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Bioterismo Nude E Scid

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Por:   •  11/10/2014  •  1.290 Palavras (6 Páginas)  •  616 Visualizações

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CENTRO UNIVERSITÁRIO SÃO CAMILO

Curso Biomedicina

Aline Caldeira Rosa SPG001624

Lais Castro Iervolino SPG000791

REVISÃO DE LITERATURA SOBRE CAMUNDONGOS SCID e NUDE.

SÃO PAULO

2014

 CARACTERÍSTICAS E ALTERAÇÕES GENETICAS DO SCID

Os camundongos albinos já eram conhecidos muito antes de serem introduzidos em biotérios, além de variantes com colorações inusitadas distúrbios neurológicos. Segundo Leon (2005), os camundongos são considerados um excelente modelo para estudos genéticos, devido ao seu ciclo de vida relativamente curto, similaridade genética a humanos e capacidade de facilmente ter seu genoma manipulado. Apresentam 20 pares de cromossomos e um grande número de mutantes com centenas de colônias geneticamente definidas. Essas colônias, segundo Andrade (2006), são obtidas através de sistemas de acasalamentos especiais, sendo que os mais utilizados são: endocruzamentos – acasalamentos entre indivíduos que possuem ancestrais comuns, produzindo as linhagens "inbred" e os heterocruzamentos – acasalamentos ao acaso evitando-se a consangüinidade, produzindo-se as linhagens "outbred". Nas últimas décadas, os geneticistas colocaram à disposição dos pesquisadores modelos animais para inúmeras patologias, disfunções ou mal-formações, em geral reproduzindo os mesmos males observados na espécie humana. Dentre esses pode-se citar o camundongo nude, hairless, obeso, diabético e com distrofia muscular (Santos, 2002a).

O camundongo scid apresenta um gene recessivo autossômico, situado no cromossomo 16. O acasalamento é realizado entre machos scid/scid x fêmeas scid/scid. Proteíno-quinases ativadas por DNA funcionam reparando a cadeia dupla deste. O início do processo de recombinação necessita de quebras precisas na cadeia de DNA. O ligamento dessas partes que foram separadas seguindo o molde da recombinação é essencial para o processo. Os camundongos mutantes apresentam o processo de reparo defeituoso, fazendo com que os pedaços de DNA sejam ligados de forma errada. Apresenta ainda, o processo de reparo de DNA quebrado por radiação ionizante defeituosa. Existe evidência de que o defeito é devido a uma mutação no gene que codifica a subunidade catalítica da proteíno-quinase ativada por DNA. A mutação se deu na linhagem CB-17. A maioria dos homozigotos não possuem imunoglobulinas dos tipos IgA, IgM ou IgG, mas alguns animais têm baixíssimos níveis de alguma ou das três. Os órgãos linfoides desses animais se apresentam com um décimo do seu tamanho normal. Timo, linfonodos e o baço estão completamente destituídos de linfócitos. Os animais homozigotos são totalmente deficientes de linfócitos T e B e suas células esplênicas não respondem a estímulos de mitose para células B ou T; por esta razão, não rejeitam transplantes. O defeito parece estar nas células precursoras do sistema linfóide, já que transplantes de medula óssea restauram a capacidade de produção de células B e T funcionais.Embora a maioria dos homozigotos falha em produzir imunoglobulinas e receptores para células T funcionais, alguns os produzem em baixos níveis e ocasionalmente um indivíduo pode apresentar níveis quase normais de imunoglobulinas séricas. Esse fenômeno é descrito como leakness. Os homozigotos são férteis e em condições SPF ou germfree podem viver por até 1 ano ou mais. Esses animais têm sido usados extensivamente no estudo do sistema imune e nas transplantações, principalmente no estudo das metástases de tumores humanos.

