Determinantes do controle da lepra
Pesquisas Acadêmicas: Determinantes do controle da lepra. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: keyla_kcs • 29/11/2014 • Pesquisas Acadêmicas • 4.342 Palavras (18 Páginas) • 315 Visualizações
HANSENÍASE
INTRODUÇÃO
Desde as primeiras formações de nossa sociedade, a hanseníase acompanha o homem como processo mórbido causador de preconceito, estigma e danos à saúde. Dona das primeiras descrições efetivas do que seria uma doença atribuída ao “castigo divino”, a hanseníase instalou-se em países de clima tropical, estabelecendo-se como um verdadeiro problema de saúde pública. Alia-se a essa situação o fato de que o Brasil detém hoje índices de prevalência e incidência de hanseníase superiores a países altamente endêmicos e superpopulosos como a Índia. Durante sua presença no mundo, a hanseníase chamou a atenção de grandes civilizações ao redor dos tempos. Como toda doença, foi temida por muitos anos por puro desconhecimento de suas características e pela aparente complexidade de seu tratamento. Grandes personagens citados na Bíblia tinham relação direta com o tema “lepra”, e apenas a evolução do tratamento permitiu que as névoas da ignorância começassem a se dissipar.
Apesar de o diagnóstico da hanseníase ser eminentemente clinico, as equipes profissionais no Brasil encontram grande dificuldade para diagnosticar e tratar esta moléstia. Baixos níveis de diagnóstico de hanseníase são perceptíveis ainda em várias regiões do país, dando a tônica deste contraste. Em 1991, a Organização Mundial da Saúde (OMS) propôs a eliminação, ou a redução da incidência de hanseníase para menos de um caso para cada 10.000 habitantes nos países endêmicos, até o ano 2000.
E esta meta não foi atingida pelo Brasil e o Ministério da Saúde elaborou uma estratégia para a eliminação da hanseníase até 2010, em nível municipal, em que as ações são financiadas pelos recursos do Sistema Único de Saúde (SUS). A organização dos serviços de saúde e a acessibilidade aos mesmos são fatores determinantes do controle da hanseníase, por promover a detecção, passiva ou ativa, e o tratamento oportuno.
HANSENIASE
Hanseníase é uma doença infecto-contagiosa, de evolução lenta, que se manifesta principalmente através de sinais e sintomas dermatológicos e neurológicos: lesões na pele e nos nervos periféricos, principalmente nos olhos, mãos e pés, mas também se manifesta como uma doença sistêmica comprometendo articulações, olhos, testículos, gânglios e outros órgãos. O comprometimento dos nervos periféricos é a característica principal da doença, dando-lhe um grande potencial para provocar incapacidades físicas que podem, inclusive, evoluir para deformidades. Estas incapacidades e deformidades podem acarretar alguns problemas, tais como diminuição da capacidade de trabalho, limitação da vida social e problemas psicológicos. São responsáveis, também, pelo estigma e preconceito.
Mycobacterium leprae, agente etiológico da hanseníase, é um parasita intracelular obrigatório, com afinidade por células cutâneas e por células dos nervos periféricos (BRASIL,2005), que se instala no organismo da pessoa infectada, podendo se multiplicar. O tempo de multiplicação do bacilo é lento, podendo durar, em média, de 11 a 16 dias. O M. leprae tem alta infectividade e baixa patogenicidade, isto é infecta muitas pessoas, no entanto só poucas adoecem. Uma vez infectado, o período de incubação é longo, variando de 2 a 7 anos (média de 5 anos).
O homem é reconhecido como única fonte de infecção (reservatório), embora tenham sido identificados animais naturalmente infectados. O contágio dá-se através de uma pessoa doente, portadora do bacilo de Hansen, não tratada, que o elimina para o meio exterior, contagiando pessoas susceptíveis. A principal via de eliminação do bacilo, pelo indivíduo doente de hanseníase e a mais provável porta de entrada no organismo passível de ser infectado são as vias aéreas superiores, o trato respiratório. No entanto, para que a transmissão do bacilo ocorra, é necessário um contato direto com a pessoa doente não tratada.
Clinicamente, a hanseníase manifesta-se através de lesões de pele que se apresentam com diminuição ou ausência de sensibilidade, podendo está localizada na epiderme, derme e/ou hipoderme. As lesões mais comuns são: Manchas pigmentares ou discrômicas (resultam da ausência, diminuição ou aumento de melanina ou depósito de outros pigmentos ou substâncias na pele); Placa (lesão que se estende em superfície por vários centímetros); Infiltração (aumento da espessura e consistência da pele, com menor evidência dos sulcos, limites imprecisos, acompanhando-se, às vezes, de eritema discreto); Tubérculo (pápula ou nódulo que evolui deixando cicatriz); e Nódulo (lesão sólida, circunscrita, elevada ou não, de 1 a 3 cm de tamanho). É processo patológico que se localiza na epiderme, derme e/ou hipoderme. A hanseníase é uma doença que tem cura e o tratamento adotado pela Organização Mundial de Saúde – OMS e pelo Ministério da Saúde do Brasil – MS, é a poliquimioterapia, além da supressão dos surtos reacionais, prevenção de incapacidades físicas, reabilitação física e psicossocial. A PQT/OMS mata o bacilo, tornando-o inviável e evita a evolução da doença, prevenindo as incapacidades e deformidades por ela causadas, levando à cura. O bacilo morto é incapaz de infectar outras pessoas, rompendo a cadeia epidemiológica da doença.
TIPOS DE HANSENÍASE
A hanseníase subdivide-se, basicamente, em quatro tipos:
Hanseníase Indeterminada (HI): Considerada como estágio inicial e de transformação da doença, pode ser encontrada em indivíduos que não tem respostas imune definidas contra o bacilo , após o período de incubação de dois a cinco anos começa a aparecer esse tipo de classificação, como o aparecimento de manchas hipocrômicas, áreas de hipoestesia na pele, sensibilidade térmica alterada que é a diminuição da ausência da sensação de calor, nessa fase a hanseníase ainda tem cura.
Hanseníase Turberculóide(HT): Nessa forma já se verifica áreas com lesões sérias, definidas como lesões em placas ou anulares com bordas papulosas e áreas da pele com hipocrômicas. O crescimento centrifugo é de forma lenta, levando a atrofia no interior da lesão, pode apresentar aspectos tricofetóide, com descamação das bordas da lesão. Quando na forma neural é comum o aumento do tronco nervoso e dano neural, que pode atingir os nervos motores. Há possibilidades de cura.
Hanseníase Virchoviana (HV): nessa forma o bacilo, já está em um processo de multiplicação da doença, já se tem a disseminação no exterior do tronco nervoso, entre outros
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