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AIDS, as formas de transmissão

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Por:   •  7/11/2014  •  Artigo  •  1.217 Palavras (5 Páginas)  •  304 Visualizações

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Aids

A sigla Aids, do inglês acquired immunodeficiency syndrome, significa síndrome da imunodeficiência adquirida, nome da doença infecciosa descoberta no início dos anos 80, causada pelo HIV (do inglês human immunodeficiency virus, vírus da imunodeficiência humana). De acordo com pesquisadores, o HIV teria aparecido em algumas espécies de macacos africanos e, de alguma forma, por ingestão da carne contaminada ou durante caçadas, chegado à corrente sanguínea humana. O vírus da Aids teria sofrido mutações durante séculos até chegar à forma atual.

Dentro do corpo humano, o HIV infecta e destrói os linfócitos do tipo CD4+, responsáveis pelo sistema imunológico. Sem o potencial de defesa, o organismo fica vulnerável a outros vírus e bactérias e sujeito a todo tipo de infecções oportunistas que levam à morte seu portador. O HIV está presente em todas as secreções líquidas do corpo. No sangue, no sêmen e nas secreções vaginais, aparece em grande quantidade. No suor, na lágrima, na urina e na saliva, a quantidade é menor e insuficiente para causar contaminação.

O HIV é um retrovírus, ou seja, um tipo de vírus capaz de se reproduzir de modo diferente dos tradicionais, por usar como material genético uma molécula de RNA em vez de

DNA (processo chamado de transcrição reversa). Há dois tipos de HIV: o HIV1 e o HIV2. O último é menos agressivo e retarda o surgimento dos sintomas. Segundo cientistas, isso explica por que determinadas pessoas desenvolvem mais rapidamente a doença do que outras. Existem também indícios de que a quantidade de vírus no organismo define a intensidade da doença.

Contágio - A Aids é transmitida quando o HIV entra em contato com a corrente sanguínea, o que pode acontecer nas relações sexuais (heterossexuais ou homossexuais), nas transfusões sanguíneas e por meio de seringas ou instrumentos cortantes com resíduos de sangue contaminado. A possibilidade de contaminação pelo sexo oral é comprovada em 1996, segundo pesquisa do Instituto do Câncer de Boston (EUA) feita com chimpanzés. Por causa da grande quantidade de vírus no sêmen, há o risco de o vírus ser absorvido pela própria mucosa bucal e não apenas por meio de algum ferimento na boca.

Em 1997, especialistas dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças de Atlanta (EUA) anunciam o primeiro caso de transmissão do HIV por meio de beijo na boca. A contaminação teria ocorrido pelo contato do sangue das gengivas. Ambos os infectados apresentavam periodontite, uma doença que provoca

o sangramento das gengivas.

A Aids também pode ser transmitida de mãe para filho durante a gravidez, o parto e a amamentação. Estima-se que 30% das mulheres grávidas infectem seus bebês com o vírus. No caso de a mãe tomar AZT (medicação para controlar a doença), o índice cai para 8%. Não há registro algum de contágio por saliva, lágrima, suor ou urina. É descartada a transmissão por picada de inseto, abraço ou aperto de mão.

Prevenção - O uso de preservativo (camisinha, camisa-de-vênus ou condom) é indicado para reduzir o risco de contaminação por meio da relação sexual. Sua eficácia depende da forma como o preservativo é colocado, da ocorrência ou não de rupturas ou vazamentos durante a relação e da presença de lesões genitais, entre outros fatores. Agulhas, seringas e instrumentos cortantes descartáveis ou esterilizados são utilizados para prevenir o contágio pela corrente sanguínea. Em transfusões, o sangue usado passa por testes que identificam o HIV, a fim de impedir a contaminação. O beijo na boca deve ser evitado quando um dos parceiros tiver ferimento na região.

O teste sanguíneo chamado Elisa, criado em 1985, revela se uma pessoa é portadora do HIV (soropositiva). Atualmente há outros testes em estudo, como o

Orasure, que identifica o vírus pela saliva, e o Ampliodor, que mede a quantidade de vírus na circulação sanguínea.

