contribuições da farmacopeia indígena e suas adaptações feitas à europeia. Isso ampliou significativamente os tratamentos e consequentes curas feitas pelos missionários, além de diminuir o caráter depreciativo das terapêuticas indígenas. Sem dúvidas, o ponto de convergência que contribuiu tanto para os missionários como

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