Clonagem

CLONAGEM

1. INTRODUÇÃO

Clonagem é o processo de reprodução assexuada que resulta na obtenção de cópias geneticamente idênticas de um mesmo organismo, seja ele animal ou vegetal. A clonagem de animais representa um grande avanço tecnológico, mas ainda é uma técnica em experimento que necessita de aperfeiçoamento para que possa realmente ser difundida no meio agropecuário e social. A alta taxa de mortalidade em experimentos com animais causa alarme e torna essa técnica cercada de muitas polêmicas. As possíveis formas de clonar animais e seus reflexos nestes experimentos, assim como seus resultados, abrem ampla margem para discussão sobre o assunto. O objetivo do presente trabalho é expor a clonagem de animais, descrever alguns aspectos importantes relacionados à produção animal através de clonagem, seus fatores favoráveis e desejados assim como fatores que influenciam e limitam a viabilidade da clonagem.

2. CONTEÚDO

2.1 - Histórico

A primeira experiência com sucesso foi realizada em 1952, pelos Drs. Robert Briggs e Thomas J. King. Eles obtiveram os primeiros clones de rãs, por substituição de núcleos celulares. No Brasil foi iniciada em março de 2001 com o nascimento de Vitória, uma bezerra da raça simental desenvolvida pela equipe de Rodolfo Rumpf, da Embrapa. De lá pra cá, nenhum outro animal foi clonado, embora alguns grupos venham desenvolvendo pesquisa, principalmente em clonagem de bezerros. Esses animais são escolhidos por terem apelo comercial e por terem um período de gestação longo o que gera, normalmente, apenas um indivíduo. A clonagem de bovinos poderia facilitar a reprodução de animais com certas características genéticas como, por exemplo, uma maior produção de leite ou a alta taxa de músculos. Para os galináceos, que podem se reproduzir em um período curto de tempo e erar inúmeros indivíduos, a clonagem não seria tão interessante. Existe, ainda, a possibilidade de animais serem clonados para fins terapêuticos, servindo para a experimentação ou visando à produção de órgãos compatíveis com o ser humano. Tais animais poderiam ser, um dia, produzidos em série para transplantes.

2.2 - Tipos ou formas de clonagem.

Devido ao grande avanço na tecnologia, a clonagem pode ocorrer de duas maneiras: por transferência nuclear e por bipartição de embriões. Na transferência nuclear os oócitos receptores são normalmente recuperados de ovários de animais abatidos e maturados in vitro, ou ainda colhidos de animais vivos por aspiração transvaginal. As células doadoras de núcleos podem ter origem de células embrionárias, fetais, linhas celulares de animais adultos essa técnica também é denominada de duplicação(MARTINS, 2004). Após a reconstrução, os embriões são cultivados até o estágio de mórula ou blastocisto e transferidos para receptoras, são estabelecidas linhagens celulares, são congelados ou ainda utilizados para reclonagem (GONSALVES et al, 2001). Já na bipartição embrionária a separação provocada das células de um embrião, produzirá novos indivíduos exatamente iguais quanto ao patrimônio genético, porém diferentes de qualquer outro já existente. É a maneira mais simples de clonagem e é bastante utilizada na pecuária. Os clones obtidos a partir de células embrionárias são limitados, pois cada ovo oferece somente de 8 a 16 células capazes de gerar embriões. Na clonagem a identidade genética não implica identidade na aparência física ou psicológica(MARTINS, 2004).

2.3 - Aplicações da clonagem

2.3.1 - Conservação/Recuperação de espécies e Melhoramento genético

A clonagem de animais tem aplicação na conservação para criar bancos genéticos que guardem material de diferentes espécies. No melhoramento, por ser uma técnica que permite reproduzir de maneira mais ampla filhos de animais de qualidade superior, como touros e vacas com maior capacidade produtiva e reprodutiva ou vacas que produzam mais leite, mostra-se de extrema importância para a pecuária(OTTO P G, 1997). Em relação às outras técnicas que vêm sendo utilizadas na pecuária, como a inseminação artificial e a transferência de embriões, considera-se que a clonagem é ainda uma tecnologia muito cara e muito mais difícil. Foi clonado em 2000, um gauro, espécie em extinção semelhante ao boi, natural da Índia, Indochina e parte da Ásia. O animal fora clonado a partir de células da pele de um gauro fundidas com óvulos de vacas. O mesmo veio a óbito pouco depois do nascimento. A expectativa é que a clonagem seja a única alternativa para recuperar espécies já extintas como o tigre da Tasmânia (desaparecido desde 1930 poderia ser clonado.

2.3.2 - Clones transgênicos

A técnica abre também a possibilidade de gerar clones transgênicos, com fins terapêuticos, e também de se obter

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