Sintomas - Um indivíduo pode ser portador do vírus da Aids e não apresentar de imediato os sintomas da doença, já que o HIV pode ficar incubado por até dez anos. As primeiras manifestações são diarréia constante, febre alta, herpes, gânglios duradouros e perda de peso. Depois é comum o aparecimento de doenças oportunistas, como pneumonia, que podem ser fatais. Num estágio mais avançado da doença surgem certos tipos raros de câncer, como o sarcoma de Kaposi (que provoca lesões na pele, no estômago e no intestino) e os linfomas (tumores nos gânglios linfáticos), além de distúrbios neurológicos, perda de memória e de coordenação motora.

Tratamento - A Aids ainda não tem cura, mas a administração de medicamentos como AZT (zidovudina), DDI (didanosina), DDC (zalcitabina), D4T (estavudina) e 3TC (lamividina) aumenta a sobrevida dos pacientes e consegue períodos prolongados de melhora.

Em 1996, os resultados de um novo tratamento, chamado "coquetel anti-Aids", foram apresentados durante a 11ª Conferência Internacional da Aids, em Vancouver, no Canadá. O coquetel de drogas é cem vezes mais potente do que o uso isolado do

AZT, até então o único remédio disponível contra o HIV. Consiste na administração conjunta de três tipos de droga: o AZT e uma outra droga da mesma família (a mais utilizada é o 3TC), que são os "bloqueadores de transcriptase reversa" (detêm a reprodução do vírus em seu estágio inicial), e um inibidor de protease (impede que o vírus complete a fase final de seu amadurecimento e destrua novas células), que pode ser o Ritonavir, o Saquinavir, o Crixivan ou o Indinavir. A administração desses medicamentos em vários pacientes mostrou controle da multiplicação do HIV, reduzindo os sintomas da doença. De um grupo de 21 pacientes que receberam o medicamento durante quatro meses, de outubro de 1995 a fevereiro de 1996, 18 eliminaram 98,9% do vírus. O coquetel, porém, provoca efeitos colaterais, como náuseas e problemas nos rins e no fígado. Se ministrado por longo período, há o risco de causar doenças fatais, como o câncer. No início de 1997 foi constatado que pacientes tratados com o coquetel tiveram o HIV eliminado do sêmen e do fluido vaginal, porém ele não havia sido erradicado do corpo. Segundo os pesquisadores, o vírus ainda poderia estar presente nos tecidos linfáticos (onde são criadas as células de defesa do corpo) ou no cérebro.

Esse resultado, confirmado em estudos posteriores, fez com que o entusiasmo inicial pelo coquetel de drogas diminuísse bastante durante a última conferência internacional sobre a doença, em junho de 1998.

De acordo com o Programa de Aids da ONU, Unaids, menos de 10% do total das pessoas infectadas pelo vírus da Aids em todo o mundo poderão ser beneficiadas pelo novo tratamento. Cerca de 92% das vítimas da doença estão nos países mais pobres, onde os serviços de saúde pública não podem arcar com o custo de terapias, que variam entre US$ 12 mil e US$ 18 mil ao ano por paciente.

Aids no mundo - Segundo estimativas do Unaids, desde a descoberta do HIV em 1981, mais de 30 milhões de pessoas no mundo foram contaminadas, sendo que 11,7 milhões morreram em conseqüência disso. Só em 1997, são registrados 5,8 milhões de casos novos e 2,3 milhões de mortes, a maior parte em países pobres. Estima-se que 50% das contaminações atinjam a faixa dos 15 aos 24 anos. O aumento das mortes nas camadas mais jovens da população adulta está criando uma legião de órfãos. A partir do começo da epidemia até 1998, cerca de 8 milhões de crianças perderam a mãe devido à Aids. Caucula-se que, até o ano 2000, o vírus infectará 40 milhões de pessoas

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