As Úlceras Genitais
Por: Luíza Garcia • 15/2/2017 • Trabalho acadêmico • 1.113 Palavras (5 Páginas) • 405 Visualizações
RELATÓRIO ÚLCERAS GENITAIS
SÍFILIS: Definida como uma infecção sistêmica crônica, não se cura espontaneamente. Na maior parte dos casos é transmitida sexualmente. Sua evolução caracteriza por episódios sintomáticos seguidos de períodos de latência.
Agente Etiológico: causada pelo Treponema pallidum, a umidade é fator indispensável para o seu desenvolvimento, por isso as lesões crescem predominantemente na boca e regiões genitais (mais na primeira fase).
Classificação: Congênita e Adquirida (Adquirida recente e tardia):
Adquirida recente: Até um ano após a infecção – primária, secundária e latente recente (sem manifestações)
Adquirida tardia: Com mais de um ano de evolução – divide-se em latente tardia e terciária.
Forma Clínica:
Sífilis Primária: Cancro duro ou protossifiloma. Corresponde a uma úlcera de coloração rósea, geralmente única e indolor, 1 a 2 cm de borda bem delimitada, endurecida e elevada, fundo limpo, liso e brilhante, secreção serosa escassa. Período de incubação médio de 21 dias, a lesão desaparece em 4 semanas (podendo persistir até 8 semanas) mesmo na ausência de tratamento. Aumenta a chance de contrair o vírus HIV em 2 a 3 vezes.
Sífilis Secundária: Lesões cutaneomucosas não ulceradas, simétricas, localizadas ou difusas. Aparecem de 4 a 8 semanas após o desaparecimento do cancro duro. As lesões secundárias desaparecem em 2 a 6 semanas e a infecção entra em uma fase latente, sendo detectada apenas por métodos sorológicos.
Sífilis Latente: recente (menos de um ano de evolução) e tardia (mais de um ano). Nesta fase, o paciente encontra assintomático. Podem durar de 3 a 20 anos, e cerca de 2/3 dos pacientes não tratados permanecem nesta fase para sempre, sem complicações. Caso isso não ocorra, progride para a fase terciária.
Sífilis Terciária: Em pacientes com sífilis primária e/ou secundária não tratados, a probabilidade de desenvolver lesões terciárias é de 25%. As principais apresentações incluem: tubérculos, tabis dorsalis, aneurismas aórticos e atropatia de Charcot.
Diagnóstico: Campo escuro: padrão ouro para diagnóstico da sífilis primária; imunodeficiência direta; sorologia não treponêmica e sorologia treponêmica (VDRL)
Tratamento: A droga de escolha para o tratamento da sífilis é a penicilina G benzatina. O número de doses depende da forma clínica.
CANCRO MOLE: Sua apresentação é comum concomitantemente a outras DST. Aproximadamente 10% das pacientes com cancro mole podem estar coinfectadas pelo T. pallidum ou pelo HSV. É uma moléstia de transmissão exclusivamente sexual.
Agente Etiológico: Causado pelo cocobacilo gram negativo, Haemophilus ducreyi. Período de incubação que varia de dois a trinta e cinco dias (média de 5 dias). O risco de infecção em um intercurso sexual é de 80%.
Etiopatologia: Acredita-se que a infecção ocorra por múltiplos microabrasões epidérmicas durante o coito.
Quadro Clínico: A mulher pode ser portadora assintomática, representando um importante reservatório. A infecção acomete os homens em maiores proporções. Apresenta-se inicialmente como uma pápula dolorosa que se desenvolve 4 a 7 dias após o contágio, com halo de eritema. Em até torna-se pústula, sofre erosão e, por fim, úlcera. Geralmente as úlceras são múltiplas devido à autoinoculação. Úlceras de base amolecida e borda irregular, contorno eritomatoso e fundo irregular recoberto por exsudato necrótico amarelado, com odor fétido. Sintomas comuns: disúria, dor ao defecar, sangramento retal, dispareunia e corrimento vaginal.
Cancro misto de Rollet – associação entre cancro mole e cancro duro (12 a 15% dos casos).
Diagnóstico: Através de exame físico, bacterioscopia com coloração de gram ou Giemsa e cultura.
Tratamento: Recomendado Azitromicina 1g dose única VO.
LINFOGRANULOMA VENÉREO:
Agente Etiológico: Causado pela Chamydia trachomatis, bactéria gram-negativa obrigatoriamente intracelular, sorotipos L1, L2 e L3. É cerca de três vezes mais comum mulheres do que em homens. Afeta predominantemente, o sistema retículo-histiocitário, preferencialmente os linfonodos inguinais e ilíacos.
Etiopatologia: Apresenta três fases – Erosão da pele; Adenite; Fibrose e destruição. Período de incubação de 3 a 21 dias.
Quadro Clínico: é uma doença infecciosa sistêmica e crônica cujos principais efeitos resultam em dano ao sistema linfático. Caracterizado por três fases:
Lesão de inoculação: Inicial e indolor, corresponde a uma pápula, ou vesícula, isolada. A evolução para úlcera é insidiosa e esta é, geralmente, não dolorosa e de curta duração, sendo frequentemente ignorada.
Disseminação linfática regional: A adenite pode evoluir em nódulos inguinais superficiais dolorosos ou bubões, que frequentemente ropem a pele com exsudação de descarga purulenta. A fistulização crônica pode permanecer por um tempo prolongado. Geralmente é unilateral (70% dos casos).
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