 CARACTERÍSTICAS E ALTERAÇÕES GENETICAS DO NUDE

Os camundongos nude possuem uma característica genética denominada nu, a qual é controlada por um gene recessivo autossômico do cromossomo 11. Não está definido se a perde dos pelos e a deformidade no timo são causadas pelo mesmo gene. Porém, acredita-se na possibilidade de que dois genes, ambos muito próximos, dominem esses defeitos, apesar de não estarem relacionados, surgem juntos nesses camundongos mutantes. O acasalamento ocorre entre macho nu/nu x fêmea nu/+; logo, as fêmeas devem ser heterozigotas, já que a ausência de pêlos impede que mantenham os filhotes aquecidos e a produção de leite é muito menor. Esse tipo de acasalamento produz 50% de heterozigotos e 50% de homozigotos recessivos, aproveitando-se os machos homozigotos e as fêmeas heterozigotas para os próximos acasalamentos. Além da falta de pêlos, possuem um timo rudimentar, apresentando, dessa forma, deficiência na produção de linfócitos T,o que faz com que esta linhagem não rejeite transplantes de outras linhagens e apresente maior susceptibilidade às infecções. Esse distúrbios é consequência de uma mutação no gene FOXN1, também conhecido como WHN, o FOXN1 é imprescindível á diferenciação do epitélio tímico de um timo funcional e para o crescimento de determinados tipos de células provindas do ectoderma. Geralmente são menores, crescem mais lentamente, são menos férteis e morrem mais facilmente, devendo ser mantidos em condições germfree (Foster et al., 1983). De acordo com Keeland (2004), o camundongo nude vem sendo empregado em estudos de crescimento de tumor humano, sendo imprescindíveis nas etapas iniciais de estudos pré clínicos para desenvolvimento de fármacos antitumorais. Furukawa (2003), por sua vez, cita ainda a grande aplicabilidade deste camundongo no estudo de doenças auto-imunes, como o lupus eritematoso.

Essa espécie de animal não sobrevive facilmente e quando são utilizados para fins experimentais, devem ser mantidos sob condições que os deixem o máximo possível protegidos de infecções. As medidas de prevenção ás infecções incluem o uso de alimentos, água, gaiolas e forragens esterilizados. Sendo que, as caixas devem ser protegidas do pó sendo colocadas em capela de fluxo laminas ou pela utilização de filtros de ar nas caixas individuais.

 UTILIZAÇÃO DOS CAMUNDONGOS SCID E NUDE

Animais congenitamente imunossuprimidos são ferramentas extremamente valiosas, por permitir testar células de uma espécie diferente. Camundongos geneticamente atímicos (nude) e mais recentemente camundongos com a imunodeficiência combinada severa (SCID) apresentam, respectivamente, pouco ou nenhuma atividade do sistema imune. Eles podem assim ser utilizados para o transplante de células-tronco de outras espécies, como o homem servindo como “tubos de ensaio” vivos que permitem estudar a distribuição e a biologia das células em condições menos artificiais do que o cultivo in vitro.

Animais imunossuprimidos são amplamente utilizados como modelos para pesquisas nas áreas de parasitologia, oncologia e imunologia. Algumas enfermidades parasitárias ocorrem preferencialmente em indivíduos com imunossupressão natural ou adquirida. Dessa forma, o estudo de tais doenças fica restrito ao uso de modelos animais com deficiências imunes que reproduzam essas condições. Camundongos portadores de deficiências imunológicas adquiridas geneticamente, tais como os animais atímicos (também chamadas de nude) e os camundongos com imunodeficiência combinada severa (SCID), são frequentemente usados como modelos animais imunossuprimidos, contudo sua criação e manutenção têm alto custo, sendo restrita no aspecto financeiro.

REFERÊNCIAS

Choril, M. Animais de laboratório: o camundongo. Rev. Ciênc. Farm. Básica Apl v. 28 n.1 p.11-23, 2007.

ANDRADE, A., PINTO, SC., and OLIVEIRA, RS., orgs. Animais de Laboratório: criação e experimentação [online]. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ, 2002.

DECS. Camundongos cm Imunodeficiência combinada severa. n° de registro 29970. Identificador único: D016513.

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