Anfetaminas
Projeto de pesquisa: Anfetaminas. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: andreajunior • 25/5/2014 • Projeto de pesquisa • 5.851 Palavras (24 Páginas) • 546 Visualizações
1. INTRODUÇÃO
As anfetaminas agem estimulando o sistema nervoso central através de intensificação da noradrenalina, um neuro-hormônio que ativa partes do sistema nervoso simpático. Efeitos semelhantes aos produzidos pela adrenalina no cérebro são causados pelas anfetaminas, levando o coração e os sistemas orgânicos a funcionarem em alta velocidade. Resultado: o batimento cardíaco é acelerado e a pressão sanguínea tende a elevar-se. Ao agir sobre os centros de controle do hipotálamo, ao mesmo tempo em que reduz a atividade gastrintestinal, a droga inibe o apetite e seu efeito pode durar de quatro a 14 horas, dependendo da dosagem.
A anfetamina é rapidamente assimilada pela corrente sanguínea e, logo depois de ser ingerida, provoca arrepios seguidos de sentimentos de confiança e presunção. As pupilas dilatam, a respiração torna-se ofegante, o coração bate freneticamente e a fala fica atropelada. Em seguida, o usuário da droga pode entrar em estado de euforia e elevação, enquanto seu corpo se agita com uma intensa liberação de energia. Quando essa energia se extingue, o efeito começa a declinar, sendo substituído por inquietação, nervosismo e agitação, passando à fadiga, paranóia e depressão. Esgotadas as sensações da droga, o abuso leva geralmente a dores de cabeça, palpitações, dispersividade e confusão. Como o efeito é pouco duradouro e termina em depressão, o usuário é levado a tomar doses sucessivas, que vão aumentando na quantidade de anfetamina ingerida à medida que o organismo vai se habituando à droga. O ciclo de abuso e dependência pode criar uma reação tóxica no organismo, conhecida como psicose anfetamínica, que pode durar até algumas semanas, com irritabilidade, insônia, alucinações e até a morte em casos extremos. Os sonhos de quem abusa de anfetaminas são perturbados e interrompidos, e seu sono é pouco reparador.
Mais de 90% dos usuários são mulheres. A maioria não tem nenhuma indicação médica para o uso de remédios à base de anfetaminas como auxiliares na perda de peso. Entre 20 e 30 toneladas de matéria-prima para a produção de anfetaminas são fabricadas ou entram no país a cada ano. 66% dos usuários consomem a substância por mais de seis meses. É o dobro do tempo máximo tolerado pelos médicos (SNA, 2006).
Estima-se que cerca de 2 milhões de brasileiros consumam regularmente algum tipo de anfetamina, uma substância proibida ou rigidamente controlada na maioria dos países. No Brasil, a venda é permitida mediante receita médica sujeita a retenção, mas na prática não há controle.
Desde 1998 o uso de anfetaminas cresceu 500% no país. O consumo no Brasil (9,1 doses por 1 000 habitantes) é 15% superior ao dos Estados Unidos, o segundo colocado no ranking, e quase o dobro do da Argentina, país onde a obsessão por magreza é conhecida internacionalmente.
O consumo destas drogas no Brasil chega a ser alarmante, tanto que até a Organização das Nações Unidas vem alertando o Governo brasileiro a respeito. Por exemplo, entre estudantes brasileiros do 1º e 2º graus das 10 maiores capitais do país, 4,4% revelaram já ter experimentado pelo menos uma vez na vida uma droga tipo anfetamina. O uso freqüente (6 ou mais vezes no mês) foi relatado por 0,7% dos estudantes. Este uso foi mais comum entre as meninas. Outro dado preocupante diz respeito ao total consumido no Brasil: em 1995 atingiu mais de 20 toneladas, o que significa muitos milhões de doses (CEBRID, 2006).
2. JUSTIFICATIVA
A sensibilização comportamental caracteriza-se pelo aumento gradual e progressivo da atividade locomotora observado após a administração repetida da substância, e é um fenômeno comum a todas as substâncias psicoativas que produzam dependência (Post & Contel, 1983; Robinson & Becker, 1986). A sensibilização comportamental foi descrita para a cocaína (Miserendino & Nestler, 1995), anfetamina (Robinson & Becker, 1986; Aizenstein et al., 1990; Vezina & Queen, 2000); morfina (Kalivas & Duffy, 1987; Powel & Holtzman, 2001); etanol (Phillips et al., 1997), nicotina (Domino, 2001; Shim et al., 2001) e delta-9-THC (Cadoni et al., 2001).
Utilizada principalmente como estimulante e nos regimes de emagrecimento, o Femproporex faz parte de uma série de drogas sintéticas, todas chamadas anfetaminas, que atuam sobre o sistema nervoso central, gerando aumento da atividade mental, euforia e incremento da resistência à fadiga e da capacidade de concentração, além de melhorar a disposição geral. Em conseqüência, é utilizada para tratar casos de depressão e de narcolepsia, doença caracterizada por uma irresistível tendência ao sono. Outros tratamentos em que também se emprega a anfetamina são os de desintoxicação de alcoólatras e, pela capacidade que tem essa droga de eliminar o apetite, nas dietas de emagrecimento. Em visto disso justifica-se a importância do desenvolvimento de um estudo de revisão bibliográfica sobre os efeitos psicóticos do femproporex.
3. ANFETAMINAS E DEMAIS ESTIMULANTES CENTRAIS – UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
3.1. Femproporex
A anfetamina (β-fenilisopropilamina), um fármaco sintético, tem estrutura química da feniletilamina substituída com um grupo CH3 no carbono α (GOODMAN & GILMAN, 2001). Suas propriedades psicostimulantes foram descritas no início do século XX por Gordon Alles, que pesquisava um substituto mais potente para o descongestionante nasal efedrina. Alles verificou que quando inalada ou administrada por via oral, a anfetamina reduzia drasticamente a fadiga, aumentava o alerta e causava sensação de euforia.
A anfetamina tornou-se disponível nos Estados Unidos em 1932 como um medicamento sem necessidade de prescrição médica. Sua indicação terapêutica inicial foi como descongestionante nasal, porém logo foram descritos relatos do uso abusivo devido a suas propriedades estimulantes (HANSON et al., 2004).
Devido à ausência de restrições, os produtos anfetamínicos eram utilizados para o tratamento de várias patologias como obesidade, alcoolismo, depressão e esquizofrenia (HANSON et al., 2004). Nos Estados Unidos, a partir de 1965 essas substâncias passaram a ter um controle mais rigoroso e a legislação de 1970 começou a regular a fabricação e distribuição de anfetamínicos e outras substâncias (LUNA, 2001).
O femproporex é um agente simpatomimético com efeitos similares àqueles da dextro-anfetamina
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