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Cirurgiã Dentista

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Por:   •  15/10/2014  •  4.776 Palavras (20 Páginas)  •  209 Visualizações

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Análise de Bolton

Revisão da Literatura

Índice

Introdução 3

Análise de Bolton 4

Considerações clínicas 12

Conclusão 21

Referências Bibliográficas 22

1. Introdução

Para que os dentes superiores da maxila possam ocluir correta e harmoniosamente com os dentes antagonistas inferiores da mandíbula, deve existir uma proporcionalidade para o tamanho desses dentes. A soma dos diâmetros mésio-distais dos dentes inferiores deve ser de alguma forma menor do que a soma dos diâmetros mésio-distais dos dentes superiores. A ausência de uma proporção adequada entre os dentes superiores e inferiores pode dificultar o estabelecimento de:

• uma oclusão satisfatória,

• um correto alinhamento,

• sobressaliência e sobremordida ideais, e

• a relação de Classe I de Angle para os molares.

Ocasionalmente, dentes com tamanhos desproporcionais são facilmente detectados. Entretanto, discrepâncias significativas podem ocorrer entre o conjunto total dentário das arcadas, de difícil identificação por inspeção clínica. Quando uma discrepância não é detectada ao início do tratamento ortodôntico, talvez esta seja detectada apenas na etapa de finalização do caso, onde o ortodontista pouco atento encontra então, grande dificuldade de fazer com que os dentes ocluam de maneira satisfatória. A detecção das discrepâncias nesta fase do tratamento ortodôntico pode gerar embaraços ao ortodontista, que terá que lidar com o atraso na conclusão do caso, ou ainda, lamentar não poder contar com situações favoráveis para o tratamento, pois o tempo ideal para intervenção foi perdido.

Assim sendo, a análise das proporções dentárias é de fundamental importância, e deve ser considerada pelo ortodontista como uma ferramenta valiosa na fase de diagnóstico e planejamento do caso.

2. Análise de Bolton

Existem poucos estudos na literatura sobre a proporção de tamanho entre os dentes, e nenhum é tão bem aceito e utilizado clinicamente como o apresentado por Wayne Bolton, em 1958, sobre as implicações no tratamento ortodôntica das desarmonias de tamanho entre os dentes superiores e inferiores.

No estudo publicado pelo American Journal of Orthodontics de julho de 1958, Bolton utiliza as medidas obtidas a partir de 55 casos onde existia uma oclusão ideal. Os 55 casos escolhidos para o estudo foram selecionados rigorosamente, e destes, 44 já haviam sido tratados sem extrações.

É interessante mencionar que antes de Bolton, alguns estudos já haviam sido publicados, enfocando a proporcionalidade dentária entre os arcos. Ballard, em 1944, por exemplo, estudou 500 modelos e comparou a diferença entre dentes homólogos. Constatou discrepância em 90% dos casos, numa diferença próxima de 0,25 mm. Este autor defendia o stripping das superfícies proximais, primeiramente dos segmentos anteriores, para promover um equilíbrio interarcos.

Neff também deve ser lembrado, pois este, em 1949, mediu os diâmetros mésio – distais dos dentes anteriores superiores e inferiores, e observou que os seis dentes ânterio – superiores são maiores que os mesmos dentes do arco inferior de 18 a 36%, e, em 10% dos casos, haveria necessidade de redução do tamanho dos dentes ântero – inferiores, sendo muito rara a redução dos dentes ântero – superiores.

Para obter as medidas dos modelos destes casos, Bolton utilizou um compasso de ponta seca para determinar o maior diâmetro mésio-distal dos dentes superiores e inferiores com exceção do 2o e 3o molar permanente.

Desta forma, as medidas obtidas para os 12 dentes superiores foram denominadas de X, e para os 12 dentes inferiores de X’. A razão entre estas medidas estabelece a relação percentual do arco inferior para o arco superior, como mostra a Figura 1.

O mesmo método foi utilizado para estabelecer a relação percentual entre os 6 dentes anteriores mandibulares e os 6 dentes anteriores maxilares. As medidas são apresentadas como Y e Y’ respectivamente na Figura 1.

Para validar os resultados obtidos para os 55 casos estudados, Bolton estabeleceu alguns parâmetros estatísticos:

• Erro padrão da média, que apontaria o grau de variação a ser esperado da média, caso o seu experimento fosse repetido em outra amostra similar.

• Desvio padrão, sendo o valor da constante que mede em termos absolutos o grau de dispersão da amostra.

• Coeficiente de variação, relacionando o desvio padrâo com a média, expressando assim o desvio padrão como um valor percentual da média. Para haver significado estatítico, este valor deve ser pequeno.

• Coeficiente de correlação, utilizado para correlacionar duas medidas da mesma amostra.

Seguindo as premissas citadas, são apresentados abaixo as Tabelas 1 e 2 com os resultados para a relação total e relação anterior dos 55 casos.

Tabela 1: Relação total. Adaptado de Bolton, AJO, Julho, 1958.

Valores limítrofes 87,5 – 94,8

Média 91,3

Desvio Padrão 1,91

Erro padrão da média 0,26

Coeficiente de variação 2,09%

Tabela 2: Relação anterior Adaptado de Bolton, AJO, Julho, 1958.

Valores limítrofes 74,5 – 80,4

Média 77,2

Desvio Padrão 1,65

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