Displasia Coxo Femural
Dissertações: Displasia Coxo Femural. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: hellenalm • 16/9/2014 • 9.206 Palavras (37 Páginas) • 661 Visualizações
Sumário
1. Introdução 1
2. Revisão de Literatura 2
2.1. Articulação Coxo-Femoral 2
2.1.1. Componente ósseo e ligamentar 2
2.1.2. Componente muscular 3
2.1.3. Componente vascular 4
2.1.4. Componente nervoso 5
2.2. Displasia Coxofemoral 7
2.2.1. Etiologia 8
2.2.2. Patogênese 11
2.2.2.1 Doença Articular Degenerativa 13
2.2.3. Sinais Clínicos 14
2.3.4 Tratamento 22
3. Considerações Finais. 35
4. Referências Bibliográficas 36
1. Introdução
A displasia coxofemoral (DCF) é uma patologia do desenvolvimento de etiologia complexa que acomete o homem e a maioria dos animais domésticos. A palavra “displasia” significa desenvolvimento anormal (“dys” em grego significa anormal e “plassein” formação). É uma doença biomecânica na qual a instabilidade do quadril em cães jovens altera a concentração de forças no fêmur e acetábulo em crescimento, afetando o desenvolvimento ósseo e resultando em conformação articular anormal e doença articular secundária (Kapatkin et al., 2002; Smith, 2004).
Na Medicina Veterinária, a displasia coxo-femoral tem se apresentado como a principal afecção ortopédica, sendo responsável por quase 50% dos atendimentos desta especialidade. Embora sua causa ainda seja motivo de investigação, acredita-se que crescimento muito rápido, associado a ganho de peso em igual velocidade, e fatores genéticos sejam determinantes para o aparecimento do quadro (Schmaedecke, 2004).
A DCF tem sido intensivamente estudada desde a sua primeira descrição em 1935 (Banfield et al., 1996). Os pesquisadores concluíram que os cães nascem com articulações coxofemorais normais, e que as anormalidades associadas à patologia surgem à medida que os filhotes crescem.
Desde então, vários cientistas estão tentando responder quais fatores influenciam o desenvolvimento da doença (Tomlinson e McLaughlin Jr., 1996).
A DCF é uma malformação genética de alta prevalência, debilitante, que causa dor, desconforto, e diminuição da vida útil para o trabalho de animais acometidos (Smith et al., 1990). Apesar de inúmeras pesquisas e programas de acasalamentos, a doença continua a exercer um grande impacto financeiro e emocional em proprietários e criadores (Fries & Remedios, 1995).
A ocorrência da patologia é maior em cães de porte grande como o Labrador Retriever e o Pastor Alemão, porém cães de raças pequenas também podem ser acometidos. A DCF é de origem multifatorial e a causa definitiva ainda não foi estabelecida. Fatores como idade, raça, sexo, tamanho do animal, conformação, nutrição e massa muscular pélvica têm sido implicados no desenvolvimento da doença, entretanto a frouxidão articular é o fator primário na articulação para se tornar displásica (Wallace, 1987; Martinez, 1997).
2. Revisão de Literatura
2.1. Articulação Coxo-Femoral
A articulação coxo-femoral é formada por duas estruturas ósseas, a cabeça femoral e o acetábulo, sendo a primeira um componente articular hemisférico, proveniente da região proximal do fêmur, e que se encaixa na segunda. Sua configuração anatômica, a qual consiste em articulação do tipo sinovial, apresentando líquido sinovial, cartilagem, cápsula e cavidade articular, permite a realização de movimentos com estabilidade, congruência e amplitude, sob baixa fricção (MILLER; CHRISTENSEN, 1974).
2.1.1. Componente ósseo e ligamentar
A região proximal do fêmur inclui a cabeça, o colo e três trocânteres. O colo femoral é a continuação da diáfise femoral e seu comprimento é controlado pelo crescimento endocondral da placa da cabeça do fêmur (BENNET; DUFF, 1980). Esta placa, denominada placa terminal, associada ao sistema Haversiano disposto horizontalmente, e a quantidade de osso trabecular subjacente a ela, proporcionam elasticidade e desempenham importante papel na absorção de impactos, protegendo a cartilagem contra lesões traumáticas (RADIN; ROSE, 1986).
A cabeça do fêmur é hemisférica e constitui cobertura de cartilagem para o colo, estendendo-se em seu aspecto caudal até a fossa trocantérica. A fóvea é a região achatada localizada na porção caudo-medial da cabeça femoral, desprovida de cartilagem, onde se insere o ligamento da cabeça do fêmur (ligamento redondo). Este ligamento tem formato filamentar e se estende da fóvea até a fossa acetabular, onde se fixa ao acetábulo em seu periósteo e ao ligamento acetabular transverso. O ligamento da cabeça do fêmur é primariamente importante na estabilidade da articulação coxo-femoral (EVANS; CHRISTENSEN, 1979).
O trocânter maior é o maior dos três trocânteres e serve como ponto de inserção dos músculos glúteo profundo, glúteo médio, e piriforme. Está conectado ao colo femoral por linha óssea densa, a linha transversa. A fossa trocantérica é a depressão localizada caudalmente a essa linha e medialmente ao trocânter maior. A fossa é o ponto de inserção dos músculos gemelar e obturador interno e externo. O trocânter menor é a projeção triangular localizada na base do aspecto caudo-medial do colo femoral. A crista intertrocantérica, no aspecto caudal do trocânter maior, se curva na direção caudo-medial, para terminar no trocânter menor. O terceiro trocânter está localizado 1 a 2 cm do trocânter maior, sendo o ponto de inserção do músculo glúteo superficial (EVANS; CHRISTENSEN, 1979).
O acetábulo é a cavidade formada pela fusão dos ossos ílio, ísquio, púbis e acetabular (EVANS; CHRISTENSEN, 1979, HARTY, 1985), que ocorre na décima segunda semana pós-natal, e que continua seu desenvolvimento em resposta a presença da cabeça do fêmur (SCHOENECKER et al., 1984). A entrada do acetábulo, nas articulações coxo-femorais saudáveis, está direcionada caudo-lateralmente. No acetábulo, se forma região semelhante a ferradura, revestida de cartilagem articular, denominada superfície semilunar.
Em sua porção central, em área deprimida e delgada, a fossa acetabular, se inserem os ligamentos redondo e acetabular